top of page
Garanta o seu exemplar.png

Capítulo UHL 1044 - Aliança

[Capítulo patrocinado por Alberto Augusto Grasel Neto. Muito obrigado pela contribuição!!! 


ATENÇÃO: LINK ATUALIZADO. Venham fazer parte da nossa comunidade no Telegram! https://t.me/+tuQ4k5fTfgc1YWY5


ATENÇÃO: OS EXEMPLARES FÍSICOS E DIGITAIS DO PRIMEIRO LIVRO DE O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ JÁ ESTÃO DISPONÍVEIS NAS MAIORES LIVRARIAS DO BRASIL E DO MUNDO. APOIE O NOSSO TRABALHO E GARANTA JÁ UM EXEMPLAR TOTALMENTE REESCRITO E REVISADO, E COM TRECHOS INÉDITOS.


Quer ver um mangá de O Último Herdeiro Da Luz? Então, a sua ajuda é muito importante para que possamos alcançar novos limites!


Para patrocinar um capítulo, use a chave PIX: 31988962934, ou acesse https://www.ultimoherdeirodaluz.com/patrocinarcap para outros métodos de pagamento, que podem ser parcelados em até 3x sem juros.


Para ver as artes oficiais da novel, que estão sendo postadas diariamente, siga a página do Facebook https://www.facebook.com/Herdeirodaluz


Ou a página do instagram https://www.instagram.com/herdeirodaluz/


Todas as artes e outras novidades serão postadas nas nossas redes sociais, e vêm muitas outras por aí, então siga as nossas páginas e não perca a chance de mostrar à sua mente qual é o rosto do seu personagem favorito!


Ps: Link do Telegram atualizado!


Tenham uma boa leitura!]


-----------------------


Enquanto uma guerra acontecia por todo o universo, o silêncio de Decarius não era natural.


Visto do espaço, o planeta mantinha sua majestosa aparência de sempre, com auroras dançando nas regiões polares, continentes gigantescos que pareciam pulsações de vida, e oceanos densos, cujas profundezas escondiam formas arcaicas de vida. Mas para aqueles que observavam atentamente, os sinais da fragilidade estavam em toda parte.


Em Gard, as muralhas que uma vez vibravam com a força de dezenas de mestres estavam tênues, sustentadas apenas pelos exércitos regulares e poucos cultivadores de nível intermediário. As planícies outrora repletas de exércitos, campos de treinamento e fortificações, estavam vazias, sem os gritos de batalha que moldavam a cultura guerreira daquele povo. As escolas estavam fechadas. Os salões, frios. Os líderes estavam longe.


No sul de Hill, as florestas que pulsavam com a vida abundante ainda estavam de pé, mas os anciões que cuidavam do equilíbrio natural haviam partido. As bestas demoníacas mantinham uma distância instintiva das aldeias, talvez por medo, talvez por respeito, mas sabiam, como todo ser intuitivo, que algo havia mudado. Um silêncio incômodo pairava entre os galhos e as raízes daquele lugar, se alastrando para todo ser que pisava sobre aquelas terras.


Na Dinastia Yang, as escadarias do palácio imperial estavam sob vigilância constante, mas de guardas comuns. Os santuários de instruções, que normalmente recebiam sábios e mestres diariamente, estavam trancados, lacrados com selos que não resistiriam a uma verdadeira investida. Os Guardiões Imperiais, sempre tão presentes, haviam sumido. E os moradores dos vilarejos próximos sabiam que a presença do poder foi embora.


Em Kaos, a região do caos eterno, onde o deserto se funde com a fúria e a sobrevivência é uma arte, o silêncio era ainda mais claro. As arenas estavam vazias. As tribos estavam dispersas. Os grandes guerreiros, aqueles que jamais se curvavam a ordens, agora seguiam outra causa… fora do planeta.


Decarius estava exposto.


E em nenhum momento desde o início da guerra isso havia acontecido com tamanha nitidez.


Para Anúbis, que observa e esperava por um momento assim, isso não era apenas uma vulnerabilidade.


Era um convite.


--------------------------------------


No mesmo ponto fixo do espaço onde o silêncio era uma constante, Anúbis agora não estava sozinho.


Diante dele, três figuras flutuavam em posição respeitosa. Deuses Protetores, forjados emuito antes que Decarius fosse um ponto relevante no universo. E, à frente deles, com as garras sobre os próprios joelhos, sentado sobre uma estrutura metálica flutuante, havia um Krovackiano.


E ele ra enorme.


Aquele Krovackiano tinha os ombros largos como de um titã de guerra, e uma couraça natural feita de placas ósseas de seres mortos por ele. Seu rosto era uma mistura entre brutalidade e nobreza degenerada, e seus olhos pareciam sempre famintos por ação. Ele não usava adornos. Não carregava armas. Por que ele era a arma.


