Capítulo UHL 1059 - Contra Inteligência
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Longe do campo de batalha quente no qual três grandes cultivadores se digladiavam, onde havia apenas o brilho intermitente das estrelas distantes… e os resquícios de uma batalha recente…
Zao Tian flutuava com os braços cruzados, com o semblante carregado de um peso que não vinha da gravidade, mas daquilo que sua mente tentava antecipar. Ao seu lado, Cruz estava com a mandíbula tensa e os punhos fechados. Um pouco atrás, Shara’Kala permanecia calada, mas seus olhos se arregalaram no exato instante em que a mensagem chegou.
“Yang Gengi está morto.”
Foi o que disseram.
Não com solenidade, nem com explicações. Apenas isso.
Foi apenas um anúncio.
Zao Tian não respondeu de imediato. O amuleto de comunicação, na sua mão, ainda vibrava com resquícios da mensagem. Ele apertou os olhos por um instante… e soltou o ar devagar.
Cruz, por sua vez, foi o primeiro a romper o silêncio.
“Vamos pra lá. Agora.” Sua voz soou como uma ordem, e sua presença cresceu como se já estivesse em movimento. Ele disse aquilo olhando direto para Shara’Kala.
Shara’Kala assentiu sem hesitar. Ela não tinha nenhuma relação com Yang Gengi, mal viu ele desde que conheceu Decarius, mas ele era um aliado, alguém que estava lutando a mesma guerra que ela. E para um orc, isso já é o bastante para buscar vingança.
“Se quem fez isso ainda estiver lá, eu juro que vou quebrar cada osso dele até não sobrar poeira!” Ela falou, já começando a concentrar energia ao redor do corpo.
Zao Tian, entretanto, não se moveu.
Ele continuou parado, no mesmo lugar onde a Trindade havia desaparecido minutos atrás. Seu olhar parecia perdido, mas não era de luto, era de cálculo.
“Tian?” Cruz chamou a atenção dele, antes de completar num tom que parecia estar querendo acordá-lo de um transe: “Você ouviu. Yang Gengi foi assassinado. E você sabe tão bem quanto nós o que aquilo significa!”
“Eu sei.” Zao Tian respondeu, finalmente virando o rosto, mas fazendo um sinal com a mão direita, pedindo para que eles esperassem, enquanto explicava: “Mas é por isso mesmo que não podemos correr pra lá como idiotas.”
Aquela frase cortou o ar como uma lâmina fria. Cruz franziu o cenho. Shara’Kala parou, sem entender.
“Como assim ‘não podemos’?” Ela perguntou, e logo em seguida exclamou: “Eu não estou com vocês há muito tempo, mas até eu sei o que ele significava pra Dinastia Yang!”
“Eu estou numa guerra que ainda não entendo muito bem, mas estou aqui, lutando, de corpo e alma! E você quer me dizer que não quer vingar a morte de um aliado importante!?”
Zao Tian girou lentamente no espaço e olhou para os dois.
Quando seus olhos encontraram os deles, principalmente os de Shara’Kala, eles pareciam querer dizer que eles tinham entendido tudo errado. Não era medo ou falta de vontade de revidar que influenciava aquela decisão. Era pura perspicácia.
Eu sei que pode parecer frio, ou até covarde eu dizer isso, mas…” Zao Tian começou a falar, deslizando o olhar entre um e outro, e continuou: “É exatamente pelo tipo de reação que vocês tiveram aqui que eu preciso ser frio.”
“Se vocês dois, que mal tiveram contato com Yang Gengi, tiveram um primeiro impulso de agir sem pensar, tomados pela raiva, eu tenho que levar em consideração uma ação deliberada do Olho.”
“Nada do que estão sentindo é errado… mas é exatamente isso que a Trindade contava que acontecesse.”
“Eu acredito nisso.”
Cruz arqueou as sobrancelhas, quase como se aquilo fosse uma ofensa.
“Você acha que eles mataram Yang Gengi… só pra chamar atenção?” Cruz questionou.
“Não.” Zao Tian respondeu, com firmeza: “Eles o mataram porque ele era uma ameaça e porque tiveram a oportunidade. Mas devem usar isso como uma cortina de fumaça… porque perceberam na hora que isso causaria um grande impacto.”
Shara’Kala, escutando, estreitou os olhos e relaxou um pouco, entendo a linha de raciocínio de Zao Tian, enquanto completava: “Um impacto emocional...”
“Um impacto estratégico.” Completou Zao Tian: “Assim que a notícia se espalhar, e ela vai se espalhar rápido, cada comandante que estiver com liberdade de manobra vai querer ir pra lá. Todos. Assim como vocês dois quiseram”
Enquanto dizia aquilo, Zao Tian ergueu um dedo, apontando para o vácuo ao redor, e prosseguiu:
“E, se eu fosse eles… eu aproveitaria exatamente isso. O buraco criado pela comoção. O vácuo deixado pela ausência dos principais nomes em pontos estratégicos.”
