Capítulo UHL 1077 - O Demônio da Escuridão 3
[Capítulo patrocinado por Vinicius Oliveira do Prado. Muito obrigado pela contribuição!!!
ATENÇÃO: LINK ATUALIZADO. Venham fazer parte da nossa comunidade no Telegram! https://t.me/+tuQ4k5fTfgc1YWY5
ATENÇÃO: OS EXEMPLARES FÍSICOS E DIGITAIS DO PRIMEIRO LIVRO DE O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ JÁ ESTÃO DISPONÍVEIS NAS MAIORES LIVRARIAS DO BRASIL E DO MUNDO. APOIE O NOSSO TRABALHO E GARANTA JÁ UM EXEMPLAR TOTALMENTE REESCRITO E REVISADO, E COM TRECHOS INÉDITOS.
Quer ver um mangá de O Último Herdeiro Da Luz? Então, a sua ajuda é muito importante para que possamos alcançar novos limites!
Para patrocinar um capítulo, use a chave PIX: 31988962934, ou acesse https://www.ultimoherdeirodaluz.com/patrocinarcap para outros métodos de pagamento, que podem ser parcelados em até 3x sem juros.
Para ver as artes oficiais da novel, que estão sendo postadas diariamente, siga a página do Facebook https://www.facebook.com/Herdeirodaluz
Ou a página do instagram https://www.instagram.com/herdeirodaluz/
Todas as artes e outras novidades serão postadas nas nossas redes sociais, e vêm muitas outras por aí, então siga as nossas páginas e não perca a chance de mostrar à sua mente qual é o rosto do seu personagem favorito!
Ps: Link do Telegram atualizado!
Tenham uma boa leitura!]
-----------------------
Vargan’Zul inspirava fundo, obrigando o próprio corpo a estabilizar-se. O peso das palavras de Daren ainda ecoava dentro de seu crânio, mas o campo de batalha não dava espaço para contemplações longas e nem perdoava a incerteza. Ele era um comandante, e um comandante não podia ceder ao abalo.
Milhões estavam sob seu comando, e havia um único homem à frente… essa equação jamais deveria inspirar hesitação.
Vargan’Zul se sentia com medo de sentir medo, e isso o forçava a reagir para que seus homens não sentissem qualquer anormalidade em sua postura. Ele comandava o exército que estava marchando para acabar com a humanidade inteira, então, era isso o que ele precisava fazer.
Mesmo que fosse demonstradamente muito poderoso, se Daren queria segurar o exército, então o exército passaria por ele. Foi o que Vargan’Zul pensou como estratégia.
Daren era um só, e assim que as tropas começassem a ignorá-lo e passar por ele, ele provavelmente ficaria perdido entre lutar contra os que ainda avançam, os que o atacam e perseguir os demais.
“Contornem-no!” A voz de Vargan’Zul cortou o vácuo como um estalar de aço, antes de anunciar o destino: “Rumo a Decarius!”
A ordem correu pelas fileiras como corrente elétrica. Dezenas de formações mudaram a marcha, desviando pelo flanco, mirando as vastidão do espaço onde Daren não estava. A estratégia era simples: se não podiam romper o núcleo, o núcleo seria isolado. Ignorado.
Milhões dariam a volta por Daren e seguiram em frente, mas Vargan’Zul não se enganava pensando que isso seria fácil. Se deixassem aquele homem livre para agir e sem ter com o que se preocupar, ele cairia sobre eles como um predador caindo sobre presas distraídas. Daren pegaria muitos soldados pelas costas e causaria perdas significativas ao exército.
Por isso, pensando em uma maneira de resolver ambos os problemas, ele ergueu o punho e gritou novamente, especificamente para alguns grupos próximos a ele:
“Ataquem à distância! Quero cada maldito disparando até secar!”
O comando foi atendido sem atraso. Em um piscar de olhos, o espaço diante de Daren mudou de cor à medida que milhares de auras se acendiam. Não havia sincronia perfeita, cada guerreiro moldava seu ataque segundo seu próprio domínio, mas eram tantas técnicas sendo preparadas e lançadas que pareciam ser um só.
