Capítulo UHL 1028 - Azarado
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*Craaaaaaaaaaaaaaack…*
Mais uma vez, o chão cedeu sob os pés de Tyrone e Yang Yin, mas agora não por um impacto direto. Era o reflexo da pressão crescente, do ritmo cada vez mais insano do combate.
Tyrone girou com o corpo coberto por escudos fragmentados, buscando uma brecha, qualquer brecha. Seu peito arfava, mas não por exaustão. Era frustração. Mesmo com sua capacidade de adaptação, com todo o seu arsenal moldado no instante de cada golpe… ele estava rapidamente ficando para trás.
Yang Yin não lutava com raiva, não gritava, não se exaltava. Ele apenas… se movia. Como se já tivesse dançado aquela sequência mil vezes. Como se cada golpe fosse inevitável, como páginas virando em um livro que só ele conhecia.
*Swiiiing…*
Mais uma vez, uma lâmina cortou de baixo para cima em uma curva perfeita. Tyrone conseguiu bloqueá-la, mas o impacto que veio com o bloqueio não parecia natural. A lâmina vibrava de dentro para fora, como se um campo ressonante estivesse sendo ativado dentro do próprio aço de Tyrone.
Ele recuou três passos.
Mas a prata o seguiu.
A cada recuo, cinco novas espadas surgiam.
E quando tentou forçar uma abertura com um soco revestido de aço e gelo, Yang Yin apenas inclinou o corpo para o lado, e três espadas surgiram ao redor de sua cintura, como se fossem costelas metálicas. Uma bloqueou o punho, outra a perna que vinha em seguida, e a terceira… cravou-se superficialmente no ombro de Tyrone.
*Splaaash…*
Ele grunhiu e saltou para trás, girando com brutalidade e explodindo o chão abaixo com uma descarga sísmica que jogou espadas, gelo e fragmentos de rocha para os céus.
Por um segundo, Yang Yin sumiu da visão.
Tyrone girou o corpo, atento, mas o som de uma lâmina assobiando no ar o pegou pelo lado.
*Vuuuuuuuuuuuuuuuuuuuup…*
Quando olhou, já era tarde.
Uma espada prateada atravessou sua defesa lateral e rasgou o lado de seu abdômen. O corte não era profundo, mas carregava algo além da lâmina: conduzia um tipo de substância, que parecia expandir-se dentro do ferimento.
“Urrrgh…”
Tyrone caiu de joelhos, pressionando o local com uma placa de aço criada no ato.
*Clang…*
A lâmina que o atingira flutuou de volta até Yang Yin, que a encaixou calmamente entre os dedos, sem pressa. Como se estivesse apenas recolhendo ferramentas após um serviço meticuloso.
“Você é bom.” Yang Yin disse, com aquela voz calma que mais parecia um diagnóstico: “Mas continua pensando como um general. Cada golpe seu é pensado como uma tática de guerra. O problema… é que essa luta não é uma guerra. É uma execução.”
Tyrone, por sua vez, levantou devagar. Seu rosto agora estava sério. Não de medo. Mas de resignação.
Ele sabia.
Sabia que estava sendo vencido.
Mas não abaixaria a cabeça.
“Então que seja uma execução com sangue nos olhos.”
Ao dizer isso, Tyrone socou o chão com força.
*Booooooooooooooooooooooooooom…*
Toda a região ao redor deles se transformou. Estacas de aço, lâminas, correntes, torres pontiagudas feitas de gelo e ferro, se ergueram por todos os lados. Ele criou um labirinto de espadas. Uma catedral da morte ao seu redor. Mas não era para vencer.
Era para atrasar.
Tyrone sabia que havia mais tropas no subsolo. Sabia que seus homens, mesmo em desvantagem, ainda poderiam escapar, se tivessem tempo.
Mas tempo… não era algo que Yang Yin pretendia conceder.
Ele flutuou alguns metros no ar.
A prata começou a brilhar ao seu redor.
*Swooooooooooooosh…*
Espadas flutuantes se elevaram.
Duzentas… trezentas… talvez mais.
O céu sobre a base esquecida de Gaiah foi tomado por pontas afiadas. Eram lâminas tão numerosas e perfeitamente posicionadas que ofuscaram a luz do sol.
Tyrone ergueu um domo de aço ao redor do campo.
Yang Yin, então, apontou com dois dedos. E as espadas começaram a girar.
Rápido.
Mais rápido.
Mais rápido ainda.
Até que o som do ar cortado se tornou uma sinfonia aguda.
*Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz…*
E então, com um leve estalar de língua…
As lâminas desceram.
O domo de aço de Tyrone, bombardeado pelas lâminas, segurou as primeiras.
Depois as segundas.
Mas logo começou a rachar.
O som dos estilhaços sendo empurrados para dentro ecoou como trovões.
Tyrone cravou as mãos no chão para manter o escudo ativo, mas as bordas do domo já estavam sendo atravessadas por estocadas precisas.
Foi aí, no pior momento de sua luta, que ele ouviu.
Um novo som.
Mas não das espadas.
Não da prata.
*Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz…*
A chuva de espadas prateadas seguia seu curso, triturando o domo metálico criado por Tyrone. A estrutura se mantinha firme apenas pela vontade inquebrantável do guerreiro, que usava cada fio de energia espiritual para sustentar aquele escudo improvisado.
Mas não era suficiente.
O aço vibrava.
As bordas começavam a ceder.
*Ping… ping… craaaaaaaack…*
E então, o novo som chegou.
Primeiro como um estalo abafado.
Depois, como um chiado contínuo, grave… e doentio.
*Fssssssssssssssssssssssssssssssshhhhhhh…*
Tyrone ergueu o rosto, ainda sob a cúpula de aço, tentando entender o que estava vindo do leste, mas o cheiro foi mais rápido que os olhos.
Era um cheiro pútrido.
De carne corroída.
De metal oxidado.
De morte adiantada.
De tudo que já deveria ter apodrecido, mas ainda estava em pé por pura teimosia.
A parede do domo se abriu.
Não por colapso.
Mas por derretimento.
O aço se deformava como manteiga em brasa, escorrendo por entre os sulcos do próprio campo de batalha. As espadas prateadas de Yang Yin, que deveriam estar destruindo o escudo, se afastaram por instinto. Algumas se desfizeram antes mesmo de tocar aquela fumaça opaca.
Tyrone recuou um passo.
Depois outro.
Os soldados atrás dele começaram a gritar.
“Fogo! É fogo! Está vindo por baixo!”
“Não… Não é fogo comum! MEU BRAÇO…!”
*Fsssh… fsssh… Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*
O chão rompeu.
E das rachaduras, emergiu o horror.
Yang Fen.
Vestindo uma túnica escura queimada em seus próprios pontos de ignição, com os olhos cinzentos como cinzas vivas. Os cabelos revoltos como chamas que se esqueceram de ser belas.
Ele caminhava.
Não corria.
Não voava.
Apenas caminhava.
E a cada passo, o chão morria.
Literalmente.
As partículas de gelo, terra e rocha ao redor dos pés dele se tornavam negras, deformadas, como se fossem esquecidas pela criação e amaldiçoadas a uma podridão eterna.
Os soldados que tentaram enfrentá-lo foram os primeiros a cair.
Um deles avançou com uma lança de alta qualidade nas mãos.
*Fshhhhhhh…*
A lança derreteu antes mesmo de ser lançada.
Outro veio por trás, girando duas espadas.
Yang Fen sequer olhou.
Com um movimento curto da mão, ele liberou uma onda de fogo cinza. Não era rápida. Não era explosiva. Mas era… inescapável.
A onda tocou o ar.
O ar tremeu.
O soldado foi atingido de raspão. E explodiu por dentro.
O grito que ele soltou não foi humano. Foi um som estranho, que misturava surpresa e a falência súbita de todos os órgãos ao mesmo tempo.
“Meu sangue… MEU SANGUE ESTÁ…”
Ele começou, mas ele não terminou. Porque já era pó.
Tyrone arregalou os olhos.
“Atrás…” Enquanto Tyrone via o seu dia piorar, Yang Yin também se moveu, mas devagar, permitindo que o companheiro surgisse com o impacto digno de uma entidade mitológica.
Yang Fen parou ao lado dele.
O contraste entre os dois era gritante.
Yang Yin era precisão. Era prata, lógica e frieza.
Yang Fen era degradação. Era calor, desespero e entropia. Mas só de olhar para eles dava para perceber que estavam perfeitamente coordenados.
“Cheguei tarde?” Yang Fen perguntou, com a voz rouca e grave, como se arranhasse a garganta de quem ouvia.
“Não.” Yang Yin respondeu: “Chegou na hora em que ele ainda pensa que tem alguma chance.”
Tyrone apertou os dentes ao ouvir aquilo.
“Se vierem os dois…” Ele murmurou: “Não há brecha. Não há cobertura.”
E como se as palavras dele fossem um convite ao pesadelo, Yang Fen estalou os dedos.
*Tac.*
O som foi simples.
Mas o que veio depois foi tudo… menos simples.
O fogo cinza se espalhou.
Não em chamas abertas. Não em explosões.
Ele rastejava como uma doença. Como um bolor milenar surgindo das rachaduras do próprio mundo. Onde tocava, a energia espiritual se desfazia. As armas derretiam. Os ossos estalavam.
A terra não queimava, ela se desfazia.
Os soldados de Decarius, tão bem treinados, tão preparados para qualquer missão, tentaram resistir.
Contudo, como se resiste a algo que não é só destruição… mas descomposição, também?
Um cultivador com escudos de terra tentou levantar uma barreira para proteger os aliados.
A barreira surgiu, mas logo virou pó.
Ele, então, olhou para as mãos.
Elas estavam cinzas. E começaram a esfarelar.
“Não… Não, não, não!”
Outro guerreiro tentou voar. Alçar voo e se afastar daquilo, mas o ar estava contaminado.
As suas pernas apodreceram em pleno ar.
Ele caiu. Mas não gritou, pois já não tinha mais voz.
Tyrone rugiu como um animal raivoso. Uma explosão de energia cobriu seu corpo. E ele tentou lutar.
Tentou reagir, porque se ele não fizesse nada, todos ali morreriam.
