Capítulo UHL 1107 - Os Olhos da Morte
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*Boooooooooooooooooooooooooooooooooom.*
O impacto repercutiu no vácuo como uma explosão. Ondas de energia se expandiram em todas as direções, comprimindo e distorcendo o espaço por centenas de quilômetros.
Quando o brilho se dissipou, as duas figuras ainda estavam ali… intactas, imóveis, separadas por alguns metros.
O primeiro a se mover foi Hanzo.
Ele ajeitou a postura, girando a Chi no Ken até que a lâmina ficasse na diagonal, e o sangue condensado em torno dela formou uma faixa densa, quase sólida, que pulsava como um músculo vivo.
Sua respiração era controlada, mas o olhar estava mais frio. Aquele não era mais o Hanzo que media a distância.
Era o Hanzo que aceitava o custo.
Zao Tian observava, e nenhum dos dois precisava mais de aura. A simples presença de ambos já distorcia a luz.
“Você disse que o Olho guarda Pedras do Regresso.” Hanzo começou, com a voz firme, sem pausa entre as palavras: “Está certo. Eles roubaram. Escravizaram. Usaram-nas como se fossem troféus. Mas eu nunca usei uma.”
Zao Tian manteve o olhar fixo e deixou escapar: “Não?”
“Não. Eu posso ser muitas coisas… mas não desonro a minha lâmina. Uma espada que precisa de segunda chance não é digna de ser empunhada.” Enquanto respondia, Hanzo girou o punho, e o sangue ao redor da Chi no Ken reagiu, espiralando em torno da lâmina como um redemoinho rubro.
“Se eu morrer, ela morre comigo. É simples.” Ele finalizou sua resposta.
Zao Tian então respondeu sem emoção: “Você só fala isso porque nunca esteve prestes a morrer.”
Aquelas palavras ofenderam, e por isso, o olhar de Hanzo endureceu, e ele questionou: “Você acha que entende algo sobre isso?”
“Eu entendo mais do que você imagina.” A voz de Zao Tian não aumentou naquela resposta, mas o peso dela cortava o espaço, e ele prosseguiu: “Você se convenceu de que não precisa voltar porque acredita que ninguém pode te matar. Isso não é honra. É confiança demais na própria carne. Quando a morte te olhar nos olhos… você vai querer viver de novo. Todos querem.”
Dessa vez, Hanzo não respondeu. Ele apenas moveu a lâmina para o lado e o sangue condensado começou a se espalhar em filetes que cortavam o ar.
E o vento reagiu.
*Fshhhhhhhhhhhhhh.*
O vácuo começou a girar, criando pequenas correntes que se transformaram em lâminas translúcidas.
Ao redor dele, dezenas de arcos de vento formaram uma barreira cortante, girando em direções opostas, misturados com linhas de sangue em movimento constante. Era como se a própria atmosfera que não existia tivesse sido recriada à força.
“Então me mostra.” Hanzo disse: “Mostre-me o rosto da morte que você tanto conhece.”
Zao Tian firmou os pés e ergueu a Bloody Mary enquanto afirmava: “Os próximos minutos vão te mostrar!”
*lraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaang.*
O som do primeiro golpe sacudiu o espaço.
Zao Tian interceptou a investida inicial, mas Hanzo não recuou, ele se moveu junto ao impacto, torcendo o corpo e fazendo a lâmina deslizar contra a foice em um arco descendente.
A fricção gerou faíscas douradas e vermelhas. O sangue condensado se soltou da espada, espalhando-se em fragmentos afiados que flutuavam pelo ar.
Cada partícula vibrava. E, num comando mental, Hanzo as fez disparar.
*Swing. Swing. Swing.*
Dezenas de micro lâminas avançaram em direções aleatórias, guiadas pelo vento.
Zao Tian girou o corpo, usando a foice como extensão e defletiu uma a uma, mas as que não acertaram voltaram, mudando o trajeto.
O sangue da espada de Hanzo não atacava de forma linear. Ele perseguia o alvo.
*Swish.*
Um corte passou rente ao ombro de Zao Tia; Outro rasgou parte do manto; Nenhum acertou o corpo, mas a precisão era assustadora.
Hanzo aproveitou o momento e avançou.
A Chi no Ken desceu em linha reta, dividindo o ar em dois.
Zao Tian interceptou com a haste da foice e empurrou, girando em seguida.
