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Capítulo UHL 1104 - Necessidade e Fé

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Tenham uma boa leitura!]


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Decarius estava em silêncio agora. O tipo de silêncio que não nasce da paz, mas do fim da luta, o mesmo que sobra depois que o chão já foi lavado por sangue e o ar já não tem mais espaço para o som.


Yan Chihuo ainda mantinha Anúbis preso dentro do gelo. O deus mal conseguia respirar, pois a prisão gélida o mantinha vivo apenas o suficiente para que sentisse o peso da derrota. 


Perto dali, Quiron já coordenava um auxílio aos sobreviventes e tentava compreender a dimensão do que estava acontecendo.


As últimas auras divinas haviam se apagado sob a atmosfera humana. Gaspar, a defesa suprema da humanidade, caminhava entre os destroços e os corpos despedaçados de deuses.


E, ainda assim, o ar não trazia alívio. 


Ele trazia tristeza.


Os os amuletos de transmissão sonora falhavam, e os ecos de energia espiritual vindos do espaço indicavam que algo ainda maior estava acontecendo.


Yan Chihuo olhou para o céu e entendeu que aquele não era o fim da guerra, era apenas mais um golpe. E os inimigos eram muitos.


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Enquanto Decarius respirava em meio à ruína e os deuses que ousaram descer eram aniquilados, acima das nuvens, no frio absoluto do espaço, uma nova tensão nascia.


Ali, a uma distância onde nem o mais poderoso ser poderia sentir, de Decarius, duas presenças se encaravam em completo silêncio.


Zao Tian havia acabado de enviar Ragnar de volta, encarregando-o da defesa de Decarius. E agora, diante dele, restava apenas um homem… Hanzo. O samurai que se tornou o assassino da Trindade e que, desde que conheceu o homem diante dele, não conseguia tirar o nome de Zao Tian da mente.


Os dois se observavam, imóveis, enquanto as estrelas refletiam em seus olhos o mesmo brilho de quem entende que certas batalhas não são travadas por escolha.


E foi assim, sob o pano de fundo de um universo em guerra, que começava outro confronto, não entre luz e escuridão, nem entre crenças ou impérios, mas entre dois homens que, de maneiras diferentes, haviam dedicado tudo à mesma coisa… a lâmina.


O espaço ao redor deles estava completamente parado.


O silêncio entre Zao Tian e Hanzo parecia mais pesado do que o vácuo à volta deles. Nenhum dos dois precisava falar naquele momento. A tensão que existia ali já dizia tudo: aquilo não era um encontro casual e que teria volta. Era um acerto inevitável.


Ragnar já havia partido. E agora, só restavam os dois.


Hanzo permanecia imóvel, suspenso no vazio, com a espada apoiada no quadril. O fio da lâmina refletia fragmentos de estrelas distantes, a respiração dele era imperceptível, mas o fluxo de energia espiritual ao seu redor deixava claro que ele estava pronto para lutar a qualquer instante.


Zao Tian, por outro lado, parecia tranquilo demais. As roupas dele se moviam lentamente, como se o espaço ao redor respondesse à própria presença dele. O seu olhar era firme, o mesmo olhar que havia penetrado a mente de Hanzo tempos atrás, quando o tentou libertar da Trindade.


Por um longo tempo, os dois apenas se encararam.


Então, Hanzo quebrou o silêncio, perguntando: “Não vai tentar me fazer mudar de lado outra vez?”


A voz dele era calma, mas havia uma sombra de provocação escondida nas palavras… o tipo de desafio que só quem viveu muitas guerras e tirou muitas vidas é capaz de lançar com serenidade.


Zao Tian desviou o olhar por um instante, como se refletisse sobre o passado, mas logo respondeu com firmeza: “Não.”


A palavra soou seca, sem peso emocional, mas carregada de certeza.


Então, Zao Tian prosseguiu, dizendo: “Aquela oportunidade ficou para trás. A única liberdade que posso te oferecer agora é a morte… a libertação das correntes dessa vida.”


Hanzo ouviu em silêncio, sem se abalar. O olhar dele, por um instante, se acendeu com algo entre respeito e ironia.


“Liberdade pela morte…” Ele repetiu devagar, como quem saboreia uma filosofia antiga e sensata: “Curioso. Foi exatamente isso que eu planejei para Ryuuji quando o vi pela primeira vez.”


A menção daquele nome fez Zao Tian erguer o rosto, e o brilho dos seus olhos mudou, não por surpresa, mas por atenção.


“Ryuuji…” Zao Tian murmurou.


Hanzo assentiu levemente, e sua mão direita deslizou até o punho da espada.


“Ele e eu viemos da mesma vila. Aprendemos sob os mesmos sinos, ouvimos as mesmas histórias sobre honra e devoção. E ainda assim…” Hanzo começou a falar, mas fez uma breve pausa e olhou para o vazio à frente antes de prosseguir: “Ele escolheu lutar pelo seu lado, e eu pelo meu. Era um desejo inevitável que um dia nossas lâminas se cruzassem. Mas parece que o destino decidiu me dar um substituto.”


Naquele momento, o espaço ao redor começou a vibrar.


Zao Tian não se moveu, mas seu fluxo de energia espiritual aumentou como uma maré subindo devagar e o espaço em torno do seu corpo se curvou levemente, distorcendo a luz distante.


“Entendo o seu desejo, Hanzo.” Ele disse com tranquilidade e compreensão, antes de continuar: “Lutar com alguém que vive pela lâmina, morrer pelas mãos de um igual… Isso é o que te mantém em pé. É o que ainda te faz ser você.”


