Capítulo UHL 1029 - O Último Bastião
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*Fsssssssshhhhhh…*
A terra continuava se decompondo. O mundo ao redor de Tyrone, antes uma base fortificada, erguida com suor, estratégia e sacrifício, agora se assemelhava ao interior de uma fornalha profana, onde o ar se corrompia, a luz era engolida e a própria estrutura da matéria se desmanchava como papel úmido.
Ele manteve o campo defensivo ativo ao redor de si, sustentado por camadas e mais camadas de aço, mas a verdade era simples: a cada segundo, ele perdia.
Aos poucos.
Inevitavelmente.
O fogo cinza não era apenas calor. Era ruína. Era uma abominação da qual Tyrone nunca tinha ouvido falar que existia.
“Aaaaaaaaaaaaaaaargh…”
Um pouco distante dali, um de seus tenentes gritou, mesmo enquanto desaparecia. O braço que ele estendera para puxar um companheiro em chamas foi o primeiro a cair. Depois o peito. Depois o rosto.
Tyrone olhou, e pela primeira vez desde o início daquele inferno, hesitou.
O horror se tornava cada vez maior, porque não havia o que salvar. Só o que impedir.
*Boooooooooooom…*
Ele golpeou o solo com ambos os punhos, erguendo muralhas de aço e gelo ao redor da formação principal dos soldados. Criou túneis de fuga. Sinalizou para os que ainda estavam vivos se moverem.
“RECUEM!” Ele gritou, com a garganta inflamada pela fumaça tóxica e pela pressão espiritual ao redor de Yang Fen.
Mas era inútil.
Os soldados corriam, mas caíam.
E os que não caiam… hesitavam, paralisavam de medo e confusão. Porque mesmo se sentindo inúteis, eles sabiam que deixar Tyrone para trás era assinar uma sentença de vergonha.
*Craaaaaaaaaaack…*
Enquanto isso, o aço sob os pés dele começou a rachar.
O calor morto de Yang Fen corroía tudo. E o silêncio de Yang Yin tornava aquilo pior. Como se a morte viesse de todos os lados, mas ninguém estivesse com pressa.
“Droga… Droga…”
Tyrone se xingava por dentro.
Não porque fosse fraco.
Mas porque era tarde.
De novo.
Assim como foi no Vale da Esperança.
A lembrança veio como um relâmpago em meio à tempestade, mas sem som, sem imagem. Apenas a sensação. O peso no peito. A impotência. O momento em que sentiu a presença inimiga invadindo, e mesmo assim… não conseguiu evitar. Os gritos. Os escombros. Os corpos. A certeza de que, mesmo sendo um grande lutador, ele falhou como homem.
“Não… não dessa vez…” Tyrone se negava a aceitar que aquilo acontecesse, de novo.
O punho dele se apertou com força suficiente para machucar a pele. Ele estava descarregando em si mesmo toda aquela frustração.
Então, mais uma vez, ele ergueu defesas. Mais uma vez, usou a energia espiritual que restava para formar barreiras sobre barreiras. Estacas por baixo, armaduras sobre os soldados, túneis blindados com camadas alternadas de gelo e titânio.
Cada passo, de cada homem, era uma dor. Cada respiração, uma lâmina que perfurava seu peito.
Mas ele continuava.
Gritando ordens.
Protegendo com o corpo.
Comandando pelo exemplo.
Até que, em um momento de puro desespero… ele cedeu.
Não aos inimigos.
Mas ao orgulho.
Com um gesto, Tyrone ativou o amuleto de transmissão sonora. A sua voz, então, clamou um pedido de socorro, canalizando seu último pedido por reforços.
“Aqui é Tyrone…” Sua voz saiu trêmula, rouca, afundada em dor: “Código preto. Guardiões Imperiais. Yang Yin… e Yang Fen… estão aqui.”
Houve um silêncio do outro lado.
Depois, uma resposta.
Mas não foi a que esperava.
A energia do canal mudou. Tornou-se densa. Familiar.
A voz que emergiu… Era de Zao Tian.
“Tyrone… estou ouvindo. Mas não posso ir agora. Aguente só alguns minutos.”
Tyrone fechou os olhos por um segundo. Ele sabia. Se Zao Tian se movesse para ajudá-lo, a guerra toda poderia mudar de rumo. Ele estava ocupado demais ajudando várias frentes ao mesmo tempo, e caso ele parasse, a pressão sobre os pontos estratégicos explodiria.
Mesmo assim… ouvir aquilo foi como ser atingido mais uma vez.
