Capítulo UHL 1027 - Quando o Gelo e o Aço Quebram
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*Baaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaang…* Depois de um grande ataque de Ragnar, turbinado pelo seu estímulos que ele gerou a todos os sistemas de seu corpo, a rocha atrás de Hanzo desapareceu.
Não explodiu. Não se despedaçou. Ela simplesmente… deixou de existir.
O corte e o impacto da lança colidiram com tanta violência que a matéria pareceu esquecer que já havia sido sólida um dia. Ragnar e Hanzo recuaram após o golpe. Pela primeira vez desde o início do combate, ambos haviam sentido não apenas o peso da força do outro… mas o peso de tudo o que ainda teriam que suportar.
No entanto… o espaço não os deixou continuar alheios a tudo.
Como um sussurro dentro de uma tempestade, um chamado atravessou o campo de batalha. Não veio do som. Não veio da visão. Veio da percepção.
Hanzo olhou de lado.
Ragnar também.
Ambos sentiram algo mudar em outro ponto da galáxia. Um novo teatro se abrindo. Uma nova peça começando. E, embora estivessem em outro canto do cosmos, o peso da nova ameaça era como o cheiro de sangue numa floresta de predadores.
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O novo campo de batalha em questão não era bonito. Era seco, branco, e rachado por dentro. O solo congelado do cinturão de Gaiah, uma base esquecida do Olho, fora reativada recentemente por agentes desconhecidos. A estrutura subterrânea, reforçada por ligas antigas e selos de contenção, parecia inativa... até o momento em que o gelo ao redor começou a se mover.
Tyrone, que conduzia o ataque àquele lugar foi o primeiro a perceber.
Suas botas, cravadas no gelo, absorviam o menor tremor. Seu corpo, feito de aço, gelo e instinto, era sensível o suficiente para notar quando o mundo sussurrava algo estranho.
“Tem alguém inesperado aqui.” Ele disse.
Dois soldados ao lado dele se entreolharam, confusos.
“Mas senhor… Eu não sinto nada.” Um deles falou.
“Eu sinto.” Tyrone respondeu, já empunhando sua espada.
A lâmina que ele puxou parecia feita de rocha, mas seu fio era mais afiado do que qualquer pensamento humano. Espessa, pesada, mas precisa como a certeza.
Com um movimento, Tyrone cravou a lâmina no gelo à sua frente.
*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaack…*
O som se espalhou como um trovão subterrâneo. Linhas se formaram no chão, seguindo a vibração do golpe até os limites do campo nevado.
E então…
*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*
As paredes de gelo colapsaram.
Dezenas de soldados do Olho emergiram, todos usando armaduras com símbolos negros costurados em prata. Aquele não era um simples destacamento de agentes ocultos. Era um exército que estava escondido e sendo preparado há algum tempo.
Tyrone não perdeu tempo. Mesmo diante da surpresa, ele não podia hesitar.
Desde o dia em que o ataque foi planejado, situações como aquela já eram esperadas.
“Avancem!” Tyrone ordenou, tomando a dianteira das tropas que estavam com ele.
As tropas de Decarius correram. E seu líder se destacou na batalha.
Por causa de Tyrone, o campo de batalha se transformou em segundos. Estalagmites congeladas explodiam sob os pés dos combatentes, soldados eram empalados por lanças de terra, e o ar seco se tornava cortante como vidro partido. A habilidade de Tyrone em manipular a terra e o gelo ao mesmo tempo criava um terreno em constante mutação. E nenhum inimigo tinha base estável para lutar. Nenhuma vantagem durava mais de três segundos.
Era um massacre.
O aço que ele criava com a terra se moldava como braços de titãs. Espadas surgiam do chão. Escudos de gelo se erguiam para defender seus aliados. Ele era uma muralha em movimento. Um general como poucos. Um guerreiro como quase nenhum.
Por alguns minutos… parecia que eles venceriam rapidamente.
Mas então…
Foi quando a terra tremeu.
Não o solo. Não a base.
A terra. O próprio conceito dela. A fundação do mundo ao redor emitiu um estalo invisível, e todas as armas que Tyrone havia criado se desfizeram em pó brilhante.
