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Capítulo UHL 1085 - Reconhecimento Mútuo

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Tenham uma boa leitura!]


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Enquanto era lido como um livro aberto pelo seu adversário, Vargan’Zul começava a ser ferido constantemente.


O punho de Vargan’Zul fechava, a deriva puxava; o cotovelo subia, a rotação vinha; a nuca girava, o vértice traseiro trocava de lugar. Hatori entrou de lado, com a ponta da Sourigawa baixa, procurando o centímetro que o campo entregava. A Sourigawa perfurou a junção do quadril, raspou sob a axila, e errou alto no pescoço de propósito para o arrasto trazê-la para dentro. Uma tocou metal, duas abriram a carne. 


O sangue escuro respingou no elmo do comandante e secou instantâneamente no calor das chamas negras.


*Claaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaang…*


Vargan’Zul respondeu sem ceder ao momento. A Khazra’kul subiu num semi-arco curto e o espaço à volta curvou como um tecido. Hatori cruzou a espada, o choque tremeu no osso, e mesmo assim o samurai aproveitou o recuo para estocar mais uma vez, mirando não a garganta, mas um palmo fora dela. 


*Swing.*


O campo puxou e o fio entrou de raspão, arrancando um pedaço raso da carne do pescoço antes de escorregar para fora.


*Clang. Shnk. Swiiiish. Booooom.*


Terra ergueu-se sob os dois como uma mão grossa tentando engolir Hatori pelos calcanhares. Ele desceu com um corte e partiu a estrutura no meio; O basalto recém-nascido caiu em lascas girando que foram puxadas para o anel de distorção em torno da Khazra’kul e voaram como estilhaços de um planeta. 


*Splaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*


Uma borda passou longe do duelo e varreu um pelotão inteiro. Ombros foram arrancados, elmos desabaram, fileiras se dobraram de uma vez, e militares que mal tinham visto a dupla de perto viraram sombra no clarão das chamas negras que vieram logo depois.


Hatori reconheceu a escala e ajustou o passo.Ele levantou o queixo, trouxe a lâmina colada à face e mergulhou no alcance curtíssimo, onde o próprio arrasto tinha pouco espaço para operar. 


Vargan’Zul sentiu a intenção. Aquela era a distância em que a Sourigawa mandava. Então, ele firmou os pés, chamou a terra e abriu um degrau sob o samurai, tentando tirar-lhe a base. O corpo de Hatori subiu meio palmo, mas rapidamente, a mão dele desceu meio palmo.


O erro se anulou no mesmo instante e a ponta da Sourigawa enfiou-se entre duas placas da couraça.


*Splaaaaaaaaash…*


Vargan’Zul foi atingido mais seriamente agora, mas Khazra’kul pagou no ato. A espada serrilhada bateu como uma marreta no ombro do samurai, abrindo músculo e osso, e a chama jorrou como óleo em brasa. 


Hatori girou pela dor, aceitou o golpe, mas usou a energia do impacto para girar a cintura e riscar a têmpora do comandante outra vez. 


*Swing.*


A borda do elmo amassou e o sangue escuro do krovackiano escorreu em um filete grosso.


À volta, o campo inteiro estourou em escala maior. Um bloco de cultivadores de fogo abriu a boca do inferno: mares negros de chama caíram como cascatas. O vácuo brilhou entre vermelho e carvão. 


Daren puxou metade para si e apagou a maior parte; a outra metade bateu na batalha central e seguiu adiante, lambendo três corredores e torrando um milhar de soldados menos preparados. Houve gritos cortados ao meio pela falta de ar, e houve silêncio de gente que simplesmente virou cinza.


Contudo, a maré não parava. Água veio em parafusos; raios, em lâminas; ar, em paredes de pressão que esmagavam ossos; som, em pulsares que tentavam desligar músculos; metal brotou em dardos, correntes, flechas. 


Daren curvou o espaço e desmontou lotes inteiros. Ele fez poeira cair como chuva pesada, fez gás colar no próprio gás e estourar longe, engoliu relâmpagos e devolveu num só feixe que cortou três colunas como se puxasse um pano sob uma mesa, deixando corpos e cabeças voando.


Hatori e Vargan’Zul continuavam ocupando o centro do mapa de guerra. Cada vez que a Khazra’kul errava Hatori, que desviava de propósito, a força do golpe atravessava fileiras a quilômetros e soldados como se rasgasse uma folha de papel. Da mesma forma, cada vez que a Sourigawa não achava a carne do comandante, a linha dela seguia adiante, reta, impiedosa, e partia túneis de cristal, de metal e os corpos que estavam sob eles. 


