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Capítulo UHL 1078 - Insistência

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Tenham uma boa leitura!]


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A discussão entre os soldados que viram o ataque de Daren e questionavam se ele estava criando um fosso ou um cemitério não durou muito. Porque ele estava criando ambos.


Havia mortos por toda parte, mas também havia um fosso, sim. Um fosso invisível, uma seção inteira do avanço que foi transformada em um vazio navegável.


A gravidade naquele local era tão forte que os que vinham atrás tropeçaram no nada enquanto os da frente desapareciam.


Do alto, cultivadores de terra lançaram o que mais parecia ser cardume de pequenos asteroides, mais de mil rochas menores que voaram em padrões randômicos. A intenção deles era saturar o “poço” criado pela espada com alvos demais ao mesmo tempo. 


Daren reconheceu a tentativa como um bom movimento, mas virou a lâmina na horizontal e deixou que o enxame caísse sobre ela.


*Thumm. Thumm. Thumm. Thumm. Thumm…*


Parecia uma chuva batendo em pedra oca. Cada impacto era engolido no instante do toque, e, a cada absorção, a lâmina parecia mais pesada, mais faminta. Quando o último pedaço de rocha sumiu, Daren apontou a ponta da espada para o flanco esquerdo, onde três colunas tentavam escapar em velocidade máxima, contornando seu raio de ação.


“Voltem!” Ele disse para os soldados, em aviso, que claramente não obedeceram.


Contudo, a espada obedeceu Daren.


Dessa vez que saiu dela não foi um feixe nem um corte, foi um arrasto. O espaço à frente da ponta curvou-se como lona puxada para baixo. Os guerreiros nos corredores de fuga sentiram, a quilômetros de distância, a súbita sensação de caminhar contra uma ladeira que não existia. O avanço diminuiu, os movimentos pesaram, as auras rangeram. Em seguida, o corte veio por cima: uma lâmina oblíqua, silenciosa, que atravessou todos eles como a sombra de uma asa imensa. O triplo efeito repetiu-se: fatiamento absoluto, compressão interna, explosão em poeira.


“Escudos de terra! Criem múltiplas camadas!” Vargan’Zul ordenou em resposta: “Não deem nada para essa lâmina beber de graça! Misturem gelo com impacto; alternem água depois de choque!”


Ele era um comandante. E vendo do que aquela espada era capaz Vargan’Zul ajustou o padrão para tentar dar à espada energia ‘ruim’, fragmentada, irregular e difícil de absorver. A nova salva veio assim: gelo e pedra em folhas finas e chatas, seguidos por choques curtos e água lançada com atraso, para tentar confundir a “garganta” da lâmina.


Daren, do outro lado, sorriu de leve. Não havia soberba no gesto; havia reconhecimento. 


Contudo, por mais que houvesse algum reconhecimento, eles ainda eram inimigos, então, Daren levantou a Orgulho dos Renegados na empunhadura invertida, com a ponta baixa, e recebeu a primeira folha de gelo. A lâmina engoliu… frio, estrutura, tensão, e o choque atrasado chegou um instante depois, exatamente quando a espada ainda “engolia”. 


A Orgulho não era uma arma comum, nem mesmo para os padrões absurdos de uma arma do Espírito. Sua borda, na verdade, não era um borda: era um funil. O choque entrou como água em uma calha e desapareceu.


Quando veio a água. Daren moveu o punho um dedo para a direita e a fez entrar de lado, esticada, tornando-se linha antes de sumir.


“Agora.” Ele disse a si mesmo, e o círculo de placas, ainda em órbita, tilintou num coro grave, como sinos soterrados. Não voaram. Não atacaram. Apenas apertaram o perímetro, fazendo do espaço ao redor de Daren um torniquete.


*Whooooooooooooooooooooooooooooom…*


A descarga seguinte da espada foi direcional e longa: uma foice que atravessou camadas, comeu escudos, lambeu fileiras. O corte foi tão fino que demorou um segundo para que os efeitos se manifestassem; e, quando se manifestaram, vieram em cascata. Primeiro, as formas partiram; depois, amassaram de dentro para fora; por fim, os pontos de microdetonação saltaram como estrelas cadentes invertidas em milhares de lugares ao mesmo tempo.