Ele deu um passo para trás. Não por medo. Mas porque reconheceu a assinatura energética que agora preenchia o ar.
Prata.
Não era comum.
“Não…” Tyrone sussurrou, temendo estar certo.
*Swiiiiiiiing.* E antes que pudesse reagir, uma espada feita de prata perfurou o chão ao seu lado, como se tivesse caído do céu.
Tyrone desviou, mas a espada não parou. Ela se moveu sozinha. Serpenteou ao redor de Tyrone. E só parou quando foi apanhada por uma figura que descia dos céus, flutuando em silêncio absoluto.
Yang Yin. O verdadeiro Yang Yin.
Enquanto o ex Guardião Imperial descia, seus olhos eram frios. Não havia raiva neles. Apenas convicção.
Ele estava calmo e aterrissou com a delicadeza de uma pena. Mas seu pouso arrastou tudo ao redor por um raio de cinquenta metros.
O pouso de Yang Yin não foi um ato. Foi uma afirmação.
Assim que seus pés tocaram o solo congelado, o mundo ao redor vacilou, como se a terra não tivesse certeza se deveria sustentá-lo ou se ajoelhar.
Tyrone instintivamente deu mais um passo para trás, dessa vez com os olhos fixos naquela figura. O homem à sua frente não era apenas um oponente. Ele era um aviso.
Mesmo sem conhecê-lo pessoalmente, Tyrone sabia quem era. Qualquer comandante com meio cérebro conheceria. Yang Yin. O prodígio da Dinastia Yang. O homem que, segundo os registros de inteligência, nasceu com um talento tão grande para as artes marciais que era cogitado como o futuro comandante dos Guardiões Imperiais… superando até mesmo Yang Feng, o braço-direito do imperador.
“Não pode ser…” Tyrone murmurou, baixando os olhos para a espada de prata.
O aço de sua própria criação reagia à presença daquele metal. Era como se aquele mundo estivesse prestes a mudar de dono.
A prata ao redor de Yang Yin se moldava em espirais. Era terra, sim. Mas purificada. Refinada. Transmutada ao ponto de se tornar um elemento quase espiritual. A prata que ele criava não obedecia as leis normais da alquimia. Era matéria imbuída com vontade.
Yang Yin não disse nada ao chegar. Apenas observou. Seu olhar não era cruel. Não era agressivo. Mas era avassalador.
Tyrone apertou o punho.
“Você não deveria estar aqui.” Ele disse, como se ainda houvesse chance de negociação.
Yang Yin respondeu apenas com o eco metálico de sua espada se posicionando à frente do corpo.
*Shiiiiiing…*
A lâmina de prata flutuou até sua mão direita, como se encaixasse ao braço, não como uma arma, mas como um membro perdido sendo reencontrado.
Então, finalmente, ele falou.
“E você não deveria ter vindo.” Sua voz era clara, firme e precisa como o fio da lâmina.
Tyrone rapidamente recuou o pé, preparando-se para o que viria.
O campo ao redor mudou drasticamente.
O ar ficou denso, mas não era calor. Era pressão. Um tipo de ‘gravidade’ que não vinha do chão, mas do próprio espaço sendo distorcido pela presença de Yang Yin.
E quando ele moveu a mão…
*Boooooooooooooooooooooooooooooooooooooooom…*
Três pilares de prata emergiram do solo em direção a Tyrone, que girou no mesmo instante, criando um escudo de aço e gelo ao redor do corpo. As colunas colidiram e explodiram em milhares de fragmentos cortantes.
Tyrone saiu do meio do ataque com minúsculos cortes nos ombros e nas coxas, mas girou no ar e desceu com sua espada de pedra e aço.
*Claaaaaaaaaaaaaaaaaang…*
Yang Yin bloqueou com uma lâmina que se materializou no exato momento do impacto, como se o metal respondesse a pensamentos em vez de comandos físicos.
Os dois ficaram presos no impacto por um segundo.
Um segundo longo o suficiente para que o instinto gritasse em ambos.
*Vuuuuuuuuuuuuuuuuup…*
Tyrone chutou com a perna esquerda. Yang Yin desviou com o quadril. E a espada de prata desceu em um arco horizontal que cortou o ar com um ruído seco.
