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Capítulo UHL 1025 - O Clarão da Tempestade

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Tenham uma boa leitura!]


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O vazio ao redor de Askyr não era mais o mesmo. O que antes foi um planeta agora se resumia a uma névoa de rochas incandescentes, campos vibrando com ondas espirituais residuais e pedaços de uma história que estava sendo extinta a cada segundo de combate.


Ming Xue avançava. Lucke respondia no vácuo, engolido por águas que jamais existiram em oceanos conhecidos.


E em meio a esse espetáculo de devastação, as testemunhas se calavam. Aquelas almas que, por acaso ou mérito, ainda estavam vivas, não sabiam se deviam rezar, chorar ou fugir. Muitos só continuavam ali porque já não sabiam se o movimento era uma escolha possível.


Mas o universo, ao contrário dos homens, não parava para contemplar heróis.


Nem para chorar pelos planetas que caíam.


Nem mesmo para lamentar os monstros que eram consumidos por seus próprios limites.


Em outro ponto da galáxia, distante o bastante para que o som da destruição nunca chegasse, mas perto o suficiente para que o medo de uma nova era se espalhasse, o céu ainda queimava.


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Em órbita sobre um planeta hostil, três luas haviam sido destruídas para desestabilizar os selos protetores de uma base do Olho. Era um posto de comando escondido nas entranhas da crosta do planeta, entre montanhas que rangiam de calor e desertos de cinzas.


Mas já não havia comando algum. E Ragnar avançava pela devastação, trazendo a fúria de mil tempestades com ele.


Como um raio rasgando o coração de um deus, ele não deixava rotas de fuga. Os soldados caíam antes mesmo de entenderem o que acontecia. Nenhuma formação resistia, nenhum artefato ativava a tempo. Quando o estrondo surgia, já era tarde.


Sua pele brilhava com estática. Os olhos, como duas tempestades condensadas. E seu corpo... seu corpo era um trovão encarnado.


Um trovão moldado em laboratório. Alimentado por guerras. Refinado com o sangue dos deuses.


Ragnar era o soberano daquele planeta. Antes, o Olho mandava ali, mas agora, era aquele homem que caminhava sobre os corpos e o sangue dos seus antigos donos. Contudo… Depois de uma ordem que ele não fazia ideia de que tinha sido dada, sua incontestabilidade estava prestes a ser desafiada…


*Zaaaaaaaaaaaaaaap…*


Do nada, um corte surgiu. O corte foi silencioso num primeiro momento, pois o som só conseguiu surgir bem depois dele acontecer. Mas o sangue de Ragnar explodiu como uma artéria aberta na pressão do vácuo.


No último momento, Ragnar saltou para trás no reflexo, rolando no ar enquanto se virava com os punhos cerrados, procurando o responsável pelo ataque. A corrente elétrica que envolvia seu corpo pareceu hesitar por uma fração de segundo, diante da surpresa do golpe.


Ele sentiu… Sentiu um filete de sangue descendo do lado do seu pescoço, manchando sua camisa lentamente.


Ragnar passou a mão no corte e percebeu que, se tivesse permanecido imóvel mais meio segundo… Ele estaria morto.


“...” Ragnar cerrou os olhos e então soltou uma baforada lenta. Seu corpo ainda girava no ar, estabilizado apenas pela manipulação instintiva da eletricidade ao redor.


Então, uma sombra surgiu, caminhando calmamente pelas ruínas da base do Olho. Como se estivesse pisando em um templo intacto. Como se nada ao redor fosse importante.


Ele trajava roupas escuras demais para refletirem qualquer luz. A espada ao seu lado não parecia pesada, mas o ar ao redor dela distorcia-se com leveza, como se a realidade se curvasse apenas para não tocá-la.


Hanzo.


Um membro da Tríade.


O braço invisível da Trindade. E o maior assassino vivo entre os seguidores do Olho.


“Você se move bem.” Hanzo, em voz suave, elogiou o movimento de Ragnar, como se estivesse elogiando um aprendiz.


Ragnar não respondeu de imediato. Ele levou a mão à lateral do pescoço, tocando o corte e olhando novamente para o seu sangue. O sangue fervia, mas não pelo calor. Pela fúria.


“Se fosse Ryuuji, ele teria cortado!” Ele reposndeu, provocando, e girando lentamente no ar, mantendo os olhos fixos em Hanzo.


Hanzo ergueu levemente o queixo. Um gesto quase imperceptível de aprovação. Depois, como se reconhecesse um adversário, ele concordou: “Possivelmente. Eu queria enfrentá-lo de novo. Sozinhos, dessa vez.”


