top of page
Garanta o seu exemplar.png

Capítulo UHL 1069 - Consequências

[Capítulo patrocinado por Davi Laureano. Muito obrigado pela contribuição!!! 


ATENÇÃO: LINK ATUALIZADO. Venham fazer parte da nossa comunidade no Telegram! https://t.me/+tuQ4k5fTfgc1YWY5


ATENÇÃO: OS EXEMPLARES FÍSICOS E DIGITAIS DO PRIMEIRO LIVRO DE O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ JÁ ESTÃO DISPONÍVEIS NAS MAIORES LIVRARIAS DO BRASIL E DO MUNDO. APOIE O NOSSO TRABALHO E GARANTA JÁ UM EXEMPLAR TOTALMENTE REESCRITO E REVISADO, E COM TRECHOS INÉDITOS.


Quer ver um mangá de O Último Herdeiro Da Luz? Então, a sua ajuda é muito importante para que possamos alcançar novos limites!


Para patrocinar um capítulo, use a chave PIX: 31988962934, ou acesse https://www.ultimoherdeirodaluz.com/patrocinarcap para outros métodos de pagamento, que podem ser parcelados em até 3x sem juros.


Para ver as artes oficiais da novel, que estão sendo postadas diariamente, siga a página do Facebook https://www.facebook.com/Herdeirodaluz


Ou a página do instagram https://www.instagram.com/herdeirodaluz/


Todas as artes e outras novidades serão postadas nas nossas redes sociais, e vêm muitas outras por aí, então siga as nossas páginas e não perca a chance de mostrar à sua mente qual é o rosto do seu personagem favorito!


Ps: Link do Telegram atualizado!


Tenham uma boa leitura!]


-----------------------


O som das portas duplas do salão se abrindo reverberava pelas colunas do grande recinto, enquanto Hatori caminhava em silêncio, com o semblante resoluto de quem já havia dito tudo o que precisava dizer. Cada passo seu ecoava como um compasso fúnebre, não por tristeza, mas pelo peso inevitável das escolhas que deixava para trás. Ele não andava apressado, mas também não hesitava. Era o andar de um homem que sabia que não podia voltar atrás.


Contudo, quando Hatori se afastou do salão e estava prestes a partir, uma voz o interrompeu e o fez parar no mesmo instante.


“Hatori.”


Era Zargoth.


A entonação do Khan de Uhr’Gal era baixa, mas firme. Não havia mais arrogância em seu semblante, nem desconfiança. Havia uma tensão estranha, quase amarga.


Hatori virou-se parcialmente, o suficiente para encará-lo de lado, e aguardou em silêncio. Zargoth deu alguns passos à frente, até estarem suficientemente próximos para que a conversa pudesse se manter reservada.


Quando começou, o líder de Uhr’Gal não falava mais como um guerreiro em postura defensiva. Seus ombros estavam pesados, não de cansaço físico, mas de uma carga que não se dissipava com lutas. Ele parou diante de Hatori, e, por um momento, os dois ficaram ali, em silêncio, olhando um para o outro como dois veteranos de guerra, cada qual com suas cicatrizes.


“Eu ainda estou furioso com o que aconteceu em Uhr’Gal.” Zargoth começou, sem subterfúgios: “Furioso com você, com Shara’Kala, com aquela confusão toda.”


Hatori não respondeu, apenas sustentou o olhar com respeito.


“Mas sabe o que mais me tira o sono?” Zargoth continuou, com sua voz ganhando um tom mais rouco: “É perceber que, desde antes daquilo acontecer… eu já estava sendo usado. Que o conselho queria derrubar Shara’Kala. Que me empurraram para o centro de uma armadilha política sem me dizer nada. E, pior… eu caí. Caí como um tolo.”


A confissão de Zargoth não era de fraqueza. Era o reconhecimento amargo de quem teve sua honra manipulada.


“Eu segui ordens. Eu acreditei que era por segurança. Pela estabilidade de Uhr’Gal e por justiça a Uhr’Gal. Mas a verdade é que eles queriam que eu fosse o carrasco de uma rival. Alguém que, no fundo… talvez nunca tivesse traído ninguém.”


