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Capítulo UHL 1041 - Decisivo

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Tenham uma boa leitura!]


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Em Setor Gris, a presença de Shara’Kala solidificava algo que, até poucos segundos atrás, a Trindade recusava acreditar… eles estavam em desvantagem.


Não em número.


Não em poder bruto.


Mas em controle.


E para eles… isso era inaceitável.


Zao Tian, por sua vez, não parecia interessado em prolongar a tensão. Ele queria acabar com aquilo de forma rápida e precisa, mas seus olhos se voltaram para o lado, onde Drake ainda respirava com dificuldade e foi colocado, por Cruz, deitado sobre os escombros de um asteroide despedaçado, entrelaçado à própria dor.


Sem dizer palavra alguma, Zao Tian foi até ele.


Drake tentou se mexer, mas falhou. O sangue seco em seu rosto contrastava com o brilho insistente dos seus olhos que diziam que ele ainda queria lutar. 


Mas o corpo de Drake não respondia mais. 


Ele já não tinha mais o controle sobre nada.


De forma lenta e até caridosa, a mão de Zao Tian pousou sobre o peito dele, e, para Drake, foi como se o universo inteiro respirasse pela primeira vez.


Uma onda de energia espiritual, não apenas poder, mas vitalidade em sua forma mais concentrada, atravessou os poros de Drake como fogo líquido.


Aquela era uma chama que não ardia, não queimava, mas dava vida. Dava algo parecido com uma segunda chance.


Seu corpo, frágil até agora, arqueou involuntariamente, os olhos dele se arregalaram com um brilho esverdeado, e o ar fugiu de seus pulmões como se algo estivesse sendo arrancado de dentro dele e devolvido ao mesmo tempo.


“Q… que porra é essa…?” Ele pensou, trêmulo.


E enquanto isso, a coisa mais estranha que Drake já sentiu, continuava a acontecer.


A dor que assolava seu corpo estava desaparecendo.


Não estava diminuindo… Estava desaparecendo.


Os pulmões dele, antes colapsados, inflaram como se nunca tivessem sido feridos. Como um recém nascido que dá o seu primeiro suspiro de vida.


As costelas, quebradas em vários ponto e dissolvidas em outros, se reconstruíram e realinharam com sons abafados, mas sem dor. 


Quanto aos tecidos internos… Eles se reconstituíram com uma rapidez inacreditável.


Músculos tensionados voltaram a vibrar com vida. O tato retornou, e o simples movimento de fechar um punho, antes impossível, voltou a acontecer.


Foi tudo muito rápido, muito impressionante. Mas o que mais o chocou… era o que sentia por dentro.


Era paz. Na sua forma mais pura.


Algo que Drake jamais havia sentido por inteiro. Uma energia que ele nem imaginou que poderia existir, mesmo num universo tão vasto.


“Isso… Isso não é só cura…” Ele, então, sussurrou, ofegante, conseguindo falar pela primeira vez desde que foi subjugado pela Trindade, e encarando Zao Tian como quem encara algo entre o milagre e o absurdo: “É como se você tivesse me puxado de volta do nada…”


Zao Tian, contudo, ainda concentrado, soltou uma última descarga de energia e então recuou a mão, limpando o sangue que escorria de seus próprios dedos. 


Ele não sorriu. Não fez pose. Não se vangloriou.


Apenas olhou Drake nos olhos e disse:


“Afaste-se. Eles não vão tocar em você de novo. Eu juro.”


Drake, mesmo confuso, soube que aquilo não era arrogância. Era uma promessa de alguém que não estava ali para ganhar louros, mas para resolver um problema.


A mente dele se agitava cada vez mais à medida que ele se lembrava de Zao Tian quando jovem. Do garoto que todos queriam matar e tinha que ser protegido a qualquer custo.


Drake já trabalhou para salvar a vida de Zao Tian. Ele já lutou pelo homem a sua frente e pela família dele. 


Contudo, agora… os papéis foram invertidos.


