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Capítulo UHL 1034 - Possuído

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Tenham uma boa leitura!]


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Longe de Yang Hao e seu dever de fazer justiça por Tyrone, Ryuuji estava parado em silêncio absoluto. A notícia que chegara sobre Tyrone ainda reverberava em sua mente como um martelo cruel, esmagando cada fragmento de calma e disciplina que ele construíra ao longo de sua vida.


Diante dele, o campo de batalha conhecido como Planície Rubra fervia com violência. Ao seu lado, Kyon lutava contra os agentes do Olho, mas o olhar de Ryuuji parecia distante, perdido em outro tempo, em outra batalha, em outro lugar. 


Naquele silêncio estranho e mórbido, a imagem do sorriso arrogante e amigável de Tyrone era tudo que o samurai conseguia enxergar.


"Ryuuji?" Quando percebeu aquilo, Kyon chamou, preocupado com a imobilidade incomum do samurai, mas não houve resposta.


Tudo estava parado demais. Calmo demais. Silencioso demais.


Trinta longos segundos se passaram, e nenhum inimigo ou aliado se aproximou de Ryuuji. Era como se ele tivesse deixado de existir, de ser notado por qualquer intenção, seja ela boa ou ruim.


Ele apenas ficou lá… Sozinho, calado, isolado… E então, como uma onda se chocando contra rochas, a fúria emergiu subitamente das profundezas de seu coração. Uma fúria que ele jamais sentira antes. Seus olhos, sempre calmos como águas profundas, agora queimavam com uma intensidade assassina.


*Krrrrrrrrrrrr…* Sem dizer uma única palavra, ele sacou lentamente a Tsurugi Iro. 


A katana emergiu de sua bainha com um ruído metálico assustadoramente sereno, reluzindo em tons pulsantes de vermelho e negro. Assim que a lâmina ficou livre de sua prisão, sua aparência começou a mudar, assumindo uma coloração prateada com veios coloridos, adaptando-se instantaneamente ao ambiente hostil, caótico e aos vários tipos de energia espiritual dos inimigos que estavam ao redor.


A espada parecia ser capaz de reconhecer quem era hostil e quem era aliado, como se pudesse ler os corações mentes deles. Contudo, era o portador que inconscientemente identificava todas aquelas pessoas, mirando, julgando e condenando cada uma delas…


"Campo de Domínio…" Sussurrou Ryuuji, quase inaudível, mas alto o suficiente para que uma explosão invisível se propagasse ao redor dele.


O espaço de várias dezenas de metros foi imediatamente isolado numa bolha perfeita e invisível, mas perceptível, onde Ryuuji reinava absoluto. Ali dentro, seus sentidos se aguçaram, sua visão ficou mais nítida e sua velocidade ultrapassou limites humanos.


E assim… começou o massacre.


*Swiiiiiiiiiiiiiiiiiiiing…* O primeiro grupo de soldados inimigos sequer viu o ataque chegando. Em um instante estavam inteiros, e no outro, partes de seus corpos estavam espalhadas pelo solo, com sangue e vísceras cobrindo a grama, tingindo-a de vermelho. A lâmina de Ryuuji passara tão rápido que eles ainda tinham expressões de surpresa em seus rostos decepados e despedaçados que caíam ao solo.


*Swoosh.* Seguindo o único desejo em seu coração, que era o de matar, Ryuuji avançou como uma entidade sobrenatural. A cada passo, soldados do Olho eram despedaçados. O próprio ar ao seu redor parecia gritar, implorando uma clemência que não existia. 


Com movimentos mínimos, quase elegantes, mas executados pelo mais puro ódio e intenção assassina, ele fatiava braços, pernas e troncos como se cortasse papel. A força de seus golpes fazia o sangue jorrar em todas as direções, criando um quadro grotesco e brutal de vingança pura.


A violência de um espadachim, na sua forma mais crua, estava sendo encarnada por Ryuuji.


*Splaaaaaaaaaaaaaash…* No seu caminho, um inimigo tentou reagir, levantando uma lança contra ele, mas Ryuuji apenas girou a lâmina uma vez e, com um movimento rápido e preciso, que pareceu um, mais foram vários, cortou o homem em dezenas de pequenos pedaços, que caíram como chuva diante dele.


"TYRONE!" O grito de Ryuuji finalmente explodiu, ecoando por toda a planície. E agora, quem ainda não tinha visto ele… Enxergou… Encarou a face do seu inevitável fim.


Os soldados inimigos mais próximos de Ryuuji, que viam o massacre acontecer, corriam desesperadamente, tentando se afastar da tempestade viva que avançava contra eles, mas era inútil. A Tsurugi Iro vibrava com energia, cortando tudo em seu caminho. O próprio chão tremia sob a violência que Ryuuji exercia contra aqueles que ousaram estar em seu caminho no dia em que perdeu um amigo.


