Capítulo UHL 1054 - A Isca Perfeita
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A transmissão mental que unia os três irmãos da Trindade não cessava nunca. Mesmo em meio às estratégias urgentes e decisões de risco, ela era o elo que mantinha sua visão coesa, uma mente coletiva dividida em três corpos. E, agora, o próximo passo estava em curso.
As mentes deles eram um reino de intenções, onde a linguagem se perdia na vibração dos pensamentos, e o que era dito soava mais como uma verdade imposta do que uma escolha de palavras. E foi dali, em meio àquela realidade invisível, que uma única ordem partiu, atravessando camadas de espaço, tempo e distorção.
Uma ordem que viajou de forma mental.
Grasel, o alvo dela, a recebeu em silêncio.
Flutuando sobre os restos mornos do cadáver de Yang Gengi, ele não desviou os olhos da Arma do Espírito que ainda girava no ar como se estivesse à deriva, órfã, buscando sentido onde não havia mais corpo, alma ou comando. A cabeça decapitada do antigo Guardião ainda estava em sua mão. O sangue, já escuro, escorria de forma preguiçosa, tocando-lhe o antebraço como se o tempo não tivesse coragem de correr à frente daquele homem.
Então, a voz de Rachid atravessou o espaço mental e se fixou dentro da mente de Grasel:
“Grasel, escute bem as suas ordens… você não deve se expor mais do que o necessário. As tropas de Decarius vão reagir com fúria à morte de Yang Gengi.”
Precisamos de você em ação por enquanto, mas não desperdice energia. Assim que sentir o ambiente colapsando, recue. Entendido?”
Grasel não respondeu com palavras. Seu rosto, imóvel e sem vida, inclinou-se sutilmente. Bastava isso. Para alguém como Rachid, aquela mínima oscilação era um aceno de obediência. O tipo de submissão prática que Grasel demonstrava: silenciosa, sincera, sem contestação.
Ele havia entendido e acatado a ordem, mas antes que a conexão se encerrasse, outra presença atravessou a mensagem.
Amin.
Diferente de Rachid, sua presença não era fria. Era pontiaguda. A mente de Amin não invadia: ela cortava, pressionava, exigia.
“Você vai ficar pelo maior tempo possível.” Ele disse, antes de explicar exatamente o que precisava dele: “Não recuará imediatamente. Queremos que eles vejam. Queremos que eles tremam. Queremos que eles te odeiem.”
“Seu papel agora é distrair. Atrair os olhos, as almas, as iras, os generais. Enquanto você os segura… vamos extrair os seus dois companheiros.”
Depois daquele fala, houve um breve silêncio. Amin então completou, com a mesma calma cruel que impregnava suas decisões:
“Se possível… quebre algo mais antes de sair. Quebre mais mentes, corpos e espíritos.”
A conexão encerrou com aquela última e cruel instrução.
Amin, que apesar de ter falado e parecer mais cruel, falava e pensava o que toda a Trindade raciocinava, queria que Grasel causasse o maior estrago possível antes de deixar a batalha.
Após ouvir as últimas ordens, Grasel manteve-se imóvel por mais dois segundos.
Depois, ele olhou novamente para a cabeça em sua mão, a de um homem cuja reputação era suficiente para fazer exércitos recuarem. Os olhos de Yang Gengi, mesmo mortos, ainda pareciam fixos em algum ponto do além. Aquela rigidez nos traços, como se mesmo na morte ainda desafiasse o impossível, irritou algo profundo em Grasel.
Sem alterar a respiração, ele fechou os dedos. Lentamente.
Sob uma pressão imensa, o crânio de Yang Gengi cedeu como argila seca. O som foi abafado, viscoso… e, ainda assim, parecia ensurdecedor diante do silêncio que o cercava.
A Arma do Espírito estremeceu no ar, como se tivesse sentido a conclusão de uma dor que ainda não sabia que carregava.
E então…
Grasel baixou os olhos.