Mais rápido do que qualquer um poderia teorizar, Zao Tian passou de protegido à salvador. E era ele, o moleque arruaceiro, quem estava salvando a vida de um General. De um dos homens mais temidos do mundo.


Entendendo isso… Sabendo que as coisas tinham mudado drasticamente, Drake assentiu devagar, puxando o próprio corpo para trás com os joelhos, ainda ofegante… mas vivo.


E foi nesse instante que Zao Tian girou a foice no ar e sumiu da posição.


Ele desapareceu da frente de Drake como se nunca tivesse ali. E só depois de alguns instantes ele ouviu..


Um baque trovejante ecoou ao longe. Seguindo Zao Tian em seu movimento.


Ao mesmo tempo, do lado oposto, Shara’Kala se moveu.


Ela não rugiu.


Não anunciou.


Apenas avançou, com o machado em mãos, mirando diretamente o pescoço de Rachid.


*Vooooooooooooooooooom…*


O golpe veio como o balanço de um mundo caindo.


A lâmina da arma de Shara’Kala cruzou o vazio como uma foice da morte, rasgando o espaço com tamanha violência que deixou um rastro de energia atrás de si. O ar, mesmo inexistente no vácuo, parecia estremecer.


Rachid girou o corpo no último instante, com o reflexo quase falhando diante da precisão brutal daquele ataque. Um filete de sangue se formou em seu pescoço, marcando que a margem entre viver e morrer havia sido de um mero suspiro.


Sem chão, sem gravidade, sem direção absoluta, apenas caos estava adiante. Um caos no qual ele agora precisava lutar pela sua sobrevivência.


Mesmo com o desvio de Rachid, Shara’Kala não deu trégua.


Antes mesmo que o giro de Rachid terminasse, a Khan já puxava o machado de volta para um novo golpe, enquanto a outra mão ergueu a espada escura, marcada por runas vivas que queimavam com um tom violáceo e tribal.


*Swiiiiiiiiiiiiiiing…* 


A espada cortou em um arco lateral, mirando o abdômen de Rachid.


*Boooooooooooooooooooooooom…*


Ele recuou com um impulso explosivo de energia espiritual, criando um rastro de estilhaços cósmicos atrás de si enquanto se afastava, mas Shara’Kala o perseguiu como uma fera sem rédeas. Como um predador que não enxergava mais nada que não fosse sua presa.


Enquanto Shara’Kala perseguia Rachid e tentava matá-lo em cada um dos seus golpes, cada movimento dela rompia o silêncio do espaço com a fúria viva de mil guerras esquecidas.


“MERDA!” Rachid rosnava, tentando puxar a sua lança, mas a distância e o tempo pareciam não cooperar.


A arma dele finalmente surgiu, mas quando isso aconteceu, a lâmina de Shara’Kala já estava ali, colidindo com a haste e forçando-o a bloquear ao invés de atacar.


*Claaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaang…*


O som agudo reverberou como metal arrastado sobre vidro celestial.


O impacto fez Rachid voar para trás, com o braço inteiro vibrando. Mas Shara’Kala era implacável. Ela o caçava não com arrogância, mas com determinação implacável. Como se fosse uma caçada pessoal, e Rachid fosse apenas uma presa que ousou se esquivar da morte por tempo demais.


Enquanto isso, Cruz permanecia parado, com olhos fixos no centro do campo de batalha, onde Zao Tian se movia em direções impossíveis.


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Zao Tian havia disparado para cima dos outros dois irmãos como uma linha de luz dourada e esmeralda. Sua foice girava em um padrão irregular, como se estivesse viva, antecipando os contra-ataques de Samir e Amin antes mesmo de acontecerem.


Samir, agora de volta ao campo, mas com parte do rosto destruído ainda regenerando, avançava com uma fúria crua. Seus pés jamais tocavam o “chão” inexistente do espaço, mas sua movimentação era ancorada por lâminas de ar comprimido que o impulsionavam como estacas explosivas, enquanto fragmentos de rochas negras flutuavam ao redor de seu corpo como satélites raivosos, formados a partir de um tipo de basalto espiritualmente reforçado.