"Você está seguro da sua informação, deus?" Ele perguntou, em tom rouco e profundo, quase zombeteiro.


"Totalmente." Anúbis respondeu, com a voz controlada, sem qualquer mudança de tom: "Decarius, o planeta humano, está vulnerável como nunca esteve."


O Krovackiano bufou, mas não em deboche. Em frustração.


"Até aqui… essa guerra era entre vocês e eles. Nós observamos, claro. Vimos vocês perderem influência, território, templos, devotos. Eles ganharam espaço, aliados, prestígio... Mas, até agora, nenhum dos lados ousou cutucar o que é nosso."


"Vocês são pragmáticos." Anúbis afirmou, com ares de reconhecimento e até de respeito, antes de prosseguir: "E é por isso que estou falando com você agora."


Os Deuses Protetores que acompanhavam Anúbis permaneceram calados, observando tudo. Eles sabiam que Anúbis não desperdiçava palavras com mortais que não valessem à pena.


"Essa ruptura aclamada pelos humanos pode parecer libertadora para alguns… mas para uma raça como a sua, é uma ameaça estrutural. E você sabe disso" Ele continuou: "Eles querem destruir os pilares da estrutura universal que existe desde à criação, sem ter ideia do que vão colocar no lugar."


"Sim… Nós também temos esse receio." O guerreiro Krovackiano respondeu, finalmente assumindo a seriedade do momento: "Com os deuses, nós aprendemos a negociar, a lutar, a sobreviver. Sabemos onde vocês são fortes e onde são frágeis. Sabemos o que vocês querem e como dar, na medida que ambos os lados precisam e podem. Mas com eles… não temos mapa. Não temos precedentes."


“O Grande Arcanjo e seu tempo ficaram no passado, onde pertencem. Esses humanos de hoje não são ele. O que vejo ao olhar para eles… é apenas um espelho…”


"Exatamente." Anúbis respondeu: "Eles criam variáveis incontroláveis. Infiltram ideias de revolta entre os povos. Estão fazendo até os orcs hesitarem."

“O espelho que você vê é real, porque eu garanto que a humanidade consumirá tudo quando tiver os meios para isso.”


“Nós estamos entre eles e o equilíbrio. Eles nunca nos vencerão, mas… Eu tenho que enxergar e pensar em todas as possibilidades. E sendo assim, caso eles consigam vencer, quem você acha que será o próximo alvo deles?”


“Eles começaram a criar um senso de polícia universal. E em nome dessa tal paz que eles pregam, muitos já começaram a morrer e ser intimidados.”


“Sendo uma raça expansionista, livre, bélica e forte, você não consegue perceber que o próximo vilão que a humanidade apontará serão vocês, Krovackianos?”


“Veja o que aconteceu com os orcs…”



“Se é necessário… Eu vou repetir… Os humanos fizeram até eles hesitarem. Os seus maiores rivais, em bravura e batalhas, foram colocados para sentar como cachorrinhos.”


Quando Anúbis terminou de falar, o Krovackiano arregalou os olhos, franzindo o cenho e questionando: "Os orcs? Por que você está mencionando eles… está tentando me manipular?"


"Talvez. Mas você conhece o ódio que eles têm por vocês… e pelos elfos. E agora, parte deles começou a questionar até isso. Alguns começam a dizer que vocês não são o verdadeiro inimigo. Que o verdadeiro inimigo são os deuses."


“Você está ganhando inimigos ainda piores com a expansão da raça humana.”


“Quando orcs se aliarem a eles, você será atacado por um exército muito maior do que todos os outros que já enfrentou.”


“Eu estou te mostrando um panorama geral da situação dos Krovackianos na nova ordem que está sendo proposta pelos humanos.”


“E antes que diga que não tem medo… Apenas pense um pouco… Algum humano te procurou para propor uma aliança?”


Um silêncio denso pairou após aquela pergunta.


Aquelas palavras, ditas de forma tão fria por Anúbis, atingiram fundo o Krovackiano.


"Isso é inaceitável." O Krovackiano, depois de alguns segundos pensando, disse, erguendo-se da estrutura metálica. Ao mesmo tempo, seu corpo emitiu um estalo, como placas de aço sendo realocadas, e ele continuou: "Se essa contaminação de pensamento se espalhar, teremos uma geração inteira de estúpidos acreditando em alianças improváveis. Sem disciplina. Sem honra. Sem Krovackianos."


"Então interrompa isso agora." Após escutar aquilo, Anúbis sugeriu: "Se mexa antes que o vírus se espalhe. Decarius está sem seus líderes. Os povos estão desprotegidos. Não é preciso destruir… apenas mostrar força. Desorganizar. Cortar as pernas."


"Está me sugerindo um ataque direto?" O Krovackiano indagou, cruzando os braços.


