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Capítulo UHL 1097 - A Redenção de um Inimigo Natural

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Tenham uma boa leitura!]


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O poder de Íxion estava maior. Apesar dos números completamente desfavoráveis, ele estava eliminando deuses um após o outro, e naquele ritmo, em muito pouco tempo seria o último de pé fora do domo que protegia o Vale da Esperança.


Um semideus, morto, tinha acabado de passar voando ao seu lado depois de ser arremessado por Íxion, quando o Protetor de elmo escarlate subiu novamente, agora pelo flanco, com a lança na horizontal e a eletricidade percorrendo a madeira como uma cobra entre as nuvens. 


Íxion cruzou os antebraços, desviou levemente, recebeu a haste e empurrou para fora do eixo, deixando a ponta acertar o vazio. Com a outra mão, ele agarrou a lança por cima e torceu o punho do Protetor. A descarga elétrica tentou invadir o seu corpo de novo, mas Íxion queimou a própria palma por dentro, desviando a corrente e direcionando-a para o lado, num clarão que atravessou três semideuses e os fez cair como folhas chamuscadas.


Na mesma hora, o Protetor de elmo negro, no chão, fechou o punho e puxou o frio do horizonte. O vapor no campo inteiro precipitou em agulhas. E as agulhas não caíram, mas, sim, subiram, buscando o calor de Íxion.


*Tssssssssssssssssssssssssssssssss.*


Em resposta, Íxion abriu os braços e girou. O giro varreu as agulhas num cinturão de fogo, deixando um rastro espiralado de gotas que viraram nada no ar. A pele de Íxion, mesmo assim, ficou cravejada de pontos vermelhos. 


Os semideuses, agora soltos da ordem, vieram em enxame. Cinco, depois seis, depois todos que restavam. Íxion subiu mais um lance e, de repente, parou de subir. Ele ficou suspenso num ponto e o calor abaixo dele se adensou numa coluna que disparou na direção dos semideuses.


Quem foi tocado por aquela coluna perdeu cabelo, pele e coragem.


Quando àqueles que não foram atingidos, Íxion deixou que o primeiro chegasse. Um de vida, com punhos abertos, braços grossos e dentes à mostra. 


Aquele semideus recebeu uma joelhada flamejante na axila e um soco na garganta. 


Ele caiu como um saco. 


O segundo veio girando com a canela mirando a têmpora. Íxion bloqueou com o antebraço, sentiu o osso vibrar, agarrou a panturrilha do agressor e o incendiou enquanto o arremessava numa curva que terminou no dorso de um colega. 


*Boooooooooooooooooooooooooooooooooom…* 


Os dois semideuses explodiram no ar, e as chamas de Íxion dizimaram tudo ao redor.


O ataque seguinte foi de água. Ele veio com uma lâmina de alta pressão. Íxion, por sua vez, fechou o punho e chamou o calor para a frente dos dedos.


Em um segundo, a água simplesmente desapareceu, sendo completamente engolida por uma língua de fogo que avançou até acertar o semideus que tinha atacado.


Terra então ergueu-se em obeliscos sob Íxion, tentando empalá-lo. Ele moveu-se para a esquerda e desviou, então, Íxion pousou em um dos obeliscos como se fosse um degrau, escorregou pelo lado com a sola ardendo em chamas e chutou a testa do semideus de terra que estava embaixo, fazendo com que o queixo dele batesse no peito em um ângulo impossível. 


O corpo dele desligou como um lampião sem óleo.


O Protetor de elmo escarlate desceu com a lança em duas mãos, com os braços abertos para um golpe de guilhotina. Íxion trouxe o antebraço esquerdo para cima, bloqueando por dentro, e bateu com a mão direita no punho do Protetor. A lança saiu do eixo, a eletricidade perdeu a linha e correu sem direção. Dois semideuses próximos ficaram rígidos e caíram com os olhos vidrados. Íxion, enquanto isso, enfiou o joelho no abdômen do Protetor.


*Craaaaaaaaaaaaaash…*


A armadura dobrou como papel e o ar saiu junto com um rosnado.


O Protetor de elmo negro, vendo o irmão vacilar, enfim levantou voo, um voo baixo, com a umidade acumulando-se em gelo. Ele veio com a mão aberta, com o frio na palma prometendo arrancar todo o calor de quem tocasse. 


Íxion, em resposta, ergueu a própria palma. 


Fogo contra gelo.


*Booooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooom...*


O choque estourou os dois para lados opostos. O Protetor de elmo negro rodou, recuperou no ar e voltou com uma lâmina de gelo brotando do antebraço. Íxion desceu um pouco, escapando por baixo, e subiu de novo como um foguete, socando o peito do inimigo. 


*Crack.* *Booooooooooooooooooooooooooooooooom…*


O gelo que cobria o Protetor estalou todo de uma vez, até que ele colapsou e a explosão engoliu tudo, e ele se transformou em um rastro incandescente pelo ar..


Os semideuses restantes tentaram algo parecido com uma coordenação: dois de vento puxaram Íxion pelos flancos, criando vácuo; um de água tentou preencher o meio com um jato horizontal; enquanto um de terra levantou uma parede para travar rota de fuga. 


Íxion, entretanto, não procurou fuga. Ele enfrentou a linha.


Ele mergulhou, ganhando velocidade de queda, e entrou na faixa de água com o corpo coberto de chamas. O jato evaporou antes de tocá-lo e deixou um corredor de vapor pelo caminho. Dentro do corredor, Íxion atravessou os dois de vento como uma pedra atravessa papel: o primeiro levou um soco no peito, o segundo, um cruzado na ponta do queixo.


Ambos caíram com a cabeça pendurada e com os olhos olhando coisa nenhuma. 


A parede de terra subiu. Íxion bateu com os dois pés ao mesmo tempo e abriu um buraco do tamanho dele.


Ele saiu do outro lado já girando. O Protetor escarlate estava ali, com a ponta da lança vindo como um raio. A ponta pegou no ombro de Íxion e entrou. Ele engoliu a dor, agarrou a haste com as duas mãos e trouxe o Protetor para ele. 


As testas se encontraram outra vez, agora sem elmo no meio. O impacto abriu o crânio do Protetor.


Íxion então largou a haste, desceu um centímetro e soltou um gancho no baço. O Protetor curvou com o impacto. Íxion aproveitou o baixar da guarda e bateu com a base da mão no nariz dele. 


Os ossos cederam. A cabeça foi para trás. E a mão livre de Íxion já vinha em seguida, com a palma aberta e fogo concentrado… 


*Tap.*


Ele encostou na boca do estômago do Protetor.


*Booooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooom.*


Quando a explosão veio, o corpo do Protetor arqueou. A armadura dele abriu em pétalas ao redor do ponto de ignição e um mar de chamas engoliu tudo que tinha atrás dele.


Quando Íxion finalmente tirou a mão, com fumaça saindo entre os dedos, o Protetor caiu de costas no ar por um segundo e depois desabou com um rombo enorme em seu tronco.


O corpo do Protetor escarlate caiu e não se ergueu mais. Nem poderia.


Íxion, naquele momento, sentiu seu poder aumentar ainda mais, como se algo ou alguém aprovasse aquela morte e o recompensasse por isso.


Sem sentir isso, um semideus de vida, enlouquecido, saltou do lado, com os braços abertos para prender Íxion pela cintura. O joelho de Íxion subiu, afundou no plexo, e o peito do semideus fechou como porta batida. Ele despencou no mesmo momento, com as costelas coladas por dentro.


Dois de vento vieram em ataques cruzados. Íxion girou o tronco, entrou pelo meio e bateu com as costas das mãos nos maxilares de ambos. 


Cada golpe teve o impacto de uma explosão, e os dois viraram peso morto antes de começar a cair.


Quando uma coluna de terra brotou sob seus pés, Íxion pisou no topo, incendiou o eixo e o obelisco ruiu em pedra líquida. O semideus, lá embaixo, olhou para cima por um instante, e um risco laranja cortou de cima a baixo e o dividiu em dois, com a fumaça subindo da linha de corte.


Quando três jatos de água o atingiram por trás, da nuca às panturrilhas. O calor respondeu sem precisar de um comando; o vapor estourou no ar, e Íxion contra atacou com disparos ainda mais destrutivos que pulverizaram os semideuses.


Vendo tudo ruir bem diante dos seus olhos, o Protetor de elmo negro reapareceu à direita, com gelo no antebraço refeito e a lâmina curva apontando para o pescoço. Íxion interceptou com a mão esquerda e a carne abriu. Contudo, a direita veio fechada num soco curto na base do nariz. 


O elmo do Protetor virou, e logo em seguida veio um segundo golpe, direto, no centro do peito. O gelo estalou, e o terceiro golpe não foi em punho… foi com a palma, encostada no ponto que já estava trincado.


*Boooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooom.*


A couraça congelada que revestia o Protetor explodiu de dentro para fora; o peito abriu num círculo limpo e o corpo voou para trás e apagou no ar.


No alto, dois semideuses de vento tentaram puxá-lo para cima, tentando despedaçá-lo entre correntes opostas. Íxion disparou verticalmente, ganhou os dois no alcance e fincou as mãos nas suas nucas, uma em cada. O fogo subiu pelos seus antebraços, e os ossos dos pescoços dos inimigos estalaram sob o calor e a pressão.


Terra ergueu um arco grosso por trás, curvando para esmagá-lo contra o solo. Íxion virou-se de frente para a curva, abriu os braços e soltou um jato de fogo comprimido. O arco sofreu um buraco e quebrou em placas; a onda de calor atravessou e pegou em cheio o semideus, que virou uma silhueta preta de pé, depois cinza sem forma.


Mais dois de vida vieram em mergulho, com os punhos como cabeças de aríete. Íxion não recuou. Ele deu meio passo à frente e bateu, um golpe em cada, cotovelo direito na garganta do primeiro, ombro esquerdo no queixo do segundo. O primeiro sufocou e calou ali; o segundo girou sem consciência e foi para o chão com a cabeça torcendo além do que o pescoço permitia.


Um de água tentou cortar os tendões do calcanhar com lâminas baixas. Íxion recolheu o pé e, no mesmo movimento, desceu com o calcanhar no centro da clavícula do agressor, abrindo o osso, chamuscando a pele e enterrando-o até a metade no chão, que ficou mole depois do impacto.


Um semideus tentou fugir, correndo pela borda do campo, tropeçando nos restos que se acumulavam. Contudo, uma linha vermelha riscou o solo à frente dele. Ele saltou por instinto, mas Íxion já estava no ar, acima, e desceu com os dois pés nas costas dele. 


As pernas do semideus abriram sem ordem e o corpo parou com o rosto no vidro queimado que se formou no solo.


Por fim, sobrou um semideus de água, tremendo, apontando as duas mãos como quem segura nada. 


O jato que saiu era estreito e irregular. Íxion apenas avançou por dentro dele com a pele fervendo e tocou a testa do adversário com um dedo. 


*Tsssssssssssssssss….*


Uma centelha, só isso. O corpo dele acendeu como uma vela.


O Protetor de elmo negro, caído a vinte passos, tentou levantar pela última vez. A mão procurou algo no que se agarrar, mas mal conseguia ser movida. Íxion caminhou até ele sem pressa, com o fogo reduzido ao mínimo. 


O Protetor ergueu o olhar e tentou bater no ar vazio enquanto um fio de gelo tentava nascer no punho bom. Mas ele não teve tempo de fazer mais nada, porque o pé de Íxion desceu no seu peito, esmagando os ossos contra a coluna, e dando um fim à sua vida.


Agora, depois da queda do segundo Protetor, restavam três semideuses, e eles estavam imóveis por medo, mas ainda de pé por hábito. Íxion não esperou eles tomarem uma decisão. 


Ele avançou na linha dos três.


No primeiro, a palma bateu no rosto e o crânio cedeu para trás. No segundo, o joelho acertou fígado e foi seguido por um gancho no ouvido, fazendo seu corpo cair, flácido. No terceiro, que ergueu um punho alto, Íxion entrou com um soco que simplesmente explodiu seus braços e tudo que existia sobre a cintura, deixando apenas as suas pernas, que ficaram bizarramente de pé, equilibradas, após a morte do semideus.


Com aquele soco, a batalha se encerrou.


Chão vitrificado em círculos, crateras, manchas negras, metal torcido e cheiro de chuva quente ficou no ar. E o domo atrás, intacto, devolvia o vermelho em milhares de pontos. 


Não havia mais nada em pé, fora Íxion.


E ali, sozinho, após matar tantos deuses com suas próprias mãos, ele ficou respirando um pouco, com o ombro sangrando e um calor que não apagava. 


Íxion não disse nenhuma palavra. Ele apenas virou de lado, avaliou com o olho o que sobrara do horizonte e parou de se mover.


Ninguém mais veio. E o único som de vida que Íxion conseguiu escutar foram os gritos de comemoração da multidão que o ovacionava de dentro das muralhas do Vale da Esperança.




O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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