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Capítulo UHL 1050 – O Som da Carne Quebrando

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Tenham uma boa leitura!]


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Lá no alto, acima da troposfera, o corpo de Yang Gengi oscilava no ar.


Ele ainda respirava.


Era uma respiração irregular, falha, sustentada apenas por um instinto que beirava o irracional. O sangue escorria por sua mandíbula fraturada, por cortes abertos nas têmporas, por fendas profundas que rasgavam a camada de ouro como se ela fosse feita de tecido comum.


Mas… ele ainda respirava.


E por mais que seus ossos gritassem para que ficasse ali, flutuando, escondido do mundo, Yang Gengi era um Guardião Imperial. Um verdadeiro seguidor do imperador. Alguém que não aceitava morrer de costas, sem avisar aos seus.


Com um esforço descomunal, ele levou a mão trêmula ao peitoral esquerdo e ativou, com um toque hesitante,o seu amuleto de transmissão sonora, um canal de emergência que transmitiria sua localização para qualquer aliado próximo.


“P–por aqui…” Ele sussurrou, cuspindo sangue junto com as sílabas quebradas: “Preciso de… apoio…”


Ele pediu apoio, mas ele não chegou à próxima palavra.


Lá embaixo, parado sobre destroços da cratera que havia criado, o homem de bermuda ergueu os olhos, percebendo que ainda havia vida no seu último alvo.


A aura verde ao seu redor pulsou. Seus olhos, opacos e silenciosos, estreitaram-se em um gesto quase imperceptível.


Ele havia sentido vida, mas também tinha escutado outra coisa...


Aquele inseto ainda ousava pedir socorro.


o homem não disse nada.


Ele nunca desperdiçava palavras com os mortos.


ENtão, num piscar de olhos, ele disparou.


*Boooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooom..*


A atmosfera se rasgou, com uma linha reta e aguda de energia verde cortando o céu. Como um raio que subia ao invés de descer, o homem rompeu todas as camadas do planeta e alcançou Yang Gengi em um segundo.


O Guardião mal teve tempo de se virar.


*Smaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*


O impacto foi direto no abdômen.


O som do punho colidindo com carne só foi abafado por algo muito pior… o som dos órgãos se retorcendo, explodindo por dentro. O baço de Yang Gengi se rompeu. As vértebras lombares quebraram em estalos secos. O corpo dele envergou-se em uma curva impossível antes de ser lançado para trás.


Ele sentiu uma dor inexplicável e girou pelo ar, cuspindo sangue em grandes jatos rubros, e tentou estender a palma da mão para controlar a trajetória. Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa...


o homem apareceu atrás dele.


Com um gancho no rim.


*Baaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaang…*


O baque foi tão severo que o corpo de Gengi se dobrou ao meio. Seu amuleto de transmissão sonora caiu das mãos. A energia espiritual que ele reunía para contra-atacar se dissipou num instante. 


Ele tentou abrir a boca para respirar, e só conseguiu expelir um grito mudo, seguido de um espasmo involuntário.


O homem, então, segurou-o pelo tornozelo e o arrastou no ar por vários metros, como se fosse um pedaço de lixo preso ao vento. E então, sem aviso...


*Crack.*


Um chute no meio das costas.


A espinha de Gengi partiu-se em dois pontos diferentes.


Ele caiu de bruços, em pleno voo, desequilibrado, com os braços moles e os olhos arregalados de dor.


Aquilo nem chegou a ser uma luta, e o homem ainda não tinha terminado.


Sem dar um único pio, ele desceu sobre Yang Gengi como um relâmpago.


*Bang.*


Um soco no lado esquerdo da costela, que gerou múltiplas fraturas.


*Bang.*


Outro, direto no ombro. O osso simplesmente saiu da articulação como se fosse empurrado por dentro.


*Bang.*


O terceiro acertou o esterno, e o tórax se afundou como uma parede oca. Partes das Veias espirituais se rasgaram, e a energia de Gengi deu um estalo instável antes de sumir por um segundo.


E aquilo continuou…


A cada golpe, o céu tremia.


Não pelo poder de explosões.


Mas pela força bruta. Pela fúria sem motivo. Pela força inumana que o homem demonstrava com cada soco, cada chute, cada movimento cruel e preciso.


Yang Gengi tentou juntar ouro ao redor de si. Ele queria endurecer a pele, criar uma casca, forçar uma barreira.


Mas o homem era imparável. E esmagou todas essas tentativas com um único tapa.


Literalmente.


Um tapa com a mão aberta atravessou uma barreira de ouro reforçado e acertou a lateral do rosto de Gengi com tanta violência que parte de sua bochecha foi arrancada.


O Guardião cambaleou no ar, sem direção. Os olhos dele já estavam vermelhos de coágulos de sangue. Mas ele ainda se movia.


Como um cão quebrado que ainda tenta proteger o dono, Gengi começou a reunir energia abaixo dos pés, tentando fugir, tentando usar a velocidade como último recurso.


Contudo, o homem apareceu na frente dele.


E o chute que ele desferiu no joelho de Gengi explodiu a articulação de dentro para fora.


*Craaaaaaaaaaaash…*


Os ossos saltaram pela pele. Alguns foram arremessados pelo ar, enquanto outros ficaram expostos como espinhos.


Yang Gengi gritou.


Finalmente gritou.