“Então… então diga a alguém… diga a qualquer um…” Ele pediu.
A voz de Zao Tian soou mais firme, como se fizesse um pedido de juramento: “Já está sendo feito. Yang Hao… já partiu. Aconteça o que acontecer, sobreviva, Tyrone!”
Tyrone, porém, não respondeu. Ele não queria mentir.
A conexão foi cortada, e o silêncio tomou conta.
E pela primeira vez, Yang Yin reagiu. Um canto sutil do seu lábio esquerdo se ergueu, quase imperceptível.
“Então ele vem.” Ele comentou, como se esperasse por isso.
Yang Fen, por sua vez, soltou um som grave. Quase um riso: “Perfeito.”
*Boooooooooooooooooooooooooooooooooooom…*
Logo em seguida, sem nenhum aviso, o chão rompeu de novo, devido a uma explosão de chamas de Yang Fen. A barreira de Tyrone se quebrou. Suas costas se arquearam, e ele cuspiu sangue.
Mas ele continuou de pé.
“Venham… seus desgraçados…” Ele provocou, tentando atrair as atenções dos dois para ele.
Depois, ele criou duas espadas grossas de aço vivo, infundidas com fragmentos de gelo. Cada lâmina se alongava e vibrava de acordo com seu fluxo de energia espiritual.
Ele se jogou sobre Yang Yin, tentando forçar um confronto direto.
*Claaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaang…*
As espadas colidiram com uma muralha de lâminas prateadas.
Yang Yin desviava, dançava, movia-se com aquela perfeição mecânica que o tornava mais irritante do que mortal. Ele não usava força. Usava inevitabilidade.
Cada ataque de Tyrone era desviado com um giro de punho. Cada corte rebatido com precisão milimétrica. Mas Tyrone não parava.
“Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaargh…”
Um grito irrompeu da sua garganta, e ele explodiu toda sua reserva espiritual ao redor. O campo de batalha tremeu. O gelo tomou o ar, e as pontas metálicas se curvaram, como se o planeta inteiro respondesse ao seu chamado.
“SEUS LIXOS!!!” Tyrone xingou, e logo em seguida, ele virou o corpo e lançou uma lança feita de núcleo cristalino e camadas alternadas de terra e aço fundido contra Yang Fen.
*Vuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuup.*
O projétil cortou o campo, rasgando o espaço ao redor com um assobio que parecia amaldiçoado.
Yang Fen estendeu a mão.
O fogo cinza emergiu.
E então… a lança derreteu antes de chegar perto.
“…” Tyrone ficou em silêncio por um instante.
Aquilo… não fazia sentido.
Nem as leis da física, nem as da alquimia, nem as espirituais.
Era puro… desespero encarnado.
Yang Fen, depois de frustrar Tyrone, mais uma vez, avançou para um confronto direto pela primeira vez.
E ele foi rápido. Tão rápido que o ar não conseguiu acompanhar.
*Booooooooooooooooooooooooom…*
Tyrone foi atingido e lançado para trás, atravessando suas próprias barreiras. As dele costelas se partiram. O sangue jorrou e o braço direito se contorceu de forma errada.
Ele bateu forte contra uma montanha, mas, ainda assim, ele se levantou.
*Crack.*
Ele ajustou o ombro com uma expressão séria, cuspindo o sangue que se acumulava na garganta.
Depois, TYrone olhou para os restos da base. Para os corpos. Para os que ainda lutavam. Para os que estavam tentando salvar outros.
E ali, no meio do inferno…
Ele se ajoelhou.
Ajoelhou não por fraqueza.
Mas por fé.
Ele desenhou um símbolo com o sangue e a terra, o brasão da aliança de Decarius. A insígnia da promessa. E sussurrou: “Pelos que vieram antes…”
*Booooooooooooooooooooooooooooooom…*
Uma explosão soou ao longe.
“Pelos que ainda vivem…”
O fogo se espalhava.
“E pelos que não posso mais proteger…”
Logo em seguida, ele fechou os olhos.
As lágrimas escorreram pelo seu rosto, não pela dor física. Mas pela alma que se quebrava mais uma vez.
*Zuuuuuuuuuuuuum…*
Um zunido estranho atravessou o campo devastado, como se o próprio tempo tivesse hesitado por um segundo.
Tyrone ainda estava ajoelhado quando a luz sumiu.
Não porque anoiteceu. Mas porque eles estavam se movendo.