Cada soco lançado por Samir era acompanhado por projéteis invisíveis de vento cortante e esferas compactadas de minério pontiagudo, como se pedaços de um planeta inteiro fossem dilacerados e transformados em munição.


Mas Zao Tian estava sempre um passo à frente.


Ele girava, desaparecia, recortava o espaço com sua foice e surgia em ângulos quase absurdos. Em certos momentos, seu corpo parecia dobrar o vácuo, sumindo da percepção e voltando onde não deveria ser possível.


Samir tentou antecipá-lo de todas as formas possíveis.


Ao invés de atacar diretamente, ele moldou abaixo de si uma estrutura rochosa circular, girando como uma roda gigante vertical feita de ferro e obsidiana reforçadas com sua energia espiritual. 


Ele lançou tudo aquilo contra Zao Tian como uma engrenagem viva, girando a uma velocidade tremenda.


Zao Tian, porém, não tentou desviar.


Ele apenas estendeu o braço, e sua foice desceu em um arco limpo e devastador.


*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*


A lâmina cortou a enorme estrutura em duas, e o impacto gerado naquele instante lançou uma onda de choque em todas as direções, desintegrando partículas rochosas como se fossem feitas de pó.


Samir foi pego no refluxo do próprio ataque, e, por um segundo, seu corpo girou desgovernado, abrindo brechas em sua defesa.


Brechas que Zao Tian explorou, mas Amin tentou cobrir.


O irmão mais versátil, distante de Zao Tian, reunia energia em um fluxo que só podia ser descrito como dançante.


Água e relâmpago se entrelaçavam ao redor de suas mãos. Uma esfera azul-clara pulsava entre seus dedos, onde faíscas salpicavam umidade condensada, criando uma espécie de bolha de plasma.


Ele a lançou.


“Coração do Trovão Submerso” Amin recitou aquela palavras, criando uma junção de dois elementos que se anulavam e colidiam ao mesmo tempo.


Depois de lançada, a esfera explodiu em pleno voo, liberando uma torrente de vapor supercondutor, uma névoa densa e elétrica que prendia a percepção e causava colapsos nervosos muito fortes.


Zao Tian, ao sentir o toque da névoa, parou.


Por um instante, ele parecia ter sido pego.


Mas, em seguida, ele moveu os dedos com calma, mostrando que não era bem assim.


Uma onda de energia espiritual, verde, percorreu sua pele e neutralizou os efeitos da névoa antes que ela se fixasse. A resiliência da sua energia vital, moldada por anos de domínio e estudo da pureza, rebatia os estímulos mistos que Amin tentava causar em seu corpo.


A névoa se dissipava aos poucos, mas Amin já moldava o próximo ataque. Suas mãos se entrelaçaram em um movimento espiralado, como se desenhasse o símbolo do infinito no ar. Fagulhas azuladas dançavam ao redor de seus braços, misturando-se com gotas que flutuavam como esferas de vidro prestes a explodir.


“Dilúvio Condutor.”


As palavras, sussurradas por ele, ativaram um círculo que se abriu em sua frente, formado por água puríssima e veios de eletricidade correndo em seu interior como artérias de um coração artificial. A estrutura girou uma única vez… e então rompeu.


*Baraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaum…*


Uma cascata de água caótica, cortada por raios que se bifurcavam em espirais, foi expelida para fora do círculo como se fosse o ventre de um dilúvio. O espaço em volta ficou translúcido, e tudo o que tocava era paralisado por choques intensos e vaporizado logo em seguida. 


A pressão daquilo era absurda. Era um verdadeiro oceano em pleno vácuo.


A torrente colossal avançava como o rasgar de um mundo inteiro, mas Zao Tian não tentou levantar muralhas ou projetar barreiras.


Ele apenas ficou ali… parado.


Não por imprudência, mas por compreensão.