Zargoth falou tudo aquilo com uma sinceridade inegável.


“Você sabe a resposta agora?” Hatori então perguntou, com a voz neutra.


Zargoth hesitou por um momento. Então respondeu, com raiva:


“Não. Ainda não. Mas… saber que fui manipulado já é o suficiente pra me manter em alerta.”


Hatori assentiu, devagar.


“Então me escute com atenção, Zargoth.”


A voz de Hatori endureceu levemente, como se quisesse deixar claro que as próximas palavras não carregavam simpatia, mas necessidade.


“Eu sei o que significa se sentir usado. Sei o gosto da culpa. E não estou aqui pra julgar suas decisões passadas.”


Ele se aproximou mais um passo e prosseguiu:


“Mas se Uhr’Gal se envolver com os rebeldes… não haverá nada que eu possa fazer. Não importa o quanto eu compreenda a política interna de vocês. Não importa se há sabotadores ou inocentes sendo usados de novo. Uma retaliação humana será inevitável.”


Zargoth cerrou os punhos. Seu maxilar trincava, mas ele não tentou refutar. Ele sabia que Hatori estava certo.


“Eu vou fazer o que você pediu.” Ele disse, antes de completar: “Vou reunir meus aliados. Mandar as ordens de recuo. Afastar quem puder. Mas não garanto que serei obedecido. Tem algo podre dentro do meu povo.”


Hatori escutou, acenou com a cabeça e comentou: “Você já deu o primeiro passo ao me dizer isso.”


“Eu sei, mas e quanto aos que sabotarem os avisos, os mensageiros?” Zargoth perguntou: “E se alguém de dentro do meu próprio clã tentar fazer parecer que foi Uhr’Gal quem apoiou os rebeldes, ou pior, incitar mais orcs a seguir aquele exército?”


Dava para sentir que Zargoth não queria uma guerra contra a humanidade. Desde que deixou Shara’Kala partir, levando as armas do Espírito do khan, ele já demonstrava isso.


Zargoth não via sentido em lutar contra a humanidade.


“Então lidem com isso como guerreiros de verdade.” Hatori, apesar da sinceridade e vontade de colaborar de Zargoth, respondeu, sendo curto e grosso: “Tratem seus traidores como traidores. Façam isso antes que nós sejamos obrigados a fazer.”


As palavras não vieram com raiva. Vieram com o mesmo tipo de convicção que molda pactos e induzem a uma confiança mútua.


Zargoth manteve o olhar fixo no vazio por alguns instantes, como se as palavras de Hatori pesassem mais do que ele gostaria de admitir. Depois, com a voz mais contida, quase cansada, perguntou:


“Você entende… que eu tentei evitar essa guerra, não é? Quando não permiti que meus homens perseguissem Shara’Kala, Cruz e os outros… aquilo foi a minha forma de parar o que ainda podia ser parado.”


Hatori não titubeou ao responder:


“Sim. Eu percebi.”


Zargoth ergueu os olhos e o fitou.


“Mas agora estou de mãos atadas.” Hatori continuou: “As coisas escalaram a um ponto em que a desconfiança se tornou insustentável. Os humanos… já não têm mais margem para apostar na boa fé de ninguém. Uhr’Gal não vai provar que é inocente com palavras. Vocês terão que mostrar isso de forma concreta.”


Ao escutar aquilo, Zargoth ficou em silêncio. Ele não respondeu. Não se justificou. Mas também não discordou.


Ele não era um homem tolo. Ele sabia que a neutralidade nunca é gratuita, e que a inércia, diante de uma guerra, também é uma escolha. E todas as escolhas cobravam seu preço.


Após alguns segundos de silêncio entre os dois, o khan orc respirou fundo, desviando o olhar como se buscasse reorganizar os pensamentos. Então, com um tom mais leve, mas ainda cheio de gravidade, perguntou:


“E quanto a ele?”


