top of page
Garanta o seu exemplar.png

Capítulo UHL 1081 - Demônios e Campeões

[Capítulo patrocinado por Alberto Augusto Grasel Neto. Muito obrigado pela contribuição!!! 


ATENÇÃO: LINK ATUALIZADO. Venham fazer parte da nossa comunidade no Telegram! https://t.me/+tuQ4k5fTfgc1YWY5


ATENÇÃO: OS EXEMPLARES FÍSICOS E DIGITAIS DO PRIMEIRO LIVRO DE O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ JÁ ESTÃO DISPONÍVEIS NAS MAIORES LIVRARIAS DO BRASIL E DO MUNDO. APOIE O NOSSO TRABALHO E GARANTA JÁ UM EXEMPLAR TOTALMENTE REESCRITO E REVISADO, E COM TRECHOS INÉDITOS.


Quer ver um mangá de O Último Herdeiro Da Luz? Então, a sua ajuda é muito importante para que possamos alcançar novos limites!


Para patrocinar um capítulo, use a chave PIX: 31988962934, ou acesse https://www.ultimoherdeirodaluz.com/patrocinarcap para outros métodos de pagamento, que podem ser parcelados em até 3x sem juros.


Para ver as artes oficiais da novel, que estão sendo postadas diariamente, siga a página do Facebook https://www.facebook.com/Herdeirodaluz


Ou a página do instagram https://www.instagram.com/herdeirodaluz/


Todas as artes e outras novidades serão postadas nas nossas redes sociais, e vêm muitas outras por aí, então siga as nossas páginas e não perca a chance de mostrar à sua mente qual é o rosto do seu personagem favorito!


Ps: Link do Telegram atualizado!


Tenham uma boa leitura!]


-----------------------


O corte de Hatori ainda vibrava no tecido da realidade. A cicatriz reta, limpa como a pena de um escrivão, permanecia aberta, dividindo o cosmos em duas faixas que se recusavam a se tocar. O silêncio que a seguiu foi abrupto e pesado; não o silêncio da paz, mas o do medo engolido a seco, que insiste em ficar preso na garganta de um exército inteiro.


“CHEGA!” Rugiu Vargan’Zul, e a voz dele arrebentou o vácuo como um trovão dentro de uma gruta.


No mesmo instante, a aura do comandante explodiu num pulso de fogo negro com cinzas carmesins, expandindo-se em anéis que pressionavam o nada. Onde esse peso passava, a coragem reencontrava os ossos, o pânico perdia os dentes e a disciplina lembrava a postura. Não era ornamento, não era liturgia, era a presença, um senhor de guerra forçando o mundo a reconhecê-lo.


Daren observava quieto. As íris alaranjadas queimavam como brasa no escuro; as placas, densas, maciças, reajustavam-se em órbita baixa, como um cinturão de meteoros domados pela sua vontade. Ao lado, Hatori segurava a Sourigawa com o relaxo que só existe na precisão absoluta, com o corpo ereto como um bambu cravado no leito de um rio.


Vargan’Zul então moveu-se.


Ele não correu, ele caminhou. Cada passo seu tinha cadência. 


*Thumm. Thumm. Thumm.* 


Eram botas de aço sobre pedra inexistente. A armadura assentava como se tivesse juntas vivas e a musculatura por baixo lembrava placas tectônicas. Na mão, estava a Khazra’kul, lâmina larga, dentada, cercada por um brilho incandescente que ao mesmo tempo não iluminava nada.


Bastou ele erguer a espada e, atrás dele, a elite rompeu as linhas. Orcs de ombros como proas de navio, pescoços grossos como colunas, mãos do tamanho de raquetes; krovackianos encapsulados em ligas grafite e azul-escuro, com cada movimento carregando anos de experiência em guerras. Eram histórias andando. A imagem que vinha estampava uma força de cinema. Era como ver um bando de Momoas esculpidos em outras raças e atiçados por séculos de brutalidade. E cada um trazia consigo uma técnica que, sozinha, era capaz de mudar o curso de uma guerra.


O vácuo pareceu tremer na chegada deles.


“Ele mesmo, hein…” Hatori murmurou, sorrindo curto, sem tirar os olhos de Vargan’Zul: “Faz tempo que não luto de verdade.”


“Então seu desejo foi realizado.” Ao lado, Daren respondeu, sem elevar a voz.


*Swiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiing…*


O primeiro ataque veio reto, pesado. Vargan’Zul varreu a Khazra’kul num arco amplo, e a lâmina cuspiu uma meia-lua de treva ardente que dilatava o espaço como o calor dilata metal. O corte veio numa só intenção: partir.


Daren não ergueu a espada. Um gesto de punho bastou e um conjunto de placas avançaram como luas negras e interceptaram a trajetória. 


Ao encontrarem com o corte, elas não absorveram, porque não é isso que fazem, mas o peso absurdo e o campo gravitacional que Daren imprimira nelas puxou o arco para fora da linha, curvando o golpe até que ele mordeu o nada e seguiu para o infinito.


Hatori disparou. A Sourigawa cortou o escuro num semicírculo, e o domínio nasceu: dentro daquele raio invisível, o espaço aceitava o corte como aceitaria a lâmina mais afiada. O golpe voou limpo, sem hesitação, mirando a garganta de Vargan’Zul.


Quando a lâmina ia alcançá-lo, a Khazra’kul apertou a mão, como se fosse um coração batendo. Do metal grosso nasceu um brilho estranho, e o espaço ao redor se deformou, não enrijecendo, mas dobrando, como se Vargan’Zul tivesse puxado os eixos dele para si.


A Sourigawa entrou no campo e, pela primeira vez em eras, falhou. O golpe não foi parado… foi desviado. A lâmina cortou, mas o que deveria ser o pescoço do comandante estava um palmo ao lado, arrastado pela distorção que a Khazra’kul sustentava. 


*Krrrrrrrrrrrrrr…*


O corte riscou o ombro da armadura, profundo, cuspindo fagulhas negras, mas não atravessou o centro vital do comandante.


Hatori recuou dois passos, com os olhos estreitos em reconhecimento.

 

Daren, ao lado, assentiu sozinho.



“Ele não molda só o corpo… ele dobra o espaço ao redor dele.”


E então, enquanto Daren falava, a elite caiu.


Um orc cinzento, com cicatrizes profundas como o  leito de um rio seco, ergueu uma maça feita de vértebras fundidas e mergulhou em Daren. Cada golpe que ele desferia puxava a gravidade como quem puxa uma corrente: o vácuo pesava, aliviava e pesava outra vez, em marés violentas. 


*Claaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaang…*


Daren recebeu um dos golpes com uma placa, e o impacto empurrou seu braço meio centímetro além do conforto. 


Ao verem aquilo, um sorriso de dois veteranos começou a nascer, mas ele morreu pequeno. O reflexo de Daren agiu rápido, prensando o orc contra o próprio ímpeto.


“Craaaaaaaaash…* Ossos estalaram em cascata e o gigante foi cuspido de volta pela mesma gravidade que trazia ao punho.


À direita, um krovackiano abriu as mãos e relâmpagos nasceram. Eram linhas de destruição, facas brancas que carbonizavam o que tocavam e explodiam o espaço ao redor. 


*Baraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaum…*


Cortes de raios listraram o espaço na direção de Hatori, e as trajetórias se cruzavam em ângulos diferentes, para não oferecer rotas de fuga.


Hatori também não procurou a fuga. Ele baixou o queixo e avançou. 


O primeiro raio veio alto, e ele o cortou em duas linhas finíssimas que se apagaram num suspiro; o segundo veio de baixo e riscou sua cintura, arrancando faíscas da chapa lateral da armadura. A carne queimou na borda do golpe, mas ele torceu a bacia e o resto passou, levando apenas tecido. O terceiro veio diagonal, rápido demais, e acertou-lhe o ombro, abrindo uma crista negra de queimadura. Hatori tomou o choque inteiro sem gemer, e a Sourigawa respondeu com um deslize rápido, e o oponente perdeu o braço do cotovelo para frente.


*Splaaaaaaaaaaaaaaaash…*


E não parou.


Enquanto Hatori arrancava o braço de um, vieram mais. Dessa vez, eles não eram massas sem rosto; eram campeões, colossos. Um krovackiano de lâminas curtas acelerava os braços além do plausível, e cada ataque parecia ter acontecido um instante antes de começar. Uma orc martelava o vácuo com os punhos nus, comprimindo camadas de ar que poderiam partir armaduras. 


Daren girou a Orgulho dos Renegados e partiu o bloco de ar em duas fatias, devolvendo-o como uma explosão que arremessou o primeiro. Já o segundo conseguiu raspar-lhe o braço, deixando um risco fino em seu braço.