Lá atrás, bem longe, três grupos quase haviam conseguido passar. Daren não olhou. Apenas virou o punho até o talo e arrastou o corte numa curva lenta, que viajou quilômetros como um cometa invisível. O traço passou entre as colunas fugitivas e as cortou pelo meio; a compressão arrancou o ar de seus pulmões antes do cérebro perceber; as explosões finalizaram o trabalho.


“Artilharia espiritual!” Vargan’Zul berrou: “Faixas alternadas!”


O céu, aquele céu de escuridão sem estrelas, se iluminou com trovões, com raios descendo em bandas paralelas, água em leques, gelo em túneis espirais, rocha em colunas serrilhadas. A geometria do bombardeio enfim parecia digna de um exército de milhões.


Daren, por sua vez, avançou um passo.


Foi só um passo. E, nesse passo, a lâmina encontrou oito ataques de uma vez. Ela engoliu sete. O oitavo, ele apenas defletiu com um toque de nada, e o defletido voltou como uma serpente em curva, acertando o próprio pelotão que o lançara. Não por descuido, mas porque o espaço estava curvado. O que partia reto voltava em arco.


*Booooooooooooooooooooooooooooom…*


Em suas mãos, o metal da espada vibrava quente agora, não como calor que queima pele, mas como calor que pesa, que deforma a ideia do que é leve. Daren respirou e soltou em dois jatos: um vertical, que subiu como uma lâmina de guilhotina até se perder de vista; outro horizontal. 


O vertical colheu cultivadores posicionados acima de sua cabeça; o horizontal varreu corredores montados para o avanço rápido.


Entre um e outro, veio uma salva coordenada de raios. Ao tocar a lâmina, a eletricidade não morreu: ficou presa, percorrendo o desenho do metal por dentro, como rios subterrâneos encontrando cavernas. Quando o próximo corte saiu, ele não só fatiou, esmagou e explodiu… ele fulminou. O clarão não era de uma luz normal; era o último suspiro elétrico de uma energia que se recusava a morrer se não fosse forçada.


O clarão do último corte ainda não havia se dissipado quando Daren sentiu a próxima mudança no ritmo do bombardeio. As ondas, antes intercaladas e largas, começaram a se fechar, com disparos múltiplos surgindo de pontos distintos e se encontrando quase simultaneamente sobre ele. Era uma tática de saturação volumétrica: em vez de tentar superá-lo em força, tentavam sufocá-lo em quantidade.


Ele percebeu rápido que, dessa vez, não teria como neutralizar tudo sem custo.


A primeira linha de ataques veio de cima e de baixo, com fogo e gelo em espirais contrárias. A segunda veio pelo flanco, composta de meteoros menores, disparados como rajadas de munição. A terceira veio da retaguarda, com um anel de raios convergindo para seu ponto central.


Daren, agora, não tentou receber tudo na lâmina.


Sua mão direita se abriu num gesto curto, e cinco placas deixaram a órbita estática, disparando como projéteis maciços para interceptar os ataques de baixo e de trás. Ao impacto, o peso brutal e a densidade das peças esmagaram e despedaçaram as técnicas, desviando o que restava e arremessando de volta estilhaços de rocha e gelo. O som metálico ecoou no vácuo quando as placas retomaram suas trajetórias, voltando para a órbita como se nunca tivessem saído.


Enquanto isso, ele levantou a Orgulho dos Renegados para absorver a espiral de fogo e gelo que vinha de cima. A energia foi tragada, mas dessa vez Daren não a acumulou para um corte: ele a converteu. A lâmina vibrou com um pulso interno e, no instante seguinte, uma esfera compacta de energia espiritual pura cresceu na base do metal, do tamanho de uma cabeça humana.


*Whooooooooooooooooooooooooooom…*


Aquela coisa ficou parada, até que ele a soltou.


A esfera não viajou rápido. Não precisava. Ao atingir vinte metros de distância, ela se expandiu como uma estrela nascendo… um clarão que varreu trezentos graus de espaço, engolindo uma centena de guerreiros que tentavam cruzar seu perímetro. 


Não houve corte dessa vez. Houve impacto, uma pressão espiritual tão densa que esmagou armaduras de dentro para fora, implodiu pulmões e interrompeu instantaneamente qualquer técnica ativa nos atingidos.


No mesmo momento, dois grupos no setor leste conseguiram passar direto, voando em alta velocidade para contornar Daren.


Ele não se virou. Duas placas deixaram a órbita e dispararam em trajetórias curvas, guiadas pela força de manipulação dele, como se conhecessem o ponto exato em que se cruzariam com os fugitivos. 