"Estou oferecendo algo melhor." Anúbis respondeu, com a frieza de quem não vendia um plano, mas anunciava uma inevitabilidade: "Um ataque com legitimidade. Não como conquista… mas como resposta."


O Krovackiano franziu ainda mais o cenho. As placas ósseas em seus ombros tilintaram quando ele virou lentamente a cabeça, desconfiado.


"Resposta? A quê?" Ele indagou, quase como um rosnado.


"À humilhação que os orcs sofreram em suas próprias casas. À tentativa de domesticar uma raça guerreira. À imposição de valores humanos sobre civilizações milenares que nada têm em comum com eles." Disse Anúbis, e os olhos do Krovackiano brilharam.


Ele conhecia o orgulho orc. Conhecia seus ritos, seus pactos de sangue, seus conflitos ancestrais com os elfos e com sua própria raça. Sabia que os orcs jamais aceitariam ajoelhar-se, mas também sabia que, sob a pressão do avanço humano, algumas tribos estavam hesitando.


"Continue..." Ele murmurou, ainda com os braços cruzados.


"O cinturão orc se estende por dezenas de planetas, e, embora não tenham presença fixa em Decarius, seus ecos ainda ressoam por toda parte. Eles são numerosos, mas descentralizados. Poderosos, mas desorganizados. Contudo…" Anúbis fez uma pausa sutil, deixando que as palavras fermentassem no ar: "Agora eles buscam unidade. E como toda unidade em tempos de instabilidade, ela nasce da necessidade."


"Necessidade de quê?"


"De vingança. De honra. De direção. Muitos deles ainda odeiam os elfos. Outros, vocês. Mas há uma semente nova… uma semente plantada pelos humanos. Uma aliança absurda, que vai contra tudo que os orcs acreditam. E essa semente está crescendo."


O Krovackiano cerrou os punhos, e o som do atrito entre suas placas ósseas ressoou como o anúncio de guerra.


"E você está me dizendo que eles vão se curvar aos humanos?" Ele perguntou.


"Não todos. Ainda há muitas tribos que se recusam. Que ainda se lembram de suas cicatrizes. Que não aceitaram as promessas vazias da tal liberdade humana. São essas tribos… que eu ofereço a você."


Assim que escutou aquilo, o Krovackiano deu um sorriso claramente ambicioso, e perguntou: "Comando direto?"


Anúbis prontamente respondeu: "Comando compartilhado. Mas você dará o primeiro golpe. Você será a lança que atravessa o escudo humano. E os orcs… serão o rugido que virá logo depois."


O Krovackiano se virou, encarando o vazio do cosmos como se já visse os exércitos marchando. Seus olhos semicerrados pesavam cada variável, cada risco, cada consequência. E ao imaginar as tribos orcs lutando ao seu lado, ele não viu fraqueza ou contradição.


Viu sentido. Viu ele ser coroado como o maior de todos os Krovackianos. Aquele que liderou exércitos de seu povo e de povos, antes inimigos, contra um mal maior.


Além das conquistas pessoais, lutar ao lado de orcs, mesmo que por um tempo, daria a ele mais que poder. Daria a ele justificativa. Legitimidade. Um motivo honrado diante do seu povo para atacar antes que o mundo se tornasse irreconhecível.


"Quantas tribos?" Ele então perguntou, com a voz tentando esconder a animação.


"Pelo menos doze planetas inteiros responderam ao chamado. Tribos nômades, clãs antigos, mesmo aqueles que estavam em guerra entre si. Todos unidos por uma única ideia: os humanos deixaram de ser uma raça para se tornar um movimento. E todo movimento precisa ser interrompido… antes de se tornar irreversível." Anúbis declarou.


"Doze planetas…" O Krovackiano murmurou, como se estivesse fazendo os cálculos mentalmente: "Com a nossa vanguarda… e com sua bênção divina… isso pode ser feito. Não é uma guerra. Não ainda. Mas uma demonstração de força. Um golpe que não destrói… mas humilha. Que colcoa os humanos nos seus devidos lugares."


"Exatamente." Anúbis confirmou: "Um ataque em três pontos estratégicos de Decarius. Em locais simbólicos. Locais onde os humanos acreditam que estão seguros, mas onde ninguém pode ajudá-los."


"E os deuses? Vão intervir?" O Krovachiano perguntou.


Anúbis olhou para os seus Deuses Protetores por um breve instante, e respondeu:

"Se o fizerem, estarão deslegitimando a sua luta. Estarão mostrando ao universo que têm medo ou que os humanos estão certos."


“Mas… Ao meu próprio modo, eu estarei com você. Não estou te mandando lutar uma guerra que eu mesmo não tenho coragem de travar.”


O Krovackiano assentiu, pensando. Anúbis tinha entrado profundamente na mente dele. 



O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
bottom of page