Mesmo sendo claramente tratado como um coadjuvante, Ragnar sorriu, antes de ironizar: “Então você não veio me matar. Veio me usar como aquecimento.”


Hanzo balançou a cabeça, prontamente negando, e respondeu: “Não. Eu vim te matar. Só não esperava que fosse precisar conversar antes.”


Enquanto dizia aquilo, Hanzo apontou para o pescoço de Ragnar, indicando que deveria ter sido um golpe limpo, e como ele ainda estava vivo, Hanzo, enfim, perguntou: “E Ryuuji? Onde ele está?”


“Longe.” Ragnar respondeu, sorrindo, antes de afirmar: “Você vai ter que se contentar em morrer pelas minhas mãos.”


Enquanto Ragnar dizia aquilo, em sua mão esquerda, o escudo surgiu primeiro.


Anhangá despertava, e através do escudo, o próprio espaço à frente de Ragnar foi engolido, mostrando que tudo que se aproximasse dele seria consumido.


Depois, o cocar se materializou sobre sua cabeça. Penas elétricas dançavam como serpentes famintas. Algumas se desprenderam antes mesmo de o confronto começar, formando descargas vibrantes em torno dele.


Por fim, a lança apareceu em sua mão. Longa, reluzente, que parecia ser feita da mesma substância que os céus produziam em fúria. Seu cabo brilhava, e sua ponta ameaçava partir as estrelas.


Agora, também armado, Ragnar se curvou levemente, tomando posição de luta, e chamou: “Venha.”


*Swooosh…*


Hanzo avançou. Mas não avançou como os outros.


Não houve deslocamento de ar. Não houve sinal. Apenas um espaço que, num instante, estava vazio… e no seguinte, já tinha uma lâmina indo em direção ao coração de Ragnar.


*Claaaaaaaaaaaaaaang…*


O escudo de Ragnar, devorou parte do corte, criando uma dobra do espaço em sua frente. O impacto foi absorvido, engolido… mas não todo. Mesmo com o escudo ativado, uma rachadura luminosa percorreu seu braço esquerdo, e ele foi arremessado dezenas de metros para trás, girando como uma pedra sendo cuspida por um deus irritado.


Ragnar chiou os dentes, forçando os pés com impulsos elétricos e se estabilizando com o relampejar do cocar, que soltava mais penas a cada movimento brusco.


“Que porra foi essa!?” Ele murmurou, com a voz entrecortada pela pressão.


Hanzo não respondeu… porque já estava atrás dele.


*Dzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz…*


Ragnar saltou para o lado, girando com a lança em punho, abrindo uma linha de eletricidade no ar. A lança explodiu em mil relâmpagos, que buscaram Hanzo como predadores vivos e famintos.


Tudo à frente tinha ficado incrivelmente claro, mas o assassino cortava o próprio ar. Literalmente. Cada relâmpago que se aproximava era desviado com cortes tão precisos e tão velozes que os rastros deixavam vácuos temporários no espaço.


“Você dança com trovões, Ragnar…” Ele disse, com um tom que era quase uma melodia fria: “Mas jamais ouviu a sinfonia do vento.”


Nesse momento, ele rodopiou no ar, e uma rajada invisível, uma espiral cortante de ar comprimido e energia vital, saiu da lâmina, tomando a forma de um arco ascendente.


Ragnar ergueu o escudo.


Mas o escudo engoliu o vento?


Não.


Não era vento comum.


Era vida. Era pressão. Era a essência do corte.


*Crack.*


O escudo absorveu parte da técnica, mas não a essência. Ragnar sentiu seu ombro esquerdo ceder, e parte do cocar foi arrancado no impacto, com as penas caindo como faíscas luminosas.


*Boooooooooooooooooooooooooooooooooom…* 


Aquilo foi muito estranho, mas seu adversário não era comum, então, Ragnar respondeu com fúria. Seus pés explodiram em eletricidade. O mundo ao redor escureceu, e a ponta da lança disparou como um raio que parecia ter sido forjado no inferno. A energia concentrada era tamanha que o planeta sob eles, o mesmo que já se despedaçava após o ataque à base do Olho, começou a ruir embaixo da pressão.


Ragnar parecia um titã. E Hanzo… Hanzo apenas inclinava a cabeça, analisando cada movimento com olhos calmos. Seu corpo se movia sem força visível, mas o vácuo se rasgava a cada passo dele.


*Baraaaaaaaaaum.* *Craaaaash.*


Impacto.


Choque.


Distorção.