Hatori ergueu uma sobrancelha e perguntou:


“Ele quem?”


Zargoth: “Zao Tian.”


O nome flutuou no ar como uma presença incômoda e poderosa. Zargoth o pronunciou com um certo respeito, mas também com a curiosidade de quem sabia que havia algo ali que escapava à compreensão comum.


“O que você quer saber?” Hatori devolveu.


Zargoth cruzou os braços, pensativo, e perguntou:


“Quem ele é? Como ele pensa? Até onde ele é capaz de ir?”


A pergunta não parecia carregar medo… mas também não estava isenta dele.


Hatori respondeu com uma honestidade cortante:


“Eu ainda não sei.”


Zargoth o olhou de lado, como se esperasse uma resposta mais objetiva, mas Hatori manteve o tom firme e prosseguiu:


“É a verdade. Eu vejo o que ele faz, vejo como pensa, mas… não consigo entender até onde ele pode ir. Ele já cruzou linhas que outros líderes jamais ousariam cruzar. Já abriu mão de muitas coisas, mas também protege com tudo o que tem aquilo que considera dele. Amigos, aliados, território, ideais... Zao Tian cuida de quem está ao lado dele e derruba os inimigos com a mesma intensidade. E, até agora, ninguém conseguiu medir os limites disso.”


Zargoth ficou em silêncio mais uma vez. A intensidade do olhar dele deixava claro que aquelas palavras não estavam sendo absorvidas levianamente.


“É ele quem está liderando os ataques, não é?” Zargoth perguntou: “A ofensiva que começou a explodir em vários planetas… é ele quem está por trás disso?”


Hatori assentiu devagar.


“Sim. Foi ele quem levantou as informações. Ele planejou, delegou, coordenou e entrou em campo. Ele está lutando pessoalmente. É ele quem está liderando a queda da organização por trás dos clones. O mesmo grupo que quase lançou vocês em uma guerra contra a humanidade.”


Zargoth apertou os olhos e murmurou…


“O mesmo grupo que nos envenenou por dentro…”


Hatori confirmou, dizendo: “O mesmo grupo que criou um clone de Cruz para incriminar o verdadeiro e arrastar Uhr’Gal para um conflito com a humanidade. O mesmo grupo que fez você parecer um traidor… ou um tolo.”


Zargoth não respondeu.


Hatori se aproximou um passo, encarando o Khan de Uhr’Gal de frente, e disse:


“Esse grupo se chama ‘O Olho’. É uma organização antiga que meu povo infelizmente deu origem, com braços em muitos planetas. Uma organização que escraviza, comete assassinatos, rouba, derruba regimes e cria guerras enquanto seus líderes ficam lá, assistindo de longe, manipulando do escuro. Mas agora… essa mesma organização está sendo destruída. Hoje. Neste momento. E é Zao Tian quem está fazendo isso.”


O silêncio que seguiu as palavras de Hatori foi denso.


Zargoth pareceu buscar alguma reação. Talvez choque, talvez negação… mas nada disso veio. Em vez disso, ele suspirou.


“Então é isso o que ele representa.” Zargoth comentou.


Hatori não disse nada.


Zargoth continuou sua reflexão, dizendo: “E é isso o que ele vai fazer com qualquer um que tentar se colocar no caminho?”


Hatori assentiu, e, com um profundo pesar que se mistura a um fino fio de esperança de que Zargoth e Uhr’Gal conseguissem reverter isso, ele respondeu:


“Sim. Isso é o que você deve esperar enfrentar… se Uhr’Gal não mostrar, de forma clara, que realmente quer paz com a humanidade.”


Ao cair daquelas palavras, os dois se encararam por mais alguns segundos. Era o típico silêncio que separa os aliados dos inimigos.


E, naquele instante, nem mesmo eles sabiam qual caminho estavam construindo e destinados a seguir. Mas ambos sabiam que o tempo das decisões mornas e ambíguas havia acabado.


Agora, tudo teria consequência.



O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
bottom of page