“Você está supondo.” Cruz rebateu: “Não tem como saber.”
“Mas é exatamente isso que me preocupa.” Zao Tian respondeu: “Eu conheço a Trindade. Eu entrei na mente deles, Cruz. Eu vi como pensam. Vi como agem. Eles não são o tipo que criam ondas só pra ver quem se afoga. Eles criam ondas… pra cobrir o roubo que fazem do outro lado.”
Shara’Kala franziu o cenho, sem poder discordar de Zao Tian.
Mesmo conhecendo o inimigo há pouco tempo, Shara’Kala viu, em sua terra natal, o que o Olho era capaz de fazer quando queria algo.
“Então você acha que enquanto todo mundo corre pro local da morte de Gengi... eles estarão em outro lugar?”
“Não acho.” Zao Tian disse, cruzando os braços: “Eu sei.”
Por um instante, os três flutuaram em silêncio, cercados pelos destroços cósmicos daquele campo que já havia sido um dos principais teatros de embate com a Trindade.
O espaço ao redor ainda carregava as cicatrizes de batalhas anteriores. Rochas rachadas, vestígios de sangue ressecado flutuando como poeira cósmica.
Cruz mordeu o lábio inferior, percebendo que Zao Tian tinha razão. Sua raiva ainda era visível e o desejo de partir para a vingança ardia nos olhos.
“E o que você propõe, então? Que a gente fique parado?”
“Não.” Zao Tian respondeu: “Eu quero que vocês pensem. Yang Gengi morreu. E o que foi a primeira coisa que vocês quiseram fazer?”
Shara’Kala não respondeu.
Zao Tian continuou:
“Partir pro local. Correr até lá. Caçar o assassino. Fazer justiça. Vocês não estavam errados. Mas vocês acham que só vocês pensaram nisso? Não. Todos vão reagir assim. É natural.”
“Então eles contavam com isso.” Cruz murmurou: “Eles sabiam que uma morte como essa arrastaria toda a atenção.”
“E enquanto isso, onde ninguém está olhando…” Zao Tian acenou em concordância e concluiu, apontando para um ponto indefinido no espaço: “Eles fazem o que realmente importa. Talvez uma invasão. Talvez um sequestro. Talvez um resgate. Talvez uma sabotagem. Ou outra morte.”
Shara’Kala cerrou os punhos de forma natural. Enfrentar um inimigo tão sujo e ardiloso quanto a Trindade era profundamente revoltante. Não havia honra alguma neles, nenhum senso de moralidade.
“Eles são covardes demais pra enfrentar todo mundo de frente.” Ela resmungou.
“Não.” Zao Tian respondeu, antes de olhar para onde tinham terminado de lutar contra Trindade e dizer: “Eles são inteligentes demais pra perder tempo com heroísmo barato. Eles aparecem onde enxergam vulnerabilidade, e, se ninguém os parar, eles não vão apenas dominar… eles vão redesenhar o jogo inteiro. E ninguém vai perceber até ser tarde demais.”
Cruz respirou fundo, cruzou os braços e perguntou: “Então… qual é o plano?”
Zao Tian cerrou os olhos, respondendo: “A gente deixa a poeira subir… e olha pra onde ela não chega.”
O silêncio voltou.
Dessa vez, denso, calculado. Nenhum dos três recuava emocionalmente. Mas a lógica era cruel… e impecável.
“Se aquele que matou Gengi ainda estiver lá… alguém vai detê-lo.” Disse Zao Tian: “Mas eu duvido que a Trindade esteja. Eu tenho certeza de que não é pra lá que devemos ir.”
“Entre as nossas lutas e o sangue derramado, nós naturalmente somos induzidos a presumir que a guerra entrou no seu estágio puramente físico, onde tudo é tangível… e isso nos cega para a realidade que ainda continua existindo por baixo dessa cortina…”
“A guerra psicológica não acabou! Ela está acontecendo o tempo todo. E, com certeza, aqueles três não se deixaram cegar pelo sangue que ambos os lados derramaram, talvez, nem pela derrota que sofreram aqui.”
Zao Tian parou por um instante. O silêncio que se seguiu não foi para dar efeito dramático. Foi o silêncio de alguém que pensava rápido demais, tentando organizar ideias para não perder uma única conexão.
“Vocês dois…”Ele disse, com o olhar voltado para Cruz e Shara’Kala: “onseguem me dizer, com toda certeza, quais são os ativos que a Trindade ainda têm em ação?”