Tyrone recuou. E no espaço entre eles, lanças surgiram.
*Swiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiing…*
Centenas de espadas de prata saíram do chão e cercaram Tyrone por todos os lados.
Tyrone saltou, girando, e deixou para trás uma onda de gelo que congelou parte das espadas. No ar, ele invocou placas de aço ao redor dos braços, como se fossem asas, e mergulhou com sua espada em mãos.
Yang Yin girou o corpo, flutuando lateralmente, e desviou o ataque, mas o impacto da queda rachou o solo.
*Crack… Crack… Crack…*
As fissuras se espalhavam como raízes raivosas sob o impacto da queda, mas nenhuma delas foi o bastante para desequilibrar os dois guerreiros. Yang Yin deslizou para trás com os pés tocando o chão suavemente, como se o atrito não lhe pertencesse. Tyrone aterrissou com peso e firmeza, fazendo o solo ao redor se curvar sob sua presença.
Ambos estavam armados. Ambos estavam no centro de um campo saturado por suas criações.
Espadas.
Espadas por todos os lados.
Algumas cravadas no chão. Outras suspensas no ar. Umas com formas simples, brutas e funcionais, criadas por Tyrone com ferro, aço e instinto. Outras finas e afiadas como navalhas, moldadas com prata refinada e precisão quase cirúrgica, geradas pela vontade fria de Yang Yin.
E ali, naquele instante, o campo deixou de ser um campo.
Virou uma forja viva.
Virou uma arena de lâminas.
Tyrone foi o primeiro a avançar.
Sua espada girou com o braço. Três lâminas flutuantes o seguiram. Uma na retaguarda, uma na diagonal, e outra à frente, como se preenchessem os ângulos mortos de seu próprio movimento.
Yang Yin respondeu sem recuar. Ele não apenas defendeu, ele dançou com o ataque.
A espada de prata na sua mão desceu em arco reto, rebatendo o golpe frontal. No mesmo segundo, duas de suas espadas flutuantes deslizaram como serpentes cortando o ar, interceptando as lâminas auxiliares de Tyrone.
*Clang. Clang. Clang.*
O som metálico se multiplicava. Mas não havia caos. Era como uma orquestra.
Tyrone saltou, girando o corpo, e chamou mais espadas da terra. Lâminas pesadas, feitas de ferro bruto e aço polido, surgiram ao seu redor em forma de anel. Ele as controlava como se fossem membros extras, e elas giravam ao seu redor, golpeavam com força centrífuga e recuavam num padrão quase sobrenatural.
Yang Yin, em resposta, fez o chão emitir um ruídosuave. O som de prata raspando prata.
*Shhhhhhiiiiiiing…*
Novas espadas brotaram. Lâminas longas, outras curtas como adagas, todas finas, elegantes e letais. Elas formavam padrões no ar, linhas de ataque e defesa ao mesmo tempo. E enquanto Tyrone avançava como um lobo cercado de lanças, Yang Yin se movia como uma brisa afiada dentro de um campo minado.
*Craaaaaaaaaaaaash…*
Tyrone golpeou com tudo. Uma sequência de oito ataques, três deles reforçados pelas lâminas orbitais. Yang Yin se curvou, desviando por baixo do primeiro corte e, com um gesto, redesenhou sua formação de espadas. Cinco lâminas colidiram contra as armas de Tyrone, desviando sua trajetória.
E então veio o contra-ataque.
*Zuuuuuuuuuuuum…*
Yang Yin não avançou. Ele apenas deu um passo para o lado. Mas esse passo gerou um redemoinho de lâminas. Três espadas caíram sobre Tyrone de cima, enquanto quatro surgiram pelas costas, fincando-se no chão e explodindo em fragmentos metálicos afiados.
Tyrone defendeu o alto com a espada e girou no ar para escapar das de trás, mas um dos fragmentos atingiu seu ombro.
*Splaaaaaaaaah…*
O sangue escorreu. Quente.
Ele grunhiu e respondeu com brutalidade.
“Se você quer lutar com muitas lâminas… Eu retribuirei a gentileza!” Tyrone falou e logo em seguida cravou os punhos no chão.