Yang Yin e Yang Fen, lado a lado, caminharam em direção ao último general do campo. E mesmo que não dissessem uma palavra, a mensagem era clara como a lâmina de uma guilhotina: aquele seria o fim.
Tyrone, com o corpo partido e as roupas quase todas em chamas, ergueu os olhos.
“Vamos lá… seus bastardos... mostrem do que são feitos.”
*Craaaaaaaaaaaack…*
Ele se levantou. A perna direita tremia, o braço esquerdo estava quase inútil, mas a coluna… a coluna ainda erguia a cabeça de um guerreiro.
Ele se concentrou por um último instante e canalizou toda a energia espiritual que ainda conseguia reunir. A pele dele foi envolta por fragmentos cristalizados de metal líquido, que se fundiam ao gelo e se moldavam como escamas vibrantes. Era sua armadura final. Não pela defesa, mas pela honra.
“Não vou morrer ajoelhado.” Ele disse
E então… eles vieram.
Yang Yin foi o primeiro. Como um corte de navalha no meio da noite, avançou com velocidade absoluta. Duas lâminas prateadas surgiram em rotação orbital, uma vindo de cima e outra de baixo.
Tyrone se defendeu com um movimento circular, mas não viu a terceira.
*Splaaaaaaash…*
Uma espada atravessou sua coxa.
Antes que pudesse gritar, o chão abaixo dele explodiu em chamas cinzas.
Yang Fen havia tocado o solo. E tudo ao redor de Tyrone… começou a apodrecer.
O aço da armadura se abriu em rachaduras negras. O gelo, antes puro, foi corroído como carne necrosada. Os músculos internos queimavam como se estivessem sendo arrancados por dentro.
“Aaaaaaaaaaaaaaaaargh…”
Ele saltou, girando no ar, tentando escapar do círculo ardente, mas ao cair, foi recebido por um enxame de espadas de prata, disparadas por Yang Yin em uníssono.
*Splash. Splash. Plash. Plash…*
Uma. Duas. Três. Quatro. Cinco. Seis espadas…
Todas cravadas em pontos não letais. Como se estivesse sendo dissecado vivo com precisão clínica.
A sétima, porém, foi a mais cruel.
Ela veio por trás e atravessou sua clavícula, saindo pelo peito.
Tyrone caiu com um dos joelhos no chão, arfando.
Ele não sentia mais o braço esquerdo, mas ainda segurava a espada com a mão direita.
“ISSO É TUDO?!” Ele rugiu, erguendo-se com um salto, perfurando o peito de Yang Yin com sua espada congelada.
Ou pelo menos tentou.
Porque a lâmina, devido ao seu portador enfraquecido… foi parada com dois dedos.
Yang Yin, impassível, sorriu friamente e empurrou a arma de volta e girou o corpo, fazendo a lâmina de Tyrone estourar contra o próprio rosto dele.
Sangue.
Dentes.
Estilhaços de metal voaram.
Mas o pior ainda viria.
Yang Fen estendeu a mão, e uma lança de chamas cinzas surgiu. Fluida como fumaça, mas afiada como uma vingança.
*Fwoooooooooooosh.*
Ela voou. E atravessou a barriga de Tyrone.
O calor da lança fez seus órgãos internos se contorcerem. Mas o fogo… o fogo começou a se espalhar.
Não por fora. Por dentro.
O braço de Tyrone, o direito, o único que ainda lutava, começou a queimar de dentro para fora.
“Não… não…” Ele caiu de joelhos novamente, não aceitando ser derrotado, não ainda. Contudo, o braço latejava, escurecia, se partia em bolhas.
Então, sem pensar, sem hesitar… Ele ergueu a espada com a mão esquerda, mesmo sem força. E cortou o próprio braço direito.
*Swiiiiiiiiiiing…*
O som foi seco. Mortal.
*Poof.*
A carne caiu. A espada também. Mas o fogo… parou.
Pelo menos por agora.
Tyrone então caiu de costas.
Ele olhou para cima e o céu parecia mais escuro.
As vozes dos poucos soldados restantes já não se ouviam. Mas ele… ainda via.
Ainda sentia.
Mesmo atravessado por lâminas. Mesmo ardendo por dentro. Mesmo sangrando da boca, dos olhos, do estômago.
*Splash. Splash. Splash…*
Mais seis lâminas.
Uma em cada perna.
Uma no ombro esquerdo.
Uma na lateral do pescoço.
E duas no abdômen.
Treze perfurações no total.
Mas a alma dele… não se curvava.
Mesmo jogado, mesmo meio morto… ele falou.
Baixo, mas firme.