Um urro desesperado, sofrido, agudo. Um grito que nem mesmo um guerreiro forjado em séculos de combate conseguiu conter.


O homem, entretanto, não respondeu.


Ele apenas agarrou Gengi pela nuca e o forçou a descer direto contra uma formação rochosa no planeta.


*Boooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooom…*


A pancada abriu um novo vale.


Rochas se partiram. O planeta gemeu. Fendas de quilômetros se formaram em torno do ponto de impacto, como se a crosta estivesse tentando fugir do que testemunhava.


E no fundo daquele abismo recém-formado, o corpo de Yang Gengi jazia parcialmente soterrado, com metade do torso afundado nas rochas estilhaçadas. Seu peito subia e descia em convulsões. A boca sangrava, espumando com a mistura de ar, sangue e dentes soltos. Um olho já estava fechado. O outro… piscava, tentando focar a silhueta do homem que se aproximava.


Ele não entendia como aquilo era possível.


Yang Gengi não era um qualquer.


Ele era um Guardião Imperial. Um dos mais antigos. Um dos mais respeitados. Um dos poucos que já foram publicamente reconhecidos por Yang Hao, o imperador.


Em tempos antigos, Gengi havia vencido criaturas que atravessavam dimensões. Havia soterrado reinos com a manipulação do ouro, moldando campos de batalha inteiros com as mãos nuas. Já havia enfrentado gênios, monstros, deuses e cultivadores que passaram milênios em treinamento. E mesmo assim… nunca havia sido humilhado.


Até agora.


O homem que caminhava na direção dele não usava espada, lança, martelo, nem armadura.


Usava apenas os próprios punhos… e sua existência.


Gengi, ferido, tentou se levantar.


O braço esquerdo não respondeu.


O direito tremia tanto que era difícil chamá-lo de funcional. As pernas estavam em pedaços. Seu joelho direito estava invertido em um ângulo grotesco, latejava com uma dor que ultrapassava o físico e tocava diretamente a alma.


Ainda assim… ele se levantou.


Porque era Yang Gengi.


E Yang Gengi não se ajoelhava para ninguém.


“Você não é… normal…” Ele sussurrou, cuspindo os próprios dentes enquanto falava: “Que tipo de coisa é você…?”


A resposta foi o silêncio.


Sempre o silêncio.


O homem não via necessidade de responder.


Para os mortos, explicações eram perda de tempo.


Ele avançou.


E quando chegou perto de Gengi… o inferno recomeçou.


*Crack.*


Um soco no ombro esquerdo esmagou o que restava da clavícula.


*Bang.*


Um chute direto no quadril arremessou o Guardião contra uma parede de rocha ao lado, quebrando dezenas de metros de pedra compacta.


Gengi caiu no chão, mas antes que pudesse recuperar o equilíbrio, foi puxado pelo cabelo, um gesto grotesco, cruel, que não visava eficiência. Visava humilhação.


O homem o ergueu no ar como se ele pesasse nada.


E então, segurando-o pelos tornozelos, o usou como uma marreta viva.


*BANG.*


No chão.


*BANG.*


Contra as pedras.


*BANG.*


Contra o céu.


*BANG.*


Contra si mesmo.


O próprio corpo de Yang Gengi começou a se despedaçar com os impactos repetidos. Sangue jorrava em todas as direções. Ossos quebrados se projetavam pela pele. As veste já não existiam. Eram uma mera mancha de partículas no ar.


Finalmente, depois de repetir aquilo por incontáveis vezes, o homem o soltou.


Yang Gengi caiu de costas, arfando.


Mas ainda assim, ele tentou… responder.


O homem, porém, esmagou essa tentativa com o calcanhar.


*Craaaaaaaack…*


O peito de Gengi afundou de vez. A luz em seus olhos piscou.


E, então, veio o fim.


Sem dizer uma palavra, o homem ajoelhou-se sobre o peito de Gengi e cravou os dedos na base do pescoço, atrás da clavícula.


Gengi tentou se debater. Soltou um grunhido fraco, quase animal.


Mas já não tinha forças.


O homem segurou firme.


E começou a puxar.


*Rhhhhaaaaaaaaack..*


Os tendões se esticaram até o limite.


A pele se rompeu como couro velho.


O maxilar se desprendeu primeiro, depois as vértebras começaram a sair, uma a uma, com estalos desesperadores.


A cabeça de Yang Gengi foi arrancada na base da força bruta.


Sem espada.


Sem técnica.


Sem piedade.


A coluna cervical do Guardião Imperial veio parcialmente junto, como uma raiz rasgada do tronco.


O corpo largado no chão perdeu a última contração muscular.


A cabeça, ainda presa pelos dedos do homem, sangrava copiosamente, com os olhos já vidrados e imóveis, com a boca aberta como se tentasse gritar até o fim.


O homem não a soltou.


Ele apenas continuou com a cabeça do comandante inimigo nas mãos, em silêncio.


Silêncio absoluto.


E ao redor, soldados imperiais, os poucos que ainda conseguiam flutuar, mesmo sob a pressão daquela aura, assistiram aquela cena terrível.


Ninguém se moveu.


Ninguém falou.


Pois todos sabiam que o que acabaram de ver não foi apenas a morte de um guerreiro lendário.


Foi um aviso.


Um aviso claro de que o inimigo que estavam enfrentando… não era um homem.


Era algo pior.


E ele ainda não havia começado o massacre.





O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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