Hatori, por sua vez, torceu o corpo no limite para não perder o flanco. As lâminas curtas de um duelista krovackiano raspavam pelo domínio, e ainda assim arrancaram-lhe sangue da coxa. Mas ele respondeu com um corte único, que atravessou os dois olhos do adversário e o deixou cego antes que percebesse.


Ainda assim, nenhum inimigo recuou. A elite rotacionava. Golpe, recuo, pressão em leque, respiro para o próximo impacto.


Os veteranos avançaram. Três pela frente, dois pelo flanco esquerdo e um pelo alto. O ritmo era cadenciado… um golpe para abrir, outro para fechar, um terceiro para causar o maior dano possível.


O primeiro orc, com um torso grande como uma muralha, desceu com uma marreta sobre Daren. O segundo, mais ágil, mergulhou pelo lado com garras de metal presas aos antebraços. O terceiro veio de cima, com uma lâmina longa em queda vertical.


Daren girou dois conjuntos de placas e a marreta estourou contra elas, recuando em estilhaços. No mesmo movimento, ele se abaixou meio palmo, o golpe das garras passou rente ao seu ombro, e a lâmina que vinha de cima bateu contra o reflexo titânico, sendo desviada para o vazio. Daren respondeu com um giro curto da espada, que cortou o ar em linha, e o orc de cima foi atingido no abdômen, sendo lançado para trás cuspindo sangue.


Ainda assim, quando passou perto, o orc das garras conseguiu arranhar o bíceps de Daren antes de recuar. 


Um risco fino, vermelho, destacou-se contra o negro da armadura. Era pequeno, mas um feito diante de um monstro daqueles.


Hatori enfrentava outro trio. Um krovackiano duelista atacava em ritmo de centenas golpes por respiração, com lâminas curtas que piscavam como relâmpagos. Do lado, uma orc disparava rajadas de ar comprimido que viajavam como aríetes. Por cima, outro krovackiano lançava raios em linha, que se transformaram em explosões que estouravam como granadas.


Hatori abaixou a cabeça e entrou no meio dos três. A Sourigawa cortou em arco largo: primeiro, partiu duas rajadas de ar em fendas limpas; depois, rebateu uma das lâminas curtas, por fim, desviando-a para cima e fazendo-a colidir contra um dos raios. 


Ele sentiu seu braço tremer, mas mesmo assim, o duelista avançou de novo, e conseguiu enfiar a ponta de uma lâmina na coxa dele, rasgando carne em diagonal. Hatori firmou o corpo, sentiu a perna tremer por um instante, mas não recuou. 


Com um giro, ele devolveu o corte e abriu o peito do adversário de lado a lado.


A orc, vendo seu companheiro cair, mas ao mesmo tempo identificando uma abertura, socou o vácuo com força. 


*Boooooooooooooooooooooooooooooooooooooom…*


Um bloco de ar invisível atingiu Hatori nas costelas e o jogou para trás. Ele rangeu os dentes, tossiu sangue, mas se sustentou e manteve a espada firme em suas mãos, assim como sua posição na batalha.


Ao lado, Daren recuava meio passo e avançava outro. Os inimigos vinham em pares e trios, tentando sincronizar ataques que forçavam as malditas placas a trabalhar no limite. Um orc gigante tentou prendê-lo com correntes de gravidade, puxando os pés dele contra o vazio. No mesmo instante, outro desceu com uma lâmina curva, mirando-lhe o pescoço.


*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*


Daren curvou o espaço abaixo de si, como quem se livra da lama nas botas. A corrente falhou miseravelmente. Ele, então, girou a espada e a lâmina do inimigo se partiu, levando com ela metade do braço do adversário. Ainda assim, o esforço dos inimigos custou-lhe um corte raso na lateral do rosto.


Mais sangue, mais um preço pago.


O ritmo da batalha que começou era esse: Pressão, resposta, e, contra Daren, principalmente, ferimentos pequenos que se transformaram em enormes vitórias.


Hatori sangrava em três pontos, com ombro levemente queimado, a coxa cortada e as costelas doloridas. Daren tinha riscos finos nos braços, no rosto, e um corte menor na coxa. Cada um desses golpes, em ambos, era conquistado com suor e sangue dos veteranos, guerreiros que não eram apenas buchas de canhão, mas lendas vivas com plenas capacidades de liderar seus próprios exércitos.




O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
bottom of page