“Se vão me matar… que seja com respeito. Olhem nos meus olhos.”
Yang Yin, por um segundo, parou.
Yang Fen não.
Ele avançou, com chamas subindo dos braços como cobras de calor necrosado.
Mas antes que pudesse terminar… o ar mudou.
*Boooooooooooooooooooooooooooooooooooooom…*
Um pulso espiritual que parecia vir do próprio planeta se expandiu pelo campo de batalha.
A terra tremeu.
As chamas de Yang Fen… hesitaram.
As lâminas de Yang Yin… vibraram.
Todos os corpos, vivos e mortos, foram empurrados por uma onda invisível.
E então, uma voz.
Calma.
Poderosa.
Imperial… Soou.
“Chega.”
No horizonte, entre o céu negro e o solo rachado… surgia Yang Hao.
Os olhos inigualáveis do Imperador não estavam furiosos.
Estavam silenciosos, decepcionados. E aquele silêncio era pior do que qualquer ameaça.
Tyrone não podia se mover.
Não sentia mais as pernas, os braços, nem o peso do próprio corpo.
Apenas o vento.
Ou melhor, aquilo que ele imaginava ser o vento, uma brisa que não pertencia àquele campo de batalha. Era mais suave, mais limpa. Parecia vir de um lugar distante. De casa, talvez.
Ele piscou, com dificuldade.
Os olhos, ainda abertos, se fixaram na silhueta que caminhava em sua direção.
Yang Hao.
O imperador.
Alguém que em outras condições ele jamais conheceria, mas que agora era um irmão de armas.
Um dos símbolos de um mundo que Tyrone havia jurado proteger.
Sua mente se esforçou para acompanhar. Cada pensamento era como empurrar uma rocha morro acima, mas, ainda assim… ele pensou.
“Você veio…” Seu coração já batia em um ritmo quebrado, ora apressado, ora lento. A pele estava fria e úmida. Cada batida que ainda resistia era como o tilintar final de um sino rachado.
Mas ele sorriu.
Internamente, com aquilo que restava de sua consciência.
Tyrone havia resistido até o limite. Lutado além do suportável. Gritado contra o impossível. E mesmo ali, perfurado, queimado, mutilado… ele não caiu antes que Yang Hao chegasse.
Não houve alívio.
Não houve paz.
Mas houve honra.
E, com isso, para ele… bastava.
“A missão foi cumprida…” Ele murmurou.
Seu corpo, agora imóvel, ainda estava deitado de costas, com os olhos voltados ao céu, quando a sombra de Yang Hao finalmente o alcançou.
Mas, no íntimo do general, já não havia mais tempo.
Ele não sentia o impacto do chão sob o peso das botas do imperador. Não ouvia mais os gritos ao longe, nem as correntes de energia rasgando o ar.
Tudo era silêncio.
Como uma noite sem estrelas.
Sem dor.
Sem urgência.
Sem guerra.
Tyrone respirou uma última vez.
Pouco ar entrou.
Mas foi o suficiente para pronunciar algo inaudível. Um movimento quase imperceptível dos lábios.
“Obrigado.”
A última palavra.
A última oferenda de um homem que entregou tudo, absolutamente tudo, pelo que acreditava.
E então, o mundo se apagou para ele.
As imagens desapareceram.
O tempo perdeu sentido.
A guerra… terminou.
Pela primeira vez em toda a sua vida, Tyrone não estava lutando. Não estava defendendo ninguém. Não estava protegendo. Não estava mandando. Não estava sofrendo. Não estava carregando fardos.
Ele apenas… partiu.
E no campo de batalha devastado, e agora triste, Yang Hao parou diante do corpo do general.
Não disse nada.
Não gritou.
Não se ajoelhou.
Ele apenas olhou.
E olhou por longos segundos.
Como se tentasse compreender se aquilo era real.
O corpo de Tyrone estava ali. Fragmentado. Aberto. Envolto em brasas secas e metal negro.
Mas seus olhos, ainda abertos… não demonstravam dor.
Apenas descanso.
Yang Hao se aproximou um passo.
Mais um.
E então, com a ponta dos dedos, fechou as pálpebras do companheiro de armas.
Foi um gesto simples.
Pequeno.
Mas carregado com a solenidade de um funeral de um rei.
As chamas cinzas ainda lambiam os escombros ao redor. As lâminas de Yang Yin ainda flutuavam no céu. Mas nenhuma delas se moveu.
Porque ali, naquele instante, um herói tinha perecido, mas o imperador havia chegado.