O planeta sob seus pés era uma rocha arruinada, mas ainda íntegra. Restavam cidades reduzidas a núcleos de comando, centrais de mineração adaptadas pelo Olho, colônias devastadas espalhadas pelo solo irregular.
Todas habitadas.
Todas lotadas de soldados e agentes. Humanos, híbridos, rebeldes dominados e cultivadores que lutavam por todos os lados.
A mão de Grasel, agora livre, estalou os dedos apenas uma vez.
Foi só isso que ele fez.
E o que veio depois… não era mais um ataque.
Era uma sentença.
Grasel desapareceu no ar, subitamente, não como um vulto rápido, mas como uma queda abrupta, um projétil de carne, ossos e brutalidade absoluta.
Quando ele encontrou o solo, o impacto veio sem som.
Porque o som, por um breve instante, foi devorado.
*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*
O som, então, veio. Ensurdecedor… Perturbador… Aterrorizante.
A superfície do planeta, à partir do ponto de impacto, não rachou… ela se dobrou.
Como papel enrugado sendo comprimido por uma mão invisível, o solo colapsou sob o ponto de impacto. A crosta, comprimida a um ponto microscópico, não resistiu. Um núcleo de pressão colossal formou-se no epicentro da queda, e, num segundo seguinte, explodiu para todos os lados.
A esfera de energia não se expandiu em círculos delicados ou ondas resplandecentes. Ela cortou. Ela rasgou.
Edifícios foram pulverizados instantaneamente. Postos de comando foram sugados para dentro da cratera antes mesmo de pegarem fogo. Cultivadores em voo perderam sustentação e despencaram enquanto eram dilacerados por fragmentos da crosta que agora voavam como lanças, afiadas pelo calor e velocidade.
Eram estilhaços do planeta sendo arremessados como projéteis naturais, arrastando milhares de corpos junto deles.
Pessoas inteiras foram esmigalhadas pela onda de choque, reduzidas a poeira antes que pudessem gritar. Outras, mais distantes, foram cortadas ao meio por fragmentos que cruzavam o céu a velocidades absurdas, riscando linhas flamejantes no ar rarefeito.
A cratera se expandia… e não parava.
Grasel, no centro, permanecia curvado, com um dos joelhos no chão.
Uma de suas mãos estava afundada até o pulso no coração do planeta, e os olhos… ainda estavam abertos.
Observando.
Entre as metades do planeta, flutuando sobre a linha irregular que agora rasgava o mundo como um livro esquartejado, Grasel não disse uma única palavra.
A aura verde que o envolvia dançava em espirais, como serpentes famintas. Aquela energia não explodia, ela devorava. Compressa, agressiva, sólida como um punho e pesada como um julgamento, ela fazia o ar vibrar, a luz hesitar e os sobreviventes… implodirem.
Foi exatamente isso que aconteceu com os primeiros tolos que se aproximaram.
Três oficiais da Dinastia Yang, homens e mulheres com séculos de batalha, guerreiros experientes, veteranos, avançaram. Um tentava um ataque pelas costas, outro pela lateral, e o terceiro tentava distraí-lo com investidas em velocidade absurda.
Nenhum deles sobreviveu mais de dois segundos.
O primeiro foi esmagado pela pressão antes mesmo de se aproximar. O som do seu corpo colapsando foi sufocado pela distorção do espaço ao redor, como um saco de carne sendo sugado por uma parede invisível.
O segundo tentou golpear o ombro de Grasel.
Nunca chegou perto.
Antes que sua arma pudesse alcançar o alvo, Grasel se virou levemente, e a aura verde explodiu em forma de um arco semicircular. Não como um corte, mas como uma marretada espiritual que despedaçou não só o cultivador, mas o solo abaixo dele. Um vale inteiro, de quilômetros, foi arrancado da superfície como se fosse um pedaço de argila seca.
O terceiro tentou fugir.
Esse foi o único que viu a palma de Grasel se abrir.
E aquilo foi tudo.
Uma palma. Um gesto simples.