Um comandante inimigo, robusto e aparentemente experiente, tentou confrontá-lo diretamente. Ele mal teve tempo de erguer sua espada antes de ser reduzido a um torso sem braços, que tombou lentamente, enquanto Ryuuji avançava impiedosamente contra os demais.


Kyon parou de lutar por um instante ao ver aquilo, horrorizado e fascinado pela brutalidade elegante e assustadora do companheiro.


"É… ele realmente saiu do sério dessa vez…" Kyon reconheceu.


Enquanto isso, a cada golpe, Ryuuji liberava toda sua dor e revolta. Os soldados inimigos, agora apavorados, já não tentavam lutar, apenas fugiam inutilmente da morte inevitável que os perseguia. O sanguedeles encharcava o solo, os corpos mutilados empilhavam-se em montes horrendos, testemunhas mudas da fúria do samurai.


E como se acompanhasse o humor de seu portador, a katana voltou a mudar, desta vez assumindo uma tonalidade negra profunda com reflexos prateados, adaptando-se ao caos que ela mesma criava. O ar ao redor vibrava, o espaço parecia se dobrar sob a força de seus movimentos, que ele mal podia acompanhar.


Uma barreira energética foi erguida por um grupo de cultivadores do Olho, numa tentativa desesperada de contê-lo. Ryuuji, porém, sorriu de forma fria e macabra, erguendo sua espada. Com um único corte vertical, não apenas a barreira, mas todos os cultivadores atrás dela foram cortados ao meio. 


O próprio solo se abriu em um sulco profundo que se estendia até o horizonte e tocava o coração do planeta.


Alheio a tudo o que acontecia ao redor e focado apenas na sua vontade de matar, de se vingar de qualquer um que tenha a menor relação com aqueles que mataram o seu amigo, ele avançava como uma divindade vingativa, como se a cada vida tomada ele pudesse trazer de volta aquele que perdera. Cada movimento seu era acompanhado de gritos desesperados, ruídos de carne sendo rasgada, ossos estilhaçados e o som quase rítmico do sangue caindo como chuva vermelha.


Ryuuji seguia imparável, cada movimento de sua lâmina era uma sentença de morte executada com precisão letal. O domínio que ele criara tornou-se uma extensão de sua dor e fúria e o espaço ao seu redor vibrava, dobrando-se à vontade destrutiva de seu espírito ferido. Para aqueles que observavam à distância, era difícil acreditar que aquele tornado de violência era o mesmo samurai calmo, disciplinado e reservado que eles conheciam.


Kyon observava-o atônito, enquanto as tropas do Olho fugiam em pânico. O samurai era como uma força da natureza descontrolada, algo impossível de ser detido ou contido. Cada inimigo que cruzava seu caminho era rasgado, dividido e pulverizado. Não havia piedade, não havia misericórdia, apenas vingança. Sangue espirrava continuamente, pintando a grama da Planície Rubra com uma camada viscosa de desespero.


Ryuuji já não falava, sequer gritava. Não havia tempo para palavras, não havia motivos para elas, pois suas ações comunicavam tudo o que ele sentia. Sua espada, Tsurugi Iro, continuava a vibrar e mudar, transformando-se a cada instante para acompanhar os ataques desesperados dos inimigos, cortando tudo que ousasse se opor ao seu avanço.


Um grupo de soldados inimigos, acuado, tentou se entregar, jogando suas armas ao chão e erguendo as mãos em súplica. Mas Ryuuji, em sua dor cega e profunda, não via mais soldados, não via mais pessoas, não via nada além de inimigos responsáveis pela perda irreparável de um amigo.


Um golpe veloz como um relâmpago cruzou o ar, deixando para trás apenas pedaços irreconhecíveis daqueles homens que tentaram se render. Eles não tinham mais o direito de clemência. Não mais.


Com o passar dos minutos, Ryuuji parecia imerso em uma espécie de transe sombrio. Seus olhos estavam turvos, vazios, como se algo profundo dentro dele tivesse rompido. Os aliados que ainda lutavam próximos dele começaram a recuar instintivamente, sentindo um medo primitivo tomar conta de seus corações.


Kyon tentou se aproximar, chamá-lo novamente, mas foi impedido pelo terror que a aura do samurai gerava. Ele recuou dois passos, sentindo as pernas tremendo, enquanto a energia esmagadora de Ryuuji quase o fazia cair de joelhos.


"Ele está fora de controle..." Kyon murmurou, impotente, enquanto via a destruição continuar. Kyon até poderia se aproximar, mas fazer isso sem lutar contra o seu próprio amigo era impossível naquele momento. 


