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Capítulo UHL 1083 - Senhores da Guerra

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Tenham uma boa leitura!]


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O corpo do duelista caiu dividido, e o riso de Hatori ainda reverberava no vácuo quando a onda seguinte os engoliu. Não havia pausa, não havia intervalo. Centenas de veteranos se lançavam ao mesmo tempo, cada qual trazendo técnicas que, em qualquer outro campo de batalha, já seriam o suficiente para decretar vitória imediata. Agora, eles eram apenas mais peças de um enxame que não podia parar.


Daren ergueu o olhar, com os olhos alaranjados ardendo como brasas enterradas em cinzas, e as placas giraram em torno dele. Hatori, com a Sourigawa firme, ainda sentia o gosto metálico do sangue na boca e ria sozinho, um riso grave, que mais parecia a respiração de um predador prestes a saltar. O calor em seu peito, há tanto tempo soterrado pela disciplina, queimava de novo, e ele estava disposto a se perder nele.


O primeiro impacto veio em massa. Orcs de ombros largos moldaram a terra, erguendo muralhas que avançavam como placas tectônicas em choque. 


Daren não esperou. 


*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*


Ele moveu a mão, e duas placas de seu cinturão gravitacional se chocaram contra as muralhas, desviando-as e comprimindo sua densidade até que desabassem em pó. 


No mesmo instante, krovackianos avançaram por cima, disparando jatos de água comprimida em feixes que cortavam como lâminas, enquanto outros erguiam cristais que disparavam como flechas. 


Hatori mergulhou no meio da trama, cortando dois feixes, desviando o terceiro com um giro da bacia, e respondendo com um arco limpo que atravessou três inimigos de uma só vez. 


*Splaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*


A Sourigawa parecia cantar de felicidade, e cada nota dela era um corte que dividia ossos, armas e orgulho.


E então Vargan’Zul caiu sobre eles.


A Khazra’kul varreu o espaço em diagonal, cuspindo chamas negras que ondulavam como rios, ao mesmo tempo em que blocos de terra surgiam do nada e tentavam esmagar o vácuo em direção a Daren. 


O espaço ao redor do comandante se dobrava em um raio curto, próximo ao corpo, distorcendo linhas, arrastando golpes, forçando inimigos e aliados a respeitar o alcance da lâmina. 


Hatori, entretanto, avançou, com a Sourigawa riscando um traço perfeito em sua direção. 


Vargan’Zul girou a Khazra’kul de leve, com o punho baixo, e o entorno dele “arrepiou”. O espaço puxou a linha do corte um palmo para fora do centro. A lâmina de Hatori passou onde a garganta estaria e mordeu apenas a gola da armadura, arrancando fagulhas negras.


*Claaaaaaaaang… Swiiiish…*


Hatori não parou para lamentar. Ele puxou de volta no mesmo movimento, invertendo o fio. O comandante rotacionou o ombro e o ar próximo contorceu.


O contra-golpe da Sourigawa correu para a esquerda como se tivesse entrado num leito de rio. De novo faíscas saíram, mas nada de carne ou sangue. 


Em resposta, a Khazra’kul subiu, não em linha reta, mas num arco que “arrastava” o mundo consigo. Hatori cruzou a lâmina no instante exato e o choque vibrou pelos ossos de ambos.


*Boooooooooooooooooooooooooooooooooooooom…*


Logo após a colisão, Hatori deu dois passos rápidos, entrando no o flanco do comandante…


Primeiro, veio uma estocada curta no vazio, mirando o plexo, e a ponta “escorregou” para fora, como se um ímã lateral tivesse puxado. 


Vargan’Zul respondeu com um golpe de dorso de sua arma, pesado, com a chama negra escorrendo pelo gume. Hatori abaixou a cabeça, sentiu calor lamber-lhe a orelha e reagiu com um corte rente ao quadril do adversário. 


De novo, a curvatura empurrou a trajetória. E de novo, só metal foi atingido.


Naquele segundo golpe, Hatori entendeu a primeira pista.


Aquilo ao redor de Vargan’Zul não era um escudo, era um campo diferente. Ele era curto, colado ao corpo, e ficava mais forte em volta da caixa torácica e do punho que guiava a espada. 


Não adiantava mirar onde os olhos queriam, era preciso mirar onde a curvatura ia colocá-lo.


Ciente disso, mas sem ter os caminhos, ainda, Hatori reduziu a distância de propósito.


*Tap… tap… tap…* A cadência dos pés dele dançava no vácuo. O domínio da Sourigawa se abriu um dedo a mais e os golpes vieram.


Um corte raso ao ombro, um estalo nas costelas, um risco em diagonal ao joelho. Cada um foi calculado para “errar” por um palmo, o palmo que a Khazra’kul arrancava da realidade. 


Os dois primeiros deslizaram para fora do centro; o terceiro, que deveria ter passado ao lado, entrou. A lâmina raspou a borda do joelho do comandante e riscou a rótula.


*Krzzzzzz…*


Vargan’Zul recuou um passo de nada, e o recuo trouxe terra, poeira, limalhas… tudo em uma nuvem áspera que girou no seu entorno. 


A nuvem se enroscou no domínio de Hatori, tentando “dar corpo” ao ar. 


O samurai cortou a poeira em placas, mas um punhado de grãos ficou grudado na pele queimada do ombro. O comandante trocou a textura do plano com um gesto e veio por cima, com a Khazra’kul descrevendo uma meia-lua. 


*Swiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiing…*


Hatori girou por dentro, com a ponta da Sourigawa riscando a axila de Vargan’Zul. A curvatura puxou, mas ele já contava com isso, e o fio entrou um dedo antes do alvo previsto. 


Sangue escuro borbulhou sobre a pele do krovackiano.