O ar explodiu em um empurrão invisível que arrancou o guerreiro do céu, comprimindo seu corpo no meio do percurso como se ele tivesse sido sugado para dentro de si mesmo. Não restou nem sangue. Apenas um redemoinho de ossos em pó, girando no vácuo.
A mensagem estava sendo dada.
A ordem estava sendo cumprida.
Grasel não precisava correr.
Ele não precisava atacar com pressa.
Bastava… existir. Continuar.
E tudo em volta seria esmagado.
Sob ele, os continentes agora fraturados do planeta tentavam resistir à gravidade instável causada pela rachadura. Oceanos escorriam por fendas como sangue vazando de uma ferida incurável. Torres caíam para cima. Rochas flutuavam e depois despencavam em trajetórias erráticas. Um eclipse permanente se formava entre os dois hemisférios que giravam lentamente um em torno do outro.
No meio disso, os sobreviventes ainda vivos se arrastavam.
Alguns gritavam.
Outros simplesmente caíam de joelhos… e choravam.
E ainda assim, Grasel não parava.
Ele desceu novamente, com os pés tocando o chão irregular e fumegante.
Onde ele pisava, a terra afundava.
Não por causa do impacto, mas pela densidade absurda da energia que o envolvia. Era como se seu corpo tivesse o peso de um planeta inteiro concentrado em cada músculo, e o chão abaixo não tivesse outra escolha a não ser ceder.
Cada passo era o prenúncio de um novo colapso.
Até que, finalmente… um novo grupo chegou.
Dessa vez, não eram soldados apressados nem cultivadores isolados.
Eram três capitães de pelotão da Aliança, veteranos da Guerra de Turop, cada um com mais de trezentos anos de combate. Pessoas que já tinham visto o pior que a guerra podia oferecer.
E ainda assim, eles tremiam diante de Grasel.
Grasel não evitou nenhum deles.
Ele apenas caminhou.
A aura, em resposta, se adensou… e rompeu tudo o que eles tentaram fazer.
O céu, a gravidade, os selos, os corpos.
A técnica de ar de um deles se converteu em um campo de compressão que explodiu no próprio usuário, arrebentando seus ossos e órgãos em uma onda de carne triturada. O guerreiro que usou uma matriz espiritual foi rasgado ao meio por colunas de ar cortante, geradas pela pressão que ele mesmo tentou conter. E o que vinha de cima… caiu direto no punho de Grasel.
Um soco.
Um único soco contra ele foi o suficiente para arremessar o que restou de seu corpo para fora de órbita.
O corpo daquele capitão explodiu em fragmentos microscópicos que sequer chegaram a cair no chão.
Tudo isso durou menos de quatro segundos.
E então… Grasel parou.
Não por cansaço. Nem por necessidade.
Mas por causa de uma presença.
Ela veio de longe.
Veio como o som de uma lâmina deslizando por pedra.
Veio como o pressentimento de que algo… estava prestes a acertá-lo.
E pela primeira vez desde que chegou… Grasel se virou.
Do céu fraturado, onde nuvens giravam fora de órbita e a atmosfera parecia soluçar, uma figura atravessou o ar como um cometa.
Não havia fanfarra.
Não havia discurso.
Mas havia dor.
E raiva.
Yang Chao apareceu no céu como uma flecha, com os punhos fechados e a alma carregada da mais profunda ira.
Ele não trazia exércitos consigo.
Trazia apenas… luto… e uma vontade inimaginável de fazer aquele homem pagar pelo que fez.
A última memória de Yang Gengi ainda pulsava em sua mente, não o Guardião Imperial apenas, mas o companheiro de trincheiras, de vida e de guerra.
E diante dele… estava o homem que o havia esmagado como se fosse poeira.
“Você…” Yang Chao resmungou, enquanto descia direto para o alvo.
*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*
O que restava do planeta se perdeu à deriva.
As duas extremidades dele foram arremessadas em sentidos contrários quando as duas figuras se encontraram.