Mais soldados do Olho chegavam ao local da batalha, tentando reforçar as linhas, mas ao verem Ryuuji avançando como uma entidade infernal, muitos paravam abruptamente, dominados pelo terror mais puro. Alguns chegavam a virar as costas e fugir, preferindo arriscar a deserção à morte certa que o samurai oferecia.


Mas nem mesmo fugir era possível. Com um movimento veloz, Ryuuji projetou uma onda cortante que percorreu quilômetros em segundos, cortando dezenas de soldados que tentavam escapar, deixando no ar apenas pedaços e sangue pulverizado que caíam lentamente sobre a terra devastada.


Depois de Ryuuji liberar aquele tormento, o medo já não pertencia apenas ao Olho, mas também aos seus próprios aliados. Alguns soldados do Vale da Esperança, que já haviam ouvido histórias sobre Ryuuji, sentiam agora o verdadeiro significado da expressão "espírito de vingança". E mesmo eles, do mesmo lado, mantinham distância, hesitantes em entrar na zona mortal ao redor dele.


"Ele está possuído..." Comentou um soldado assustado, com a voz trêmula: "Nunca vi ninguém assim antes."


“Ryuuji… você não merecia passar por isso…” Disse Kyon, num murmúrio triste, sabendo que aquilo não era prazer, mas o mais puro desespero e agonia sendo transformados em fúria.


E ainda assim, ninguém ousava interferir. Não havia como parar aquela força devastadora. Não naquele momento.


Ao fim de quase meia hora daquele massacre interminável, quando não havia mais inimigos em pé e o chão da Planície Rubra tornara-se um rio de sangue, carne e ossos, Ryuuji finalmente parou. Seu corpo tremia levemente, não pelo cansaço, mas pelo vazio sombrio que se instalou em seu peito. A adrenalina que alimentara sua fúria começava a dar espaço à dor real e profunda da perda.


A lâmina Tsurugi Iro parou lentamente de vibrar, reassumindo sua cor original, refletindo tristemente a luz do sol manchada pelo sangue. Ryuuji caiu de joelhos, com sua espada ainda empunhada, e o silêncio que se seguiu foi mais ensurdecedor do que os gritos e o massacre que haviam acabado de cessar.


As tropas ao redor observavam o samurai com uma mistura de respeito, medo e profunda tristeza. Eles sabiam que Ryuuji nunca sentira prazer naquilo. O que testemunharam não era alegria pela violência, mas o tormento de alguém que perdeu uma parte de si mesmo. O samurai sempre havia valorizado a vida acima de tudo, e agora ele estava cercado por milhares de mortes causadas por suas próprias mãos.


Kyon, finalmente reencontrando uma brecha, caminhou lentamente até Ryuuji, ajoelhando-se ao seu lado: "Ryuuji… eu sinto muito…"


O samurai não respondeu de imediato, mas sua respiração era irregular e seus olhos estavam fixos no chão ensanguentado.


Finalmente, após um silêncio angustiante, ele sussurrou com voz fraca e trêmula:


"Eu não queria isso, Kyon… nunca quis."


Kyon não respondeu. Ele sabia que nenhuma palavra traria conforto agora.


Ryuuji ergueu lentamente a cabeça, encarando o horizonte coberto de morte que ele mesmo criara. Cada corpo mutilado, cada poça de sangue era uma cicatriz na sua alma, lembranças que ele carregaria para sempre. Mas era algo que ele precisava ter feito. Ele precisava punir o Olho, precisava fechar cada olho que, mesmo por um instante, ousasse comemorar a morte de Tyrone.


"Isso não traz ele de volta…" Ele murmurou, com lágrimas silenciosas finalmente escorrendo por seu rosto manchado pelo sangue alheio: "Mas eles precisavam sentir o preço de tirar alguém como ele de nós."


Kyon colocou a mão sobre o ombro de Ryuuji, apertando levemente, num gesto silencioso de compreensão. Naquele momento, não havia nada mais a dizer.


Como se decretasse o fim daquela batalha, o vento soprou suavemente sobre a Planície Rubra, levando consigo a promessa silenciosa feita pelo samurai:


Ele nunca mais perderia alguém daquela maneira.


E, acima de tudo, Ryuuji não permitiria que a morte de Tyrone fosse esquecida.


Porque agora, ele carregava consigo mais do que apenas uma espada e uma missão. Carregava o peso imenso e doloroso das vidas que ele havia tomado, e a responsabilidade ainda maior de jamais deixar o sacrifício de Tyrone ter sido em vão.


E enquanto o céu ficava mais escuro, cobrindo a planície ensanguentada com sombras, Ryuuji permaneceu ajoelhado ali, em silêncio, em luto, cercado pelos fantasmas de sua própria dor e pelos sussurros da promessa que acabara de fazer.




O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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