O golpe seguinte foi um arco lateral que visava o pescoço. Hanzo abaixou, girou o corpo e respondeu com uma estocada curta.
*Clang.*
Os sons das colisões se multiplicavam em ecos. Cada contato entre eles produzia vibrações que reverberavam como se o espaço inteiro fosse um tambor sendo golpeado.
Zao Tian mantinha o controle, sem pressa. Cada passo que ele dava era medido, cada giro antecipado.
Hanzo, porém, não era o mesmo de minutos atrás.
Agora, a Chi no Ken pulsava com o mesmo ritmo de seu coração. O sangue condensado não apenas seguia seus movimentos… ele antecipava, formando lâminas auxiliares em volta da principal.
Quando ele cortava uma vez, dez cortes invisíveis o acompanhavam.
Zao Tian percebeu muito rápido.
O próximo golpe veio de baixo para cima.
A foice bloqueou, mas o sangue escapou por cima, atingindo o ombro dele. Uma fina linha se abriu na pele, fechando no mesmo instante.
Zao Tian ignorou, girou a arma e empurrou Hanzo com o ombro.
*Thum.*
Com a pancada, Hanzo deslizou pelo espaço, e o vento o impulsionou de volta em um segundo.
A espada do samurai veio girando, envolta em uma espiral de ar cortante.
Zao Tian ergueu a foice e parou o golpe no meio. A força do impacto fez o espaço se comprimir. Faíscas saíram da colisão e ambas as armas vibraram.
Zao Tian recuou um pouco e deslizou os pés, deixando rastros de luz dourada no vácuo.
Hanzo se lançou novamente, e o som que veio depois foi uma sequência de explosões pequenas.
*Clang. Clang. Clang. Clang.*
O sangue, agora completamente liberado, formava extensões afiadas que cortavam junto com a lâmina.
A cada movimento, Hanzo alterava a densidade do sangue condensado… ora sólido, ora líquido, ora algo entre os dois.
Cada gota era uma arma autônoma, controlada pelo fluxo da energia vital da própria arma.
Zao Tian desviava e bloqueava, mas Hanzo começava a fechar o cerco. As correntes de ar o empurravam de vários ângulos, e as lâminas de sangue cortavam de baixo para cima, sempre buscando aberturas.
Zao Tian percebeu que, para alguém comum, aquela seria uma morte garantida.
Mas ele não era comum.
*Baaaaaaaaaaaaaaaaaang.*
Um giro completo da Bloody Mary varreu todas as lâminas de uma só vez.
Uma onda explosiva, dourada se expandiu em círculo, empurrando o sangue para longe e quebrando o vácuo ao redor.
Hanzo, por sua vez, atravessou a onda e reapareceu de frente, já com a espada na vertical.
Zao Tian cruzou a foice e defendeu, mas Hanzo usou o próprio vento para mudar a direção no meio do ataque… A lâmina recuou e subiu, cortando pelo flanco.
*Zzzzzzzzzzzzzzzzzt.*
O som agudo veio do espaço sendo rasgado.
Zao Tian moveu-se no último instante, e o corte pegou de raspão no braço. A ferida se fechou no mesmo segundo, mas o golpe tinha peso.
Aos poucos, Hanzo estava se aproximando de um limite diferente de velocidade.
*Swoosh.*
Zao Tian respirou fundo e soltou o ar em silêncio. O brilho ao redor de seu corpo se intensificou por um instante, e ele desapareceu.
Ao ver seu inimigo simplesmente desaparecer, mesmo depois de ter aumentado sua velocidade, Hanzo girou o corpo, buscando a presença dele, mas Zao Tian já estava atrás.
*Claaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaang.*
A foice atingiu a espada no contragolpe.
Hanzo foi empurrado para frente e girou no ar, equilibrando-se com o vento. Ao parar, ele viu que o chão, um campo de fragmentos rochosos flutuantes, estava coberto por pequenas rachaduras douradas.
Zao Tian instantaneamente apareceu logo à frente, erguendo a Bloody Mary com uma única mão.
“Você está forçando a própria vida para me acompanhar.” Ele disse.
“E você está desperdiçando tempo.” Hanzo respondeu.
“O tempo não vai mudar o resultado desta luta!” Zao Tian rebateu.
Hanzo não respondeu dessa vez. O sangue ao redor da Chi no Ken se reuniu, concentrando-se na lâmina até que o metal sumisse completamente, substituído por uma estrutura carmesim e pulsante.
A espada parecia mais viva do que nunca. Cada movimento dela seguia o compasso do próprio coração dele.
“Quer ver até onde isso vai?” Zao Tian ergueu uma sobrancelha e questionou: “Porque eu quero ver até onde você aguenta.”
Naquele momento, o espaço se iluminou.
Hanzo avançou.
O ar a frente dele se abriu em uma sequência de cortes diagonais, cada um liberando uma onda comprimida de vento e energia espiritual.
Zao Tian cruzou a foice à frente e absorveu o impacto do primeiro, depois desviou do segundo e respondeu com um giro que abriu um arco dourado de luz.
As duas forças colidiram mais uma vez.
*Boooooooooooooooooooooooooooom.*
A pressão empurrou ambos.
Hanzo usou o vento para frear, Zao Tian apenas plantou os pés no vazio, enquanto os destroços de rocha ao redor foram simplesmente pulverizados.
Hanzo logo desceu com um golpe vertical, que Zao Tian interceptou.
A lâmina de sangue tentou contornar a defesa, mas ele girou a foice e cortou o ar, dispersando o ataque.
Hanzo não parou. Ele mudou a densidade do sangue e o transformou em agulhas minúsculas, lançando centenas delas em sequência.
Zao Tian balançou a foice e criou um redemoinho de luz escaldante que queimou cada uma antes do impacto.
“Você controla bem o sangue dessa arma.” Zao Tian comentou entre um bloqueio e outro.
“É mais do que controle. É simbiose.” Hanzo respondeu, antes de afirmar: “Ela sente o que eu sinto… e quer o que eu quero!”
Zao Tian, por sua vez, girou a foice e deu um passo à frente enquanto respondia: “Então ela sentirá o que você vai sentir agora.”
Então ele se moveu.
*Swoosh.*
O ataque veio baixo, ascendendo em um corte vertical.
Hanzo defendeu, mas a força o arrastou para trás.
Zao Tian, entretanto, não deixou tempo para reação… ele girou o corpo e golpeou de novo, agora de lado.
Hanzo bloqueou, mas o impacto quebrou o equilíbrio dele, e o golpe seguinte, que veio em diagonal, o atingiu.
*Craaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaash.*
A foice atravessou o ar e acertou Hanzo na lateral.
O corte foi profundo. O som que o ataque causou parecia com o da realidade sendo rasgada.
O sangue de Hanzo jorrou em bolhas flutuantes, que imediatamente começaram a se recompor em torno dele.
Aquele ataque foi diferente de todos os outros. A regeneração de Hanzo agiu no mesmo instante, mas o brilho da Chi no Ken vacilou.
Zao Tian, que podia seguir atacando e causando mais danos, parou, observando Hanzo, e provocou: “Você sente isso, não é?”
Hanzo respirou fundo e tentou minimizar: “O quê?”
Zao Tian respondeu: “O corpo tentando te salvar… mesmo quando sua mente já está perdendo.”
Hanzo apertou a empunhadura da espada, com o sangue escorrendo pelos dedos, e refutou: “Você fala como se já tivesse passado por isso.”
Zao Tian acenou em concordância, antes de responder: “Já passei. A diferença é que eu aprendi a lutar contra a morte. E você ainda tenta enganá-la, fingindo ser amante dela.”
O silêncio entre os dois durou três segundos. Depois, Hanzo ergueu a espada novamente.
E eles avançaram ao mesmo tempo.
O espaço inteiro se dobrou. As lâminas se chocaram, o sangue e a luz se misturaram, e o vácuo se iluminou como um campo de estrelas em colapso.
Cada golpe agora era uma sentença. Cada defesa, uma explosão.
Zao Tian se movia com a calma de quem dominava o campo. Hanzo com a determinação de quem não aceitava perder.
E o resultado era inevitável.
A foice acertou primeiro.
Um corte limpo atravessou o flanco do samurai, e o sangue derramado se dispersou antes que pudesse retornar.
A Chi no Ken tremeu, quase vibrando em dor. A regeneração entrou em ação, mas mais lenta.
Zao Tian se aproximou, e entre um golpe e outro, perguntou: “Está vendo? A morte já te olhou nos olhos.”
Hanzo ergueu o rosto, respirando pesado, e respondeu: “Ela vai ter que olhar de novo.”