*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*


A primeira atingiu o peito de um, quebrando ossos e lançando o corpo dele para trás como um boneco sem vida. A segunda esmagou a perna de outro, girando no impacto e arrancando-o do curso. Mas, em vez de recuar, elas continuaram, mudando de direção no vácuo como predadores, até reduzir cada soldado que ousara ignorá-lo a destroços.


Do alto, um cultivador krovackiano avançou, segurando uma lança coberta de entalhes azuis. Ele girou a arma e lançou uma onda de água condensada que, no vácuo, se comportou como uma lâmina translúcida, cortando o espaço rumo à nuca de Daren.


*Claaaaaaaaaaaaaaaaang…*


Uma placa subiu e bloqueou o golpe no último instante, a massa dela desviando o ataque com força bruta. E o que sobrou da lâmina aquática, Daren puxou com a espada, engolindo até o último resíduo.


*Splaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*


Um segundo depois, ele liberou tudo em forma de explosão direcionada para cima, como um jato vertical. O impacto arrancou dezenas de soldados que estavam posicionados em arco sobre ele, dispersando-os como fragmentos.


Daren causava um estrago gigantesco, mas o fluxo de soldados não parava.


O espaço ao redor dele virou uma colmeia em erupção, com golpes vindo em todas as direções: rochas serrilhadas lançadas em rotação para penetrar escudos, correntes de raio sincronizadas para cercá-lo, estacas de gelo giratórias projetadas como brocas.


A espada não conseguia estar em todos os lugares. As placas também não. E pela primeira vez, Daren precisou usar ambos ao mesmo tempo como um só corpo.


Ele girou no próprio eixo, com a Orgulho dos Renegados em um arco alto, enquanto oito placas se soltaram da órbita e começaram a girar em volta dele em padrões elípticos. Cada uma interceptava ataques que passavam pelo flanco, usando impacto e peso para esmagar projéteis ou desviar golpes. A lâmina, enquanto isso, absorvia as técnicas frontais, que se acumulavam rápido demais para dispersar de imediato.


A pressão era real. O espaço não tinha peso, mas a batalha tinha.


Daren recuou meio passo, não por medo, mas para redesenhar seu campo de ação. Com um movimento rápido do punho, ele liberou a energia acumulada na espada em uma onda frontal, um corte largo que abriu caminho e empurrou um pelotão inteiro para fora de posição. Ao mesmo tempo, as placas voltaram à órbita e avançaram novamente, disparadas de forma independente para atingir inimigos que tentavam cruzar para Decarius.


“Isolamento!” Gritou um comandante krovackiano, percebendo o padrão. 


Imediatamente, grupos se dividiram para atacar Daren de pontos opostos, forçando-o a se virar constantemente. Era a tática certa: se não conseguissem derrotá-lo, ao menos poderiam esticá-lo até quebrar.


O rosto de Daren, no entanto, não mudou, mas seus movimentos ficaram mais econômicos. Ele começou a alternar, ora absorvia para converter em cortes, ora desviava o ataque com as placas e contra-atacava com explosões de energia. Essa versatilidade o mantinha intacto, mas também o fazia gastar muito mais foco e controle.


Enquanto isso, no flanco norte, um esquadrão inteiro passou voando em formação fechada, tentando se manter fora do alcance da espada. Daren fechou os olhos por um instante, sentiu o deslocamento espiritual deles e enviou três placas. Elas não os perseguiram em linha reta… elas sumiram no vácuo e reapareceram à frente da formação, fechando a rota como uma armadilha invisível. 


*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*


O impacto foi imediato. Três corpos foram esmagados, dois gravemente feridos, e o resto forçado a recuar.


Mas, enquanto Daren lidava com eles, outro corredor se abriu no setor oeste.


Na base da insistência, o espaço à volta de Daren estava se tornando um tabuleiro, com peças inimigas tentando cercá-lo e contorná-lo a cada respiração. Ele já não conseguia controlar tudo com antecipação perfeita. E isso era exatamente o que Vargan’Zul queria.


De longe, vendo soldados caírem um após o outro, mas os primeiros deles começarem a cruzar a linha invisível que Daren delimitou, o comandante krovackiano assistia, analisando. E ele estava bem, apesar das perdas.


Daren ainda matava dezenas a cada ataque, mas agora precisava escolher melhor onde e como agir. E não podia estar em mais de um lugar ao mesmo tempo.




O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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