Cruz franziu o cenho, mas respondeu o primeiro que lhe veio à cabeça: “O homem que matou Yang Gengi.”
Shara’Kala assentiu, logo antes de completar: “Hanzo. Ele escapou naquele dia e nunca mais tivemos notícias dele… claramente é uma peça importante demais para arriscar. Ou covarde demais para lutar.”
“Covarde?” Zao Tian balançou a cabeça em discordância, e logo completou: “Hanzo não age por covardia. Ele pode ser tudo, mas definitivamente não é um covarde.”
O silêncio pesou mais uma vez.
Zao Tian não fazia suposições levianas ou inclinadas pelos sentimentos.
“Yang Yin e Yang Fen também são peças ativas.” Cruz acrescentou, com os olhos semicerrados: “Agora pudemos confirmar que eles desertaram para o Olho e… pelas últimas movimentações, não são só soldados. Eles têm objetivos, têm agenda. Estão trabalhando em algo maior.”
“Então é isso?” Zao Tian questionou, como se esperasse mais: “Esses são os nomes? Os únicos que conseguimos identificar com clareza?”
Os dois assentiram.
“Certo.” Ele cruzou os braços, pensativo enquanto questionava: “E com base nisso… vocês conseguem afirmar, agora, neste momento, qual das nossas frentes de batalha está sob maior risco?”
Nenhuma resposta veio de imediato.
Cruz desviou o olhar, pensativo. Shara’Kala franziu o cenho.
Eles sabiam onde estavam os aliados… mas não sabiam onde estavam os inimigos.
“É disso que eu estou falando.” Zao Tian continuou: “Estamos lutando uma guerra com olhos vendados, correndo atrás do inimigo sempre depois do estrago. Gengi foi só mais uma prova. Não sabemos o suficiente. E eles contam com isso.”
“A Trindade pode ver o que seus subordinados vêem. Em termos de captação e centralização de informações, nós simplesmente não somos capazes de superá-los.
Depois de dizer aquilo, ele abriu a palma da mão direita, criando pequenos pontos de luz com traços de energia que representavam os principais núcleos de combate da resistência. Cada ponto girava no espaço, conectado a traços que indicavam onde haviam surgido movimentações mais intensas nos últimos relatos.
Zao Tian apontou.
“Fen e Yin estavam aqui. Pelo que Tyrone relatou antes de morrer, eles chegaram juntos… e causaram um massacre. E Yang Hao está lá, mas ainda não sabemos a que pé andam.”
Ele, então, moveu os dedos e tocou outro ponto.
“Yang Gengi estava aqui. E é para lá que um enxame dos nossos deve ir agora.”
“Não dá para ordenar que parem, porque isso soará mais como uma fraqueza que nos prejudicará do que como estratégia.”
“E Hanzo?” Shara’Kala perguntou: “Você acha que ele está onde?”
“Eu não sei.” Zao Tian respondeu com honestidade: “Ele pode estar em qualquer lugar. Talvez atrás de algum artefato. Talvez se infiltrando em alguma base. Talvez tentando romper alguma barreira que nós nem consideramos ainda. Talvez ele já tenha matado algum alvo entre os nossos.”
Cruz cerrou os punhos.
“Então temos quatro peças identificadas. Mas o tabuleiro é muito maior do que isso.”
“Exato.” Zao Tian assentiu: “Por isso não podemos ir até a peça que eles querem que todos mirem. Nós precisamos enxergar o tabuleiro completo. Ou ao menos, montar uma projeção mais ampla antes de fazer qualquer outro movimento direto.”
Zao Tian então estendeu a mão, fazendo com que os pontos luminosos girassem com mais velocidade. Ele os agrupou por proximidade estratégica.
“Vocês dois…” ele disse, com a voz firme, mas sem agressividade: “Me ajudem com isso.”
Cruz e Shara’Kala se entreolharam.
“Vocês vão entrar em contato, agora, com todas as nossas frentes. Com todos os nomes relevantes que podem ser localizados. Nada de mensagens protocolares. Eu quero relatos reais. Quem está onde? O que viram? Com quem lutaram? Quem sumiu? Quem não responde? Onde houve mudança repentina de comportamento? Falem com os generais, com os segundos em comando, com os capitães. Se não souberem, perguntem ao guerreiro que estiver mais perto.”
“Quero saber tudo. Até o que parecer banal. Porque é nesse tipo de detalhe que a Trindade se esconde.”
Zao Tian mal terminou de falar e Shara’Kala já começava a se preparar.
Cruz assentiu.
“E você?” Ele perguntou: “Vai fazer o quê?”
“Eu vou falar com os nossos amigos!” Zao Tian respondeu: “Eles têm que ser preservados até que a nossa verdadeira guerra comece!”