Vargan’Zul riu por trás do elmo e devolveu com fogo. 


*Boooooooooooooooooooooooooooom…*


Chama negra jorrou da guarda da espada em jatos curtos. Hatori dobrou a cintura, o jato raspou pela sua clavícula, e a pele estalou. Entretanto, ele avançou através da dor, com o olho cravado no punho do adversário, na sutil inclinação do cotovelo. 


Cada inclinar reescrevia o campo ao redor do comandante; cada micro torção dizia para onde a linha da realidade seria puxada na fração seguinte.


*Swiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiing… Swiii… Clang… shnk…*


Cem golpes eram trocados no tempo de uma respiração. A maioria batia em aço, duas ou três entravam, duas ou três eram pagas com contragolpe. Hatori mordeu os dentes quando a guarda serrilhada da Khazra’kul bateu de raspão na sua coxa cortada e a perna falhou por meio passo. 


Contudo, ele transformou a falha em giro e usou a rotação para varrer o dorso da Sourigawa contra a lateral do capacete de Vargan’Zul. O impacto amassou a aba e arrancou um filete mais espesso de sangue escuro da têmpora do comandante.


O comandante, por sua vez, plantou os pés e a terra veio como martelo. 


Um pilar de pedra surgiu sob Hatori tentando levantá-lo pela sola, quebrar a base e apresentar sua garganta à Khazra’kul. Hatori girou na vertical e cortou o pilar antes de ele completar a elevação. 


A lâmina atravessou o pilar como se fosse de manteiga, e ela seguiu na direção de Vargan’Zul, mas a curvatura tentou arrastar o corte para a esquerda.


Hatori rapidamente inclinou o punho cerca de um grau no sentido oposto e a linha 

se manteve. 


*Claaaaaaaaaaaang…*


A Khazra’kul interceptou, mas tarde demais para evitar que a ponta da Sourigawa cravasse um centímetro no músculo do peitoral.


*Tsssssssssssss...*


Chama negra explodiu como resposta. Hatori torceu a coluna e sentiu a pele do braço esquerdo estalar em bolhas. Contudo, ele não recuou. 


O riso que havia saído antes voltou mais baixo, quase como um ronco. A cada troca, a mão do comandante contava segredos para o samurai…


Quando ele estava com o punho fechado, a deriva puxava para os golpes para baixo; punho aberto, a deriva empurrava para fora; cotovelo alto, o espaço torcia em sentido horário; cotovelo recolhido, anti-horário. E havia os pontos mortos, pequenos vazios, abaixo da axila direita, na junção do quadril esquerdo, na faixa logo atrás do joelho, onde a curvatura perdia força por uma fração de segundo.


Hatori começou a mirar exatamente nos vazios. Quer dizer, não neles diretamente, mas um palmo fora, para que o arrasto levasse o fio para dentro.


Os golpes de Hatori finalmente começaram a encontrar Vargan’Zul.


A elite, por sua vez, percebeu e começou a sujar o entorno. Um veterano soltou lâminas de gelo girando baixo; outro, fios d’água pedindo para serem cortados; um terceiro, com areia ferruginosa, deu densidade ao ar; um quarto lançou raios em cortina; um quinto o cercou com labaredas flamejantes. 


Hatori tratou tudo como uma sinfonia… 


Ele cortou dois gelos para ajustar o tempo, aparou um fio para calibrar o arrasto, deixou a areia bater no rosto para saber qual seria a próxima posição da mão de Vargan’Zul, e partiu a cortina elétrica pelo nó mais grosso enquanto desviava do fogo. 


Quando a janela abriu, ele entrou outra vez no alcance curto de Vargan’Zul.


*Clang. Clang. Clang. Clang…*


A Khazra’kul bateu no dorso da Sourigawa e escorregou; Hatori deixou escorregar, virou o punho e usou a própria deriva para “levar” a lâmina à base do pescoço. O gume mordeu uma lasca de armadura e um pedaço raso de carne. 


Chama. Cotovelo. Arrasto para dentro. Hatori continuava lendo Vargan’Zul como um livro aberto.


O próximo golpe veio por baixo, mirando o tendão acima do calcanhar. O comandante leu a intenção, afundou o peso, manipulou a terra e criou uma grossa camada de pedra sob seus pés. 


*Swiiiiiiing.*


Hatori cortou a defesa no meio e a perna do inimigo ficou sem proteção por um instante.


“É agora!” Hatori murmurou enquanto, com um estalo curto de punho, o fio subiu, a curvatura empurrou para fora, mas ele já contava com isso, e o corte, que “erraria” por um palmo, entrou pelo flanco, entre duas placas da couraça.


*Shhhnk.*


Vargan’Zul sofreu um corte profundo, mas não recuou e pagou no ato. 


Imediatamente após Vargan'Zul ser atingido, a guarda da Khazra’kul golpeou como martelo na têmpora de Hatori. 


*Baaaaaaaaaaaaaaaaaaaaang…*


A vista piscou branca; o som ficou abafado. O samurai escorregou um passo para fora, abaixou a cabeça até a linha do peito e nadou direto para dentro da própria tontura. 


O sangue voltou a zumbir no ouvido e o corpo respondeu. Ele riu sem dentes à mostra, com apenas um sopro quente, e entrou de novo.


Enquanto isso, ali do lado, Daren mantinha a maré no limite. Cada vez que dois, três, cinco veteranos tentavam cobrir o comandante, placas esmagavam suas rotas e a Orgulho dos Renegados cuspia cortes que abriam corredores de cadáveres. Ainda assim, colunas passavam por trás, empurradas por trilhos de ar e protegidas por estruturas de metal e de cristais. 


O Demônio da Escuridão, porém, não cedeu um único metro que não fosse pago com cem vidas.




O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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