Seus olhos, ainda que concentrados, estavam calmos… calmos como a luz de um farol que atravessa tempestades há milênios. Ele sentia a energia daquela investida. Sentia a água, o plasma, o trovão, o caos. Sentia tudo em sua plenitude, como se o universo gritasse nos ouvidos de todos… exceto nos dele.


E quando o Dilúvio Condutor estava prestes a engoli-lo… foi nesse exato momento que Zao Tian brilhou.


Não de forma espalhafatosa.


Mas como se sua própria existência, ali, rejeitasse as trevas.


Um lampejo dourado e puro vazou por entre os poros de sua pele. A foice sumiu de suas mãos, absorvida de volta pelo núcleo de seu ser, e sua aura expandiu. Não como uma aura comum. Aquilo era luz verdadeira. Não aquela que apenas ilumina o escuro, mas a que expulsa o que é impuro. A que revela. A que cura. A que condena.


Era a luz da origem.


O caótico ataque de Amin colidiu com ele… e parou.


Não desacelerou. Parou. Como se tivesse encontrado algo que a existência dela não compreendia. Um ponto fora da curva. Um eixo de realidade incompatível com o resto.


O ataque colidiu com Zao Tian em cheio, e por um breve momento, tudo ao redor se apagou sob a intensidade do Dilúvio Condutor. A pressão da água, combinada com as descargas elétricas em espiral, era suficiente para destroçar estruturas planetárias. Era uma técnica criada para matar, não para abrir brechas, não para testar o inimigo, mas para encerrar a luta com um único impacto.


E, mesmo assim, Zao Tian não recuou.


O primeiro impacto o envolveu com força, empurrando-o para trás em um arco curvado, como se ele estivesse prestes a ser lançado para fora do setor inteiro. Mas então, algo brilhou por baixo da pele. Uma camada de energia espiritual se ativou ao redor de seu corpo, translúcida e contínua, como uma película de pressão reversa.


Zao Tian não manipulava o fogo, mas dominava a luz, e com ela, havia desenvolvido um tipo de defesa que reagia à temperatura, à aceleração de partículas e à polarização da energia que o atingisse. Sua luz não absorvia os ataques. Ela os descompunha, atomicamente, em efeitos previsíveis, que podiam ser compensados com resistência física, técnica e condução adequada.


A água do Dilúvio Condutor, carregada com eletricidade instável, começou a se dissipar ao redor dele como se tivesse algum tipo de aversão. Parte evaporava pela elevação abrupta de temperatura, causada pelas vibrações moleculares induzidas pela própria luz espiritual de Zao Tian. Outra parte era desviada, escorrendo lateralmente pelo campo de energia em torno de seu corpo, sem conseguir exercer a pressão total que deveria.


Ainda assim… ele sentia.


Sentia os choques atravessando suas fibras musculares. Sentia os capilares estourando sob a condução elétrica. Sentia os braços tremerem e a mandíbula travar enquanto a água tentava afogar cada célula viva com sobrecarga elétrica e pressão desequilibrada.


Mas ele resistia.


Resistia com um olhar sério, com os pés firmes em nada além do vácuo, e a vontade que carregava desde que viu Drake daquele jeito. Desde que escutou sobre o massacre de Enya. Desde que voltou da Singularidade e não pôde ver vários conhecidos seus, que morreram no ataque ao Vale da Esperança.


*Splaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…* 


Quando o turbilhão começou a perder força, não porque ele havia cessado, mas porque Zao Tian havia suportado o núcleo mais destrutivo da técnica, sua mão se ergueu outra vez.

*Clap.*


Com um estalo sutil, a foice reapareceu, girando por trás do seu ombro como um braço de alavanca, movida pela inércia do próprio corpo.


*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*


A torrente colapsou sobre si mesma, criando uma cortina de névoa ionizada. Samir avançou no mesmo instante, querendo aproveitar a brecha. Seu braço direito já estava coberto por placas negras moldadas a partir dos fragmentos de basalto reforçado. Era uma lâmina improvisada, curva, grande o bastante para dividir Zao Tian ao meio.