Colunas de fogo se ergueram, ardendo no vácuo como línguas infernais que se recusavam a morrer. Jatos de água densa avançaram em lâminas de pressão, capazes de cortar aço como papel. Massas de gelo surgiram girando, pontiagudas, prontas para perfurar o que estivesse no caminho. Raios partiram em ziguezague, carregados de energia pura, buscando pontos fracos como serpentes famintas. A terra, arrancada de asteroides próximos, foi moldada em projéteis maciços e meteoros improvisados foram criados do nada enquanto se incendiavam pelo atrito de sua própria fúria.
Um bombardeio que destruiria facilmente um planeta ofuscou a imagem de Daren.
A primeira onda de ataques veio como um dilúvio de elementos, e, pela primeira vez desde que tudo começou, Daren se moveu de forma mais ampla.
A Orgulho dos Renegados finalmente deixou sua postura de espera. Ela estava pronta para ser usada.
Daren ergueu calmamente a lâmina dupla, e a escuridão ao redor pareceu afunilar-se para ela, como se cada fragmento do breu quisesse se abrigar no metal.
*Whoooooooooooooooooooooooooooom…*
Depois daquele movimento, linhas gravitacionais extremamente fortes se formaram no espaço entre Daren e os ataques, mas não os afastaram ou bloquearam. Elas trabalhavam em um padrão de desvio, porém, esse desvio ainda traçava um caminho direto para Daren.
Os ataques, guiados, ou melhor, forçados a mudar de direção, se afunilaram na direção de Daren.
Era estranho. Perturbador. E para muitos, uma idiotice.
Daren parecia estar ajudando os inimigos a atingi-lo.
Com toda aquela força, ele poderia desviar as técnicas. Talvez, não todas, mas a maior parte. Contudo, ele estava redirecionando tudo para ele? Para um ponto que dava muito mais precisão do que os ataques tinham?
Isso simplesmente não fazia sentido. Mas se Daren queria ajudá-los, ninguém ali reclamaria.
Alguns sorrisos foram esboçados nos lábios dos atacantes e de Vargan’Zul.
A insanidade de Daren parecia ter aflorado.
Mas cada sorriso desapareceu no instante seguinte, quando o primeiro pilar de fogo atingiu a lâmina na mão de Daren… e desapareceu.
Não houve explosão, nem dispersão. A chama foi simplesmente tragada para dentro do metal como se tivesse encontrado a entrada de um poço sem fundo.
O pilar desapareceu dentro da lâmina, como água que encontra um ralo, como luz engolida por um céu sem madrugada.
Uma segunda técnica chegou na sequência, um jato de água comprimida capaz de serrar aço. Quando tocou a Orgulho dos Renegados, o fluxo se esticou em fios finíssimos, puxados por linhas invisíveis, até virar um feixe único que mergulhou no metal e sumiu sem um respingo.
Veio o gelo.
Veio o raio.
Veio a rocha transformada em meteoro.
*Thumm… Thumm…*
Um a um, os elementos quebraram em silêncio, desfazendo-se num zero sonoro que deixava ainda mais pesado o fluxo espiritual ao redor de Daren. Não havia estilhaços nem contragolpe, só a certeza incômoda de que tudo o que se lançava contra aquela lâmina deixava de existir no instante do contato.
Eram muitos ataques, e a espada bebeu. E continuou bebendo.
A cada impacto absorvido, o cabo tremia como um coração batendo sob a palma de Daren. A vibração não era de instabilidade; era de apetite. O metal parecia mais denso, mais escuro, como se uma noite ainda mais profunda fosse se acumulando dentro dele, comprimida até a beira do impossível.
“Vocês escolheram…” Ele disse em voz baixa, sem raiva, apenas convicção.
A próxima salva veio logo… colunas de fogo cruzadas com lanças de gelo e três meteoros em queda oblíqua. Daren inclinou a lâmina em dois ângulos curtíssimos, quase preguiçosos, e a Orgulho dos Renegados colheu tudo. O fogo apagou-se para dentro, o gelo virou pó sem brilho antes de sumir, as rochas perderam peso e forma e foram puxadas para uma garganta sem fundo.