A energia residual de ambos era um terceiro exército matando sem olhar para quem.


“É uma pena…” No meio daquela luta extraordinária, Hatori falou, com a voz baixa, no meio de duas trocas, sem perder a cadência. 


*Clang.* “Com você do nosso lado…” *Clang.* “Muitos deuses cairiam mais rápido.”


Vargan’Zul respondeu com um sorriso que Hatori percebeu no canto da boca sob o elmo. A Khazra’kul girou, o campo puxou o próximo golpe para baixo e o comandante falou como quem dita marcha.


“Os humanos…” *Booooom* “Deveriam ter ficado onde sempre estiveram.”


A chama negra sopro. Hatori cortou a chama em dois, o calor lambeu seu queixo e abriu uma faixa de bolhas. COntudo, ele não parou.


“E os deuses?” *Swing.* “Devem ficar onde sempre estiveram… no pescoço de todos?”


“A ordem das coisas…” Vargan’Zul respondeu, sem elevar o tom, empurrando o samurai para a direita com uma parede que brotou, andou e desabou como uma pensa: “Sempre nos foi benéfica.” *Clang.* “Vivemos livres...” *Shnk* “Sob ela.”


“Vocês querem trocar um mundo que funciona por uma promessa vaga. Na qual eu não acredito!”


Hatori avançou por dentro da parede, quebrou a pedra com a ponta da espada, escorregou em diagonal e tocou a costela do comandante de leve, arrancando sangue. Pouco, mas ainda era sangue.


“E se essa promessa for a de não deixar ninguém no chão?” Ele disse, e entrou com três pontos seguidos: quadril, axila, nuca. Dois arrastaram, o terceiro entrou: “Se a promessa for acabar com as coleiras para sempre?”


“Coleiras?” Vargan’Zul riu. O riso veio seco, curto, sem humor: “Vocês querem a nossa fé e nossos ossos como estrada para seu império.” A Khazra’kul desceu, terra subiu junto, e o fogo queimou por baixo, num ataque em três níveis. 


Hatori cortou alto, pulou baixo, atravessou o meio, mas o dorso da espada ainda pegou no seu flanco, e as palavras saíram da boca de Vargan’Zul com convicção: “Isso é uma expansão mortal. Vocês chamam de libertação para não encarar o nome correto.”


Enquanto conversavam, os dois chocaram armas e deixaram que as chamas negras e o domínio cortante resolvessem por um segundo no lugar das palavras. 


*Clang. Clang. Booooom.* 


Uma onda de calor se espalhou e pegou um batalhão de orcs pelo lado, derretendo armaduras e colando pele em ferro. Uma linha de corte partiu, lá adiante, uma torre de gelo e os corpos que a usavam de cobertura. 


A guerra tinha ouvidos, piedade, e não ligava para quem morria.


“Você está errado!” Hatori finalmente, e sua voz agora trazia aquele calor primitivo que ele aceitara como parte dele de novo: “Eu não sigo impérios. Eu os corto quando viram algemas.” *Swiiiish.* “Acabar com os deuses é devolver os mundos a si mesmos.”


“Meu mundo já é meu, espadachim!” Vargan’Zul respondeu de imeditado e bateu de lado. A Khazra’kul empurrou o vácuo e arrastou a Sourigawa um palmo. Hatori compensou meio palmo e, assim, o golpe voltou ao eixo. 


Os dois se acertaram ao mesmo tempo: a lâmina do samurai entrou sob a clavícula do comandante; o dorso da arma do comandante arrancou-lhe-lhe mais uma camada de carne no ombro. 


“E dos meus.” Enquanto Vargan’Zul continuava sua fala entre cada golpe, a sua chama subiu como um estandarte escuro: “Não entregarei nada nosso ao capricho humano.”


A escala cresceu de novo. Vargan’Zul afundou o pé e, sob a batalha, abriram-se veios de magma negro. O brilho estranho tomou conta do nada, e a rocha líquida correu como rios, movendo o teatro inteiro. 


Corredores que Daren tentava fechar foram levantados por baixo, empurrando colunas inteiras uma após a outra. O Demônio da Escuridão respondeu na mesma moeda.


*Whoooooooooooooooooooooooooom…* 


Daren curvou a rota do magma em duas e girou o campo em torno dos rios, criando redemoinhos de pedra líquida que dissolveram batalhões. Quem não foi engolido foi cuspido a distâncias absurdas, arrancando fileiras de estruturas no caminho.


Hatori viu a maré ganhar terreno e avançou pelo flanco, com o domínio aberto um dedo a mais, o suficiente para tocar não o corpo de Vargan’Zul, mas os pinos invisíveis do campo ao redor da Khazra’kul. O arrasto tropeçou um instante. A oportunidade durou menos que um piscar de olhos, e ele cortou dentro dela. 


*Splaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash…*


A Sourigawa entrou no abdômen do comandante de forma limpa. Vargan’Zul fechou a mão, girou o cotovelo, e a lâmina saiu sem pegar órgãos. Ainda assim, ela cobrou um preço muito alto.


“Um aliado como você salvaria mundos.” Hatori disse, e o reconhecimento na sua voz não era fingimento: “No lugar certo, contra o inimigo certo.”


“O inimigo certo…” Vargan’Zul rebateu, segurando o abdômen: “É aquele que ameaça sua casa!”


Logo em seguida, a Khazra’kul estourou chamas pelos gumes, e o calor ficou intenso. Hatori sentiu a pele querendo rachar e avançou por dentro de novo, cortando o calor como cortava ferro, enquanto Vargan’Zul completava: “Vocês saíram da sua. E vieram para as nossas.”


Ambos erraram o próximo golpe, e o golpe perdido dos dois foi longe. A borda da Khazra’kul que não encontrou a Sourigawa abriu um arco de chamas que atravessou a retaguarda e sepultou sob vidro negro três mil guerreiros. A linha de Hatori que não encontrou o pescoço desenhou uma cicatriz reta no vácuo que seguiu por centenas de quilômetros, cortando em silêncio sete colunas de soldados. Por um instante, parecia que uma entidade havia passado um pincel de ausência em tudo que tocou.


Daren tomou a frente onde a devastação abriu buracos, não para poupá-los, mas para cobrar. A Orgulho dos Renegados ergueu-se, bebeu uma massa de raios, sugou a pressão de água, e cuspiu num anel curto. O anel atravessou dois corredores de uma só vez, fatiando, esmagando, explodindo Aquele era o catecismo da espada em três verbos. 


As placas fecharam-se em volta do Demônio como pétalas pesadas; qualquer coisa que entrasse, saía em pedaços. E no meio de tantos soldados e guerreiros de elite, ele ganhou um risco novo no antebraço e outro em cima do joelho, mas só isso.


“Fiquem onde estão!” Daren ordenou, sem olhar, ao sentir dois pelotões que queriam rodear Hatori e Vargan’Zul para cravar lanças nas costas do samurai. 


*Claaaaaaaaaang.* Uma placa os encontrou e transformou seis em poeira, doze em ferro retorcido, e vinte em nada.


Vargan’Zul puxou ar como quem enche os pulmões de fé e veio com tudo: terra, fogo e aço em uma única decisão. 


Duas paredes avançaram para fechar Hatori; a chama negra caiu como lona por cima; a Khazra’kul veio por baixo, tentando arrancar-lhe as pernas. Hatori, por sua vez, não abriu distância. Ele reduziu. 


O samurai desceu a cabeça, enfiou o ombro ferido no meio da parede, cortou a lona em X e desviou a lâmina por um fio de cabelo. Ainda assim, o fogo lambeu-lhe o pescoço, deixando um colar de brasa. 


Hatori não gritou. A ponta da Sourigawa subiu e pegou o queixo por dentro do elmo do comandante, abrindo uma linha que atravessou até a nuca. A chama respondeu, e os dois viraram silhuetas num clarão negro.


“Não odeio os humanos, espadachim!” Disse Vargan’Zul, e sua voz parecia sair da espada, não da boca: “Mas não darei minhas cidades à fantasia de vocês.”


“Nem eu darei meu futuro ao conforto do seu passado!” Hatori devolveu, e seus dentes mostraram um riso curto enquanto ele finalizava: “Se ficarem no caminho, eu retalharei todos vocês!”


*Clang. Clang. Clang.*


A conversa entre eles em momento algum atrapalhou a precisão. No tempo de uma frase, eles trocaram duzentos golpes. No ponto final, outros quatrocentos. 


“Você luta como um dos nossos.” Disse Vargan’Zul, respirando pesado, com a voz áspera: “É quase um desperdício matar você aqui.”


“Então não tente!” Hatori rebateu, entrando com dois cortes, um alto e um baixo. O alto foi arrastado, o baixo entrou pela borda do peitoral: “Mude sua decisão. Recue e tudo pode ser reparado!”


“Não para mim!” Respondeu o comandante, e a sentença veio no mesmo tempo do golpe. A Khazra’kul desceu até o limite do que seu campo permitia. A Sourigawa subiu, os gumes se encontraram, e a pressão do encontro empurrou ondas em todas as direções. Onde ela bateu, soldados sumiram.




O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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