As penas do cocar agora se multiplicavam, orbitando Ragnar como satélites selvagens. Ele as disparava em pares, em trios, em enxames elétricos que buscavam qualquer célula de Hanzo, qualquer partícula, qualquer chance de apagá-lo da existência.


E em resposta, Hanzo cortava. Sempre em silêncio. Sempre com a respiração controlada, como se a luta estivesse apenas começando.


*Fuuuuuuuuuush.*


De repente, o ar girou em uma espiral absurda. Hanzo subiu, e a espada girou com ele. Quando desceu, era como um furacão encapsulado em forma humana.


Ragnar se protegeu, mas foi acertado no ombro. O corte não foi profundo, mas não precisava ser. O golpe rasgou os nervos, que queimaram de dentro para fora com uma energia que Ragnar não conhecia.


E então ele entendeu a essência do corte e se lembrou: “Você... manipula a vida.”


Hanzo não respondeu, mas seus olhos brilharam com aquela constatação. O corte havia desativado temporariamente parte dos impulsos elétricos de Ragnar. Os nervos, o sistema, tudo havia sido silenciado como se parte a vida dele tivesse sido... desconectada.


Aquela era a verdadeira espada de Hanzo.


Ela não matava com brutalidade.


Ela silenciava o mundo.


*Booooooooooooooooooooooooooooooooooom.*


Em resposta, Ragnar explodiu. Literalmente.


O corpo dele emitiu uma onda de choque que se expandiu como um campo de tempestade. Relâmpagos saíam da sua pele, do seu peito, do próprio ar, enquanto os seus olhos queimavam como dois sóis.


*Baraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaum…*


A lança estendeu-se, tornando-se uma extensão do próprio trovão. Um rugido selvagem brotou de sua garganta, e o escudo rugiu junto, emitindo uma distorção que engoliu tudo à sua frente, como um buraco negro faminto.


Em resposta, Hanzo desapareceu. Mas reapareceu em cima. No alto. Descendo como uma lâmina da criação.


A espada dele vinha cheia de ar, vida e muita pressão.


*Claaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaang…*


A lança e a espada se chocaram.


E o planeta…


Sim, o planeta…


Desintegrou.


A crosta cedeu.


As montanhas derreteram.


O núcleo se partiu em seis pedaços.


O céu virou poeira.


Nada segurou o choque.


*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*


Ambos foram lançados para fora da atmosfera. Ragnar girava com os braços abertos e as penas do cocar queimando em espirais azuis. Hanzo estabilizava no ar, com os cabelos desgrenhados pela força do impacto e a lâmina com marcas de sangue.


Os dois sangravam, levemente. Ambos sorriam. E ambos sabiam que aquilo estava só começando.


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Em órbita, escondido entre os detritos de uma das luas destruídas, um grupo de cinco cultivadores observava em completo silêncio. Eram mensageiros de Hill, enviados para confirmar o sucesso do cerco… e agora estavam testemunhando algo que jamais deveria ter acontecido.


O mais jovem deles, com as mãos tremendo, sussurrou: “Isso… isso é o que sobra depois da vitória?”


Um mais velho apertou o punho e respondeu, mas sem ter certeza: “Não. Isso é o preço de tocar no que pertence à Trindade. Eles estão soltando seus cães.”


A mulher do grupo, com olhos arregalados, apontou e disse: “O planeta colapsou. Se eles continuarem, vai sobrar só poeira…”


O líder deles, por sua vez, com o olhar fixo nas figuras que cortavam o espaço como se estivessem esculpindo o universo, murmurou: “Não vai sobrar nem poeira.”


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*Craaaaaaaaaaaaaaaaaash…*


De novo.


Ragnar investia com todas as penas recriadas.


Elas cortavam como lanças e explodiam como bombas.


Hanzo, mesmo sob bombardeio, ainda se movia com leveza. Os cortes de sua espada agora não apenas rasgavam a carne, mas também desaceleravam brevemente o tempo à volta, criando momentos em que Ragnar sentia como se estivesse preso em um segundo eterno.


“Você não foi feito para ser vencido, né?” Ragnar cuspiu sangue e comentou, mas não recuava.


“Eu fui feito para vencer.” Hanzo respondeu.


“Então vamos ver quanto tempo você dura… quando o céu estiver do meu lado.” Assim que aquelas palavras caíram, Ragnar fez algo novo.


Ele ergueu o braço, e o cocar se incendiou por completo. As penas não caíam mais. Elas subiam.


E no alto do vazio, nuvens começaram a se formar.


No espaço.


No vazio.


Nuvens de eletricidade engoliram o vazio, formando uma coisa gigantesca, maior do que um continente.



O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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