Depois de dizer aquilo, Zao Tian ergueu a mão, e o metal da Bloody Mary começou a se moldar no ar..


Calmamente, a Bloody Mary tomou forma… primeiro como uma lâmina longa, depois mudando lentamente, como se fosse feita de líquido metálico.


A foice, a kusarigawa, a espada e a lança se alternavam, uma após a outra, até que Zao Tian parou na forma mais básica da sua arma, que era a foice longa.


A Bloody Mary era viva. O brilho que emanava dela não era reflexo, era sua própria presença. A luz se movia dentro da arma como sangue, fluindo entre as ranhuras que pulsavam no ritmo da energia espiritual de Zao Tian.


Hanzo observou aquilo em silêncio, e por um breve momento, o respeito substituiu o desejo de combate. O dourado daquela lâmina não tinha a pureza simbólica das espadas que ele empunhava como se fossem seus deuses. Aquilo era um ouro sujo, forjado à força, queimado por batalha e repetição.


“Uma arma estranha para um homem como você…” Hanzo comentou, com o olhar fixo na foice que brilhava entre eles: “Ela não tem vida, mas não tem sua devoção. É só um instrumento sem sua fé, e você ainda a chama de lâmina?”


Zao Tian não respondeu de imediato. Ele passou a ponta dos dedos pela curvatura da Bloody Mary, sentindo a vibração que respondia ao toque.


“Eu não carrego fé em armas…” Ele respondeu. “Nem nelas, nem em deuses, nem em homens. A lâmina é só uma ferramenta... e é o que se faz com a ferramenta que conta no final de tudo.”


Hanzo ergueu a sobrancelha, e o semblante que normalmente era contido se abriu em um pequeno sorriso: “Então é isso o que te diferencia de Ryuuji. Ele trata a espada como uma extensão da alma. Você a trata como uma extensão do braço.”


“E você?” Zao Tian inclinou a cabeça, praticamente concordando, e perguntou, fitando-o de volta: “Você trata sua espada como o quê?”


Hanzo puxou o ar devagar, e o movimento fez o tecido de suas roupas flutuar levemente. A espada dele, firme na bainha, parecia esperar a resposta também.


“Como a única coisa digna de respeito e devoção.” Ele respondeu.


Zao Tian assentiu uma vez e Bloody Mary emitiu um zumbido baixo, quase orgânico, como se a arma tivesse reagido à palavra ‘respeito’.


“Então é isso…” Zao Tian comentou: “Eu luto por necessidade. Você luta por fé. Ainda assim, ambos sabemos que o resultado é sempre o mesmo: ou a lâmina se cala, ou o portador.”


Hanzo então colocou a mão no punho da espada e respondeu, sem hesitar: “A diferença é que eu aceito a morte se ela vier da espada certa. E duvido que a sua seja essa.”


Com aquela resposta, a foice dourada girou uma vez, com o traço luminoso deixando um arco no vazio. Zao Tian deu um passo à frente, e cada palavra que saiu de sua boca veio fria e certeira, como um corte calculado: “Você acha que Ryuuji é o único capaz de te dar essa morte honrada. Mas vou te mostrar que aquele que você espera já foi superado por aquele que está diante de você.”


Hanzo, ao escutar aquilo, inclinou levemente a cabeça em surpresa e ceticismo enquanto questionava: “Então você quer dizer que é melhor que ele com uma lâmina nas mãos?”


“Sim!” Zao Tian respondeu, firme, antes de prosseguir: “E quero que você entenda que Ryuuji não precisa estar aqui. Porque hoje, Hanzo, você terá o que sempre quis… Você morrerá pelas mãos e pela lâmina de um mestre!”


O olhar de Hanzo se estreitou enquanto as palavras de Zao Tian soavam. A energia espiritual dele explodiu, distorcendo o entorno. 


Zao Tian, por sua vez, manteve-se imóvel, com o pé esquerdo avançado e a foice erguida em posição vertical. A luz dourada percorreu o cabo e acendeu o espaço entre eles, revelando o contraste entre as duas forças… a calma brutal de Zao Tian e o fervor fanático de Hanzo.


Insatisfeito com a postura de Zao Tian, por se intitular melhor do que alguém que dedicou toda sua vida à espada, Hanzo falou com a voz baixa, mas carregada de intensidade: “Você fala como alguém que já matou muitos mestres. Você fala como alguém que se enxerga maior do que realmente é.”


Zao Tian respondeu sem piscar: “Eu já matei o suficiente para me ver neste ponto. E já medi forças o suficiente para entender o meu verdadeiro tamanho.”


Quando a resposta de Zao Tian caiu, as auras de ambos se expandiram. Hanzo moveu a espada, e o espaço se dobrou. Cada movimento criava vibrações que riscavam a escuridão como ondas de energia. A pressão que ele emanava era tão intensa que até a luz das estrelas começou a oscilar.


Enquanto isso, a foice dourada se alongou, ganhando massa e gravidade próprias. 


“Eu já ouvi o suficiente!” Hanzo afirmou, antes de dizer: “Se quer que eu acredite em alguma palavra sua, me force a acreditar!”


Zao Tian, por sua vez, girou a foice e parou-a repentinamente para baixo, antes de responder: “Se você está pronto para morrer… eu realizarei o seu desejo!”


O ÚLTIMO HERDEIRO DA LUZ -UHL | NOVEL

© 2020 por Rafael Batista. Orgulhosamente criado com Wix.com

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