E quando a lâmina terminou de tragar, Daren girou o pulso.
Não foi um giro amplo, foi um ajuste mínimo de eixo… e o universo respondeu.
*Whooooooooooooooooooooooooooooooooom…*
Um arco preto saiu da espada como uma lâmina de horizonte. Não tinha brilho. Não tinha borda. Era a ideia do corte atravessando o espaço. Era a divisão da matéria em um nível que ultrapassava qualquer conceito de cortar.
Onde o arco tocou, a física deixou de concordar consigo mesma: armaduras foram fatiadas em linhas perfeitas. Ao mesmo tempo, os corpos dentro delas foram esmagados como se uma mão invisível os comprimisse por dentro; e, também ao mesmo tempo, tudo explodiu em microfontes de poeira incandescente. O som que se espalhou pelas fileiras foi um ‘pof’ seco multiplicado em centenas de vezes, como se uma chuva de bolhas explodisse no ar.
O arco seguiu adiante por quilômetros, varrendo um corredor inteiro de krovackianos e orcs que tentavam contornar Daren. Não houve gritos. Houve apenas queda… quedas em silêncio, seguidas de um vazio profundo.
“Continuem passando!” Vargan’Zul arregalou os olhos, mas rugiu, forçando os flancos a insistirem: “Ele não pode estar em todos os lugares!”
Daren ouviu. Ou, mais precisamente, sentiu a tentativa de insistir no flanco direito e torceu o punho esquerdo um centímetro. A lâmina acompanhou o gesto. Uma segunda liberação saiu, não em arco, mas em linha… uma linha reta finíssima que cortou o vazio como um lápis sobre papel, desenhando uma fenda única por onde avançavam cinco grupos distantes.
*Pof. Pof. Pof. Pof. Pof. Pof…*
No instante em que a linha passou, o tempo nesses cinco pontos pareceu recuar um passo, e então adiantar dois: primeiro, um esmagamento interno fez murchar os torsos dos soldados; no mesmo momento, uma incisão os dividiu sem resistência; logo após, microdetonações espalharam o restante como poeira.
Da forma mais bizarra e assustadora possível, a vanguarda do flanco direito simplesmente deixou de existir.
“Troquem o ângulo!” Um capitão que viu a cena gritou na retaguarda: “Bombardeiem em leque!”
Seguindo aquele comando, os ataques seguintes vieram desencontrados, de cima, de baixo, das diagonais.
Mais uma chuva caiu sobre Daren, e a lâmina absorveu tudo como se cada direção fosse um declive convergindo para o mesmo poço. Raios travaram num brilho sufocado ao beijarem o metal; o gelo virou neblina sem frio que desapareceu; o fogo perdeu o brilho e o calor; a terra perdeu peso.
A espada, porém, pulsava. A cada ataque que desaparecia dentro dela, seu peso parecia aumentar e seu poder parecia beirar o infinito.
Daren sentiu o acúmulo e não desperdiçou toda aquela energia…
Ele girou o corpo a partir dos calcanhares, um movimento limpo, ancorado, e soltou a descarga em um círculo completo ao nível do quadril.
Aquilo que saiu da espada não era uma onda de choque. Era um anel silencioso e quase invisível que, onde passava, realizava os três destinos simultaneamente: fatia, esmaga, explode.
Os sons foram tão simultâneos e diferentes que um sobrepôs o outro, tornando impossível distinguir o que era audível.
Escudos erguidos não racharam… eles colapsaram. Lanças apontadas não quebraram… Elas amassaram como cera antes de se desfazer em fagulhas. O anel percorreu centenas de quilômetros e levantou, no seu encalço, um rastro de clarões pontuais e a marca das micro detonações condensadas no pós-corte.
“Ele está abrindo um fosso!” Alguém gritou, com pânico na voz.
“Não. Ele está criando um cemitério!” Outro respondeu, com o medo estampado em seu rosto.