Imediatamente, dezenas de lâminas saltaram do solo ao seu redor. Espadas largas, espadas curtas, katanas e lâminas duplas.
As espadas erguidas por Tyrone não eram jogadas aleatórias de metal bruto. Cada uma tinha um propósito. Cada uma se encaixava em uma sinfonia que apenas ele conhecia de cor. O aço sob seus pés não era apenas material, era uma extensão de sua memória, de seus instintos, de sua compreensão íntima da guerra.
Ao cravar os punhos no chão, ele não apenas chamou as lâminas, ele despertou uma partitura antiga.
*Vuuuuuuuuum… Vuuuuuuuuum…*
As espadas giravam em órbitas caóticas e, ao mesmo tempo, perfeitas.
Umas se erguiam como bandeiras. Outras se lançavam como falcões de guerra. Havia ritmo. Havia matemática. Mas acima de tudo… havia precisão. Era uma dança brutal com o requinte de um mestre de armas.
Tyrone girou o corpo no eixo central, e, no mesmo momento, três espadas avançaram à sua frente. Yang Yin se moveu como um sussurro cortante, desviando da primeira, bloqueando a segunda com a própria espada, e se inclinando sob a terceira com a fluidez de uma gota escorrendo.
Então, ele contra-atacou com um estalo de dedos.
*Clang… shiiiiiiiiing…*
Uma parede de estacas prateadas surgiu do chão sob os pés de Tyrone, tentando empalá-lo enquanto ele girava. Mas ele não girava apenas por estilo, o movimento ativava as espadas orbitais, que desceram como martelos invertidos.
*Boooooooooooooooooooooooooooooooooooooom…*
A explosão de impacto lançou lascas de prata para todos os lados. A colisão foi tanta que abriu uma cratera entre os dois. Yang Yin recuou com leveza. Tyrone deu um salto para trás e caiu sobre uma plataforma de aço que havia erguido minutos antes. Eles estavam criando e destruindo o campo a cada segundo, moldando o planeta à imagem do combate.
Contudo, mesmo em uma luta tão intensa e rápida, ambos pararam por um instante.
A respiração de Tyrone era pesada, mas ritmada. Seus olhos faiscavam sob o suor. Yang Yin, ainda flutuava com a serenidade de um monge e o perigo de uma lâmina embainhada.
“Você aprendeu isso lutando contra bestas?” Yang Yin perguntou, como quem faz um elogio oculto.
“Contra feras e homens piores que você.” Tyrone respondeu. “E você? Onde aprendeu esse tipo de controle?”
Yang Yin levantou o braço direito. A prata ao redor respondeu. Pequenos filetes se juntaram no ar, como poeira obedecendo ao ímã de uma vontade divina.
“Eu nasci bom nisso, mas refinei tudo o que eu era… na Singularidade.” Ele disse.
A palavra caiu como uma pedra no estômago de Tyrone. Aquele nome significava mais do que uma técnica. Era um eco de tragédias, promessas e monstruosidades.
“Você sobreviveu ao tempo.” Tyrone disse.
“Não.” Yang Yin respondeu: “Eu fui moldado por ele. Reconstruído para o meu verdadeiro propósito!”
*Zuuuuuuuuuuuuuuuup…*
Assim que terminou de dizer aquilo, Yang Yin avançou. Mas desta vez não era só ele.
Cinco lâminas de prata o seguiam, desenhando curvas diferentes no ar, como satélites letais.
Tyrone respondeu com uma plataforma de aço que se ergueu sob seus pés e o lançou como uma catapulta viva.
E no centro do campo de batalha, eles colidiram.
*Claaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaang…*
Espada contra espada. Braço contra braço. Impacto contra impacto.
Mas a diferença era que agora, cada vez que colidiam, uma nova arma surgia. Tyrone invocava lâminas de titânio, e as arremessava no corpo-a-corpo com a mesma fluidez com que alguém arremessa socos. Yang Yin respondia não com força bruta, mas com cálculo.
As espadas dele surgiam com ângulos milimétricos, cortando antes mesmo de colidir. Cada estocada de Tyrone era desviada não com força, mas com uma lâmina que surgia do ar e modificava o ponto de apoio do braço dele.