*Swoosh.*


Mas Zao Tian não esperou.


Ele não queria mais medir terreno. Não queria mais entender os irmãos.


Ele já havia entendido.


Eles eram monstros, moldados pelas próprias escolhas.


E por ele… estavam prestes a cair.


A foice desceu em linha reta, cortando a névoa com um assobio irritante.


*Wooooooooosh…*


Samir desviou às pressas, torcendo o corpo com uma explosão de ar atrás de si, mas Zao Tian já esperava isso. 


*Baaaaaaaaaaaaaang…*


Ele girou junto, com o cotovelo à frente, e acertou o maxilar exposto do inimigo com força suficiente para fazê-lo girar no ar.


Samir balançou, e antes que pudesse reorientar o centro de massa, uma corrente de energia espiritual percorreu sua coluna, como se seu próprio corpo tivesse sido empurrado para dentro de um vórtice gravitacional.


Mas aquilo não era gravidade.


Era Zao Tian controlando a forma da luz em torno dele para criar microzonas de pressão e calor, distorcendo os sentidos e forçando o inimigo a lutar fora de sincronia com o ambiente.


E foi nesse instante que Amin voltou ao ataque.


Ele não gritou. Não anunciou. Apenas deslizou lateralmente, com as mãos espalmadas, lançando quatro jatos paralelos de água pressurizada em altíssima velocidade, com amperagem suficiente para interromper qualquer sinal neuromuscular se atingissem diretamente a pele exposta.


Zao Tian girou a foice com uma mão e usou a outra para projetar um feixe de luz no vácuo. 


*Splaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*


Ele dividiu o ataque.


Com aquele movimento, Zao Tian interceptou os jatos d’água e os rebateu com um corte horizontal que converteu parte da energia cinética em movimento tangencial, espalhando os fluxos em direções seguras.


Porém, a água ainda era água.


E ela grudou.


A roupa e de Zao Tian se colou ao corpo, enquanto as faíscas elétricas saltavam nos vincos e recantos do tecido, tentando encontrar pele viva para queimar.


Zao Tian rosnou em silêncio, sentindo os músculos contraírem involuntariamente. Mas, mesmo assim, ele nem piscou.


Ele avançou.


E a foice finalmente acertou.


*Splaaaaaaaaash…*


Ela cruzou o espaço e atingiu o ombro de Samir, rasgando a carne reforçada por micro camadas de aço, com um som grave. Samir gritou, mais por instinto do que por dor. Seu braço imediatamente girou para revidar, mas Zao Tian já tinha sumido de novo.


*Swoosh.* Quando ele foi visto de novo, ele apareceu acima de Amin, com a foice girando ao redor do pulso como um pêndulo invertido, prestes a cair.


Amin tentou invocar um novo círculo de água, mas foi interrompido por uma flor que brotou em um lugar inusitado...


Uma única flor, surgida no meio do peito dele.


Ela se abriu em silêncio, e, por um instante, sua respiração falhou.


“Não…” Amin sussurrou, engasgando.


Zao Tian desceu com a foice… e não acertou o corpo.


Ele acertou a flor.


*Booooooooooooooooooooooooooooooooooooom…*


Depois de ser atingida, a energia acumulada no centro vital de Amin foi dispersa em todas as direções.


A explosão de luz apagou toda presença ao redor e arrancou os dois irmãos para lados opostos, deixando uma espiral de energia e faíscas atrás de si.


E no centro da espiral… Zao Tian descia.


Seus pés flutuavam sobre o vácuo.


Seu peito subia e descia com força.


Mas os olhos…


Os olhos estavam fixos.


“Vocês três… não vão tocar em mais ninguém.”


A respiração dele era tensa.


A foice tremia um pouco.


Mas a luz…


A luz ao redor de seu corpo era firme.


Não como um milagre.


Mas como